Paulo Lopes
Depois da festa inicial com a
possível subida da taxa do desemprego em Maio, e do acordar para a realidade,
que foi o facto de que afinal não só não subiu como até baixou, mantendo-se
estável em Junho, confirmando assim a tendência de descida que se verifica há
já 29 meses, a oposição tem hoje novos motivos para se preocupar.
Segundo dados hoje publicados
pelo INE, a taxa de desemprego fixou-se nos 11,9%
de Abril a Junho, menos 1,8 pontos percentuais do que no
trimestre anterior, e 2,0 pontos percentuais abaixo do trimestre homólogo
de 2014, o que traduz a maior queda desde 2011, valores que representam uma diminuição trimestral de 13,0% e uma diminuição homóloga de 14,9% da população desempregada (menos 92,5 mil e menos 108,5 mil pessoas, respetivamente), para um total de 620,4 mil pessoas.
Mas mais importante ainda é a população empregada, que regista um crescimento de 2,3% em comparação com o trimestre anterior e 1,5% face ao mesmo trimestre de 2014 (mais 103,7 mil e 66,2 mil, respectivamente). Portugal tem agora 4.580,8 mil pessoas empregadas.
Mas mais importante ainda é a população empregada, que regista um crescimento de 2,3% em comparação com o trimestre anterior e 1,5% face ao mesmo trimestre de 2014 (mais 103,7 mil e 66,2 mil, respectivamente). Portugal tem agora 4.580,8 mil pessoas empregadas.
Com mais estes indicadores
positivos para a economia portuguesa, percebe-se cada vez melhor a verdadeira
intenção da Comissão de Trabalhadores do INE, quando na segunda-feira passada
veio muito preocupada expressar "o seu repúdio pelo aproveitamento político que tem sido feito da informação produzida pelo INE, pondo em causa a credibilidade e independência da instituição e dos seus trabalhadores". Nunca antes a C.T. do INE tinha
tido uma iniciativa similar, mesmo em momentos em que os dados do INE eram
utilizados e abusados pela oposição, para criticarem as políticas do governo na
área do emprego, nomeadamente quando a taxa de desemprego atingiu os 17.7% em
Janeiro de 2013. Só por si este comunicado era já uma antevisão que
as boas notícias para o país, não se ficariam pelos 12,4% de desemprego em
Junho (valor mais baixo desde Julho de 2011), como hoje se verificou.
Sobre esta recente polémica
sobre a credibilidade, ou falta dela, dos dados fornecidos pelo INE, que para a
oposição só são credíveis quando lhes convém, Duarte Marques escrevia
ontem no Expresso que "acontece com o INE, com a OCDE, com o Eurostat, sempre que os seus dados e resultados dão jeito à narrativa da oposição qualquer instituição é credível, mas quando não servem o discurso catastrofista então aí já as entidades não prestam, há manipulação de números ou, segundo a nova tese de António Costa e talvez o seu maior grito/argumento de desespero “a realidade é muito diferente dos números e das estatísticas.”
Mas os mesmos números do INE começaram a deixar de ser fiáveis a partir do verão de 2013 (para a oposição incomodada com a recuperação do país) precisamente quando se começou a tornar óbvia a diminuição da taxa de desemprego, a um ritmo igualmente superior ao esperado. Mês após mês, o número absoluto de pessoas desempregadas desce, há 29 meses consecutivos.
Pelos vistos, os números são fiáveis quando dá jeito. É a conclusão que se pode retirar. Senão vejamos: a 30 Março de 2015, quando o INE anunciava uma (previsão) subida da taxa de desemprego de 0,3 p.p. para 14,1% em Fevereiro, o PS apressou-se a fazer uso desses números, sem questionar a sua fiabilidade:
Um artigo esclarecedor sobre a
verdade dos números do desemprego, que muita azia está a provocar na nossa
oposição, a ler aqui.
Adenda: Uma opinião insuspeita, a do socialista líder da UGT - UGT diz que qualquer descida do desemprego é "satisfatória".
Adenda: Uma opinião insuspeita, a do socialista líder da UGT - UGT diz que qualquer descida do desemprego é "satisfatória".
Título, Imagens e Texto: Paulo Lopes, “ Social Laranjinha”, 5-8-2015
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Obrigado, pela partilha
ResponderExcluirPaulo Lopes
Sobre a taxa de desemprego em Portugal
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