Os legisladores estadunidenses
parecem dispostos a levar adiante uma série de sanções a serem aplicadas
seletivamente aos membros do regime chavezista, da Venezuela. A principal
dessas sanções seria o congelamento de ativos dessas pessoas fora da Venezuela,
principalmente nos EUA.
Alguns senadores da Flórida,
entre eles o republicano Marco Rubio, têm a esperança de conseguir a aprovação
dessas sanções nos próximos dias, que se somarão à decisão do Departamento de
Estado americano, de suspender os vistos de entrada a dezenas de funcionários
venezuelanos implicados na violação de direitos humanos no país caribenho, em
vigor desde a última quarta-feira.
Rubio, um influente senador da
Flórida, disse que “aplaude essa decisão”, ao referir-se à medida tomada pelo
Departamento de Estado, um setor da Administração Obama, que estava pouco
inclinada a aplicar sanções contra o chavezismo, por considerá-las
contraproducentes.
Um porta-voz do Departamento
de Estado disse que a decisão de suspender os vistos de entrada de funcionários
chaves do governo venezuelano nos EUA é uma resposta com a participação destes
na violenta repressão às manifestações de rua em protesto contra o regime que
sacudiram várias cidades venezuelanas no primeiro semestre deste ano e que
produziram pelo menos 43 mortos e mais de 850 feridos.
O governo americano justificou
tais medidas dizendo que o regime de Maduro é antidemocrático e faz uso de
“detenções arbitrárias e sem acusação formal”, além do “uso excessivo da força”
para conter as manifestações pacíficas de sua gente, bem como, em diversas
ocasiões os agentes do governo fizeram uso dos tribunais, devidamente
aparelhados pelo regime, para intimidar judicialmente a dissidência, ao limitar
a liberdade de imprensa e silenciar os opositores, atitudes que são próprias de
ditaduras.
Os senadores disseram ainda
que “a nossa mensagem é clara: aqueles que cometem esses abusos e crimes contra
a democracia e os direitos da pessoa humana não serão bem-vindos aos Estados
Unidos da América”, indicando que Washington não tornará publica a lista de
nomes dos venezuelanos atingidos pela medida.
No entanto, sanções maiores
ainda poderão vir a incidir sobre essas pessoas se o Senador Rubio, juntamente
com seus colegas Bob Menéndez e Bill Nelson, conseguir ver aprovadas as suas
proposições ao Capitólio, quais sejam, entre outras, as de congelamento de
ativos bancários e bens que alguns destes indivíduos têm nos EUA. Afinal, a
maioria deles não deixa seu dinheiro na Venezuela, à mercê de uma economia
corroída pelo socialismo, e preferem transferi-la para a segurança do
“império”...
Alguns analistas dizem que
esse tipo de medidas poderá ser das mais efetivas e que, se tomada e aplicada
com rigor, vai combater com eficácia um regime que se torna cada vez mais
ditatorial. “Podem, tais medidas, se tornar uma flexada certeira no tendão de
Aquiles da ‘boliburguesia’ reduzida do Partido Único de Caracas, do politiburo
socialista montado por Hugo Chávez, e que vive nababescamente com absoluta
impunidade a lavar dinheiro à vontade em negócios escusos de alta monta, a custa
de um povo que sofre um empobrecimento acentuado, passando por uma escassez
imensa de artigos de necessidade básica”, disse um desses analistas.
Espera-se que esse
congelamento de ativos, “possa ativar mecanismos de deserção, rachas e
dissidências internas, porque atingirá seus bolsos, cuja plenitude com dinheiro
público é o que mais lhes importa”, acrescentou.
Ao comentar a opinião desses
analistas, a congressista Ileana Ros-Lehtinen concordou com eles, dizendo que
“Só através de golpes como esses a seus locais mais sensíveis, os seus bolsos,
é que esses criminosos acoitados pelo regime de Maduro começarão a achar afinal
que o socialismo bolivariano não é um negócio tão bom assim e talvez decidam a
mudar o regime para padrões democráticos internacionais capazes de criar
segurança jurídica para que os venezuelanos capazes voltem ao seu país e os
capitais venezuelanos voltem a ser aplicados em seus mercados domésticos
criando uma nova era de prosperidade para uma Venezuela altamente empobrecida”.
De acordó com o Senador Rubio,
“o bolso dessa gente tem se locupletado do saque ao erário, desviando parcelas
importantes das rendas do petróleo para seu enriquecimento ilícito e imoral,
através de um dos regimes mais corruptos do planeta, onde virtualmente todos os
membros dos três primeiros escalões do regime chavezista participam desse
esquema de roubo”.
Declarou ainda que “a
cornucópia da maioria é a estatal do petróleo do país, a PDVSA, que tem que
pagar pelos insumos comprados apenas de empresas ou pessoas mancomunadas com o
esquema de desvio tanto de lavagem de dinheiro como de superfaturamento. É
comum vê-los com frequência a gastar muitos dólares em diversos resortes e
cassinos nos EUA”, comentou o senador. Outra fonte de corrupção é o sistema de
câmbio imposto aos venezuelanos, onde os apaniguados do regime conseguem
comprar dólares à vontade e a taxas preferenciais, enquanto os demais
venezuelanos têm suas compras de moedas estrangeiras limitadas e em taxas
oficiais realistas. Rubio garante que parte desse dinheiro está invertida nos
EUA e na Europa. Disse ainda que “o bolivarianismo funciona como uma imensa
nuvem de gafanhotos a devastar a Venezuela e somente quando tudo estiver
arrasado e acabar o dinheiro... Dos outros, é que o socialismo também acabará
por lá”.
Seguindo-se a aprovação dessas
sanções e após um breve tempo para a apreciação de seus resultados, há outras
medidas na fila, uma delas a de se buscar uma espécie de reconciliação
venezuelano-americana assim que o regime der sinais de abertura democrática e
de medidas saneadoras internas, bem como de outras que representam esforços do
Departamento de Estado para levar a juízo muitos elementos do regime de Maduro
envolvidos com o narcotráfico.
O importante, disse o Senador,
“é que já vislumbramos o camino que tem que ser seguido pelos EUA para mudar a
situação angustiante a que o socialismo bolivariano tem levado a Venezuela e
seu povo”.
Título e Texto: Francisco Vianna, 03-08-2014
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