Os cinco séculos da torre que
se tornou símbolo nacional são celebrados com uma série de eventos
Nuno Cunha
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Torre de Belém, em Lisboa,
iniciada em 1514 no reinado de Manuel I de Portugal (1495-1521), tendo como
arquiteto Francisco de Arruda.
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Tornou-se um símbolo da
capital e até do país de uma forma tão abrangente que muitos turistas, quando a
visitam, estranham o facto de não ser um monumento de maior dimensão. De facto,
a fortaleza está, de forma indelével, associada às naus dos descobrimentos e ao
período glorioso dos navegadores portugueses.
Numa altura em que se
comemoram cinco séculos sobre a sua construção, a Torre de Belém vive um
período de celebração, espelhada na exposição de rua A magnífica e formosa Torre, uma série de paineis expositivos na
zona envolvente do monumento. Durante o ano de 2015 estão previstas diversas
atividades culturais em colaboração com a Câmara Municipal de Lisboa, incluindo
concertos no interior do edifício, entre maio e julho. As celebrações encerram
em outubro com a realização do congresso internacional SPHERA MUNDI – Arte e Cultura no Tempo dos Descobrimentos, no
Centro Cultural de Belém (www.spheramundi.com).
No passado, a torre fez parte
de um sistema de defesa marítimo para proteger a entrada da cidade, edificado
entre 1514 e 1519 por D. Manuel I, que inscreveu na fachada a sua heráldica
régia, as armas de Portugal, Esfera Armilar e Cruz de Cristo. “Mais tarde, a
sua importância de defesa é substituída por outras fortalezas e no século XIV é
associada simbolicamente ao período áureo dos Descobrimentos Portugueses e até
hoje, em conjunto com o Mosteiro dos Jerónimos, é um pilar da identidade e
cultura portuguesas”, explica Isabel Cruz de Almeida, diretora dos dois
monumentos, classificados como Património Mundial pela UNESCO em 1983.
Hoje em dia são os turistas
estrangeiros que mais visitam a torre e o considerável fluxo de visitantes é
agora controlado eletronicamente com torniquetes e painéis luminosos. Os
canhões, a varanda manuelina e as diversas guaritas são de visita obrigatória,
mas as escadarias em caracol que nos conduzem ao longo dos três pisos até ao
terraço ainda nos reservam algumas surpresas, merecedoras de um novo olhar.
“Passa normalmente
despercebido um detalhe exterior esculpido na base de uma guarita, com a
escultura naturalista de um rinoceronte, que chegou a Lisboa em maio de 1515”,
refere a responsável, sublinhando que a vinda do exótico animal, “até então
identificado com o mítico unicórnio”, fez história na Europa. A temática do
rinoceronte motivou a exposição Rhinos are Coming, patente na torre até ao final do ano. (31 de dezembro de
2014). Mais um motivo para ver ou rever este símbolo nacional.
Título e Texto: Nuno Cunha, Dica da Semana, nº 670,
25-12-2014
Digitação: JP
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