Margarida Corrêa de Aguiar
Interessante uma reflexão em
torno do tema “Virtudes e defeitos. Onde começa a tentação acaba a honestidade”. Segundo os
especialistas ninguém é totalmente honesto ou totalmente desonesto. Mas algumas
pessoas são mais sérias do que outras.
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Tenho para mim que a
honestidade não é graduável. As pessoas ou são sérias ou não são. Podem, sim,
em face das circunstâncias cometer alguns desvios. Mas concordo plenamente que
a educação é um factor fundamental de regulação dos comportamentos, que
estabelece a diferença entre o bem e o mal e que define barreiras entre um
mundo e o outro.
A educação “cívica” assente em
valores éticos e morais é essencial. Mas não chega, embora seja ela própria
fundamental para criar instituições sólidas, como é o caso da lei e da justiça.
Sólidas no sentido de os cidadãos reconhecerem nelas instrumentos necessários e
eficazes e de as respeitarem, seja porque a lei tem a medida certa para
prevenir e punir a infracção, seja porque a justiça é célere na aplicação.
A culpa e a vergonha por
comportamentos que a sociedade condena, não apenas à face da lei mas também
tendo por referencial códigos de conduta éticos e morais, são dois efeitos
dissuasores da desonestidade e da mentira que aproveita benefícios indevidos e
prejudica terceiros.
Mas haverá sempre ocasiões que
fazem o ladrão, haverá sempre quem julgue que poderá enganar os outros,
aproveitando barreiras mal vigiadas ou crises de valores ou institucionais, ou
que se ache no direito de recorrer à mentira ou de fabricar a sua verdade,
fazendo da mentira por repetidas vezes utilizada a verdade ou defendendo a
verdade que lhe convém...
Ainda vou ler o artigo, mas vou antecipar-me: a honestidade é um traço tipicamente masculino e a tentação um traço tipicamente feminino. "Tipicamente" quer dizer "em regra", escusam de apontar excepções específicas em contrário.
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