Rodrigo Constantino
Caro leitor, deixo uma
pergunta no ar para sua reflexão: por que só se escuta notícia ruim quando o
assunto é Israel? Por que há um viés na grande imprensa que adora pintar o
estado de Israel como “malvado” e nunca concede espaço para as incríveis
inovações produzidas naquele pequeno grande país?
Por exemplo: sabe aquele Waze
que você adora usar em lugar do velho GPS, pois se trata de um impressionante
aplicativo completo que mostra até um carro parado no acostamento? Israelense.
Como ele, milhares de outras coisas úteis vieram de Israel, o país mais
inovador em tecnologia do mundo na atualidade.
Estou lendo o livro Start-Up
Nation, de Dan Senor e Saul Singer, que conta a história desse sucesso – ou
seria milagre? – econômico do pequeno país submetido à vizinhança mais hostil
que existe, em terra pouco fértil e sem água ou petróleo. Mais sobre isso
depois, quando eu terminar a leitura.
Mas deixo alguns dados já:
Israel possui mais companhias listadas na Nasdaq do que todos os países
europeus juntos; em termos absolutos, Israel, com pouco mais de 7
milhões de habitantes, atraiu mais de US$ 2 bilhões em “venture capital”, tanto
quando o Reino Unido, com mais de 60 milhões de habitantes; Israel dobrou sua
situação econômica em relação aos Estados Unidos enquanto multiplicava sua
população por cinco e lutava três guerras; as principais empresas de tecnologia
do mundo possuem seus centros de pesquisa em Israel.
O livro tenta explicar esse
fenômeno impressionante. Aqui, quero apenas perguntar, sem ofender, por que
raios nada disso chega aos seus olhos, estimado leitor. Duvida? Então veja essa notícia recente,
da área medicinal, de interesse do mundo inteiro:
Não há dúvidas que o câncer é
uma das doenças mais cruéis do mundo. Por décadas, os cientistas vêm tentando
encontrar uma cura para o câncer, uma doença terminal que mata 8 milhões de
pessoas no mundo todo a cada ano. Com 14 milhões de novos casos de câncer
diagnosticados em todo o mundo a cada ano, de acordo com a Organização Mundial
de Saúde, a necessidade de prevenção é vital. Agora, uma empresa israelense de
biotecnologia está desenvolvendo uma vacina para o câncer, que não é concebida
para tratar a doença – mas para impedi-lo de voltar.
A Vaxil BioTherapeutics, com
sede em Nes Ziona, Israel, passou mais de meia década desenvolvendo a ImMucin,
uma vacina profilática contra o câncer, que pode desencadear uma resposta em
aproximadamente 90% de todos os tipos de câncer, de acordo com a empresa.
[...]
A ImMucin trabalha estimulando
uma parte do sistema imunológico e ensinando-o a atacar certas células com
certos marcadores que indicam a presença de câncer. Quando o medicamento é
introduzido durante uma fase inicial do câncer, a esperança é de que enquanto o
câncer de um paciente recua, o sistema imunológico é treinado adequadamente
para saber quais células destruir e com quais não interferir.
Esta resposta imunológica foi
consistente ao longo dos testes clínicos da Vaxil com a vacina ao longo dos
últimos anos. A empresa realizou testes exclusivamente em pacientes com mieloma
múltiplo até janeiro de 2014, quando iniciou os testes em pacientes com câncer
de mama.
Pergunto novamente: não
caberia uma chamada no jornal? Será que não é interessante o suficiente para
ganhar destaque ao menos nos cadernos de ciência dos principais jornais? Por
algum estranho motivo, a única coisa que parece despertar o interesse da mídia
em relação a Israel é a morte de palestinos, após terroristas levarem ao limite
a paciência da população e seu governo precisar reagir.
Mas Israel tem muito mais para
mostrar ao mundo. É uma grande incubadora de empresas de inovação tecnológica,
inclusive na área medicinal. Enquanto muitos de seus vizinhos vivem pensando na
morte ou na destruição, Israel está trabalhando duro para tornar este um mundo
melhor. Para todos. Inclusive seus detratores.
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