Luís Reis Pires
É a maior queda trimestral da população desempregada desde que há
registo. Emprego também aumentou. A população activa subiu em termos
trimestrais, mas continua a registar quebras homólogas.
Numa altura de grande polémica
em torno dos números mensais do desemprego, o Instituto Nacional de Estatística
(INE) avançou hoje a estimativa para a taxa de desemprego relativa ao segundo
trimestre: 11,9%, o valor mais baixo
desde o final de 2010.
É uma diminuição de 1,8 pontos
percentuais face aos 13,7% registados nos primeiros três meses do ano.
A população desempregada foi
estimada em 620,4 mil pessoas, menos 92,5 mil do que no trimestre anterior. É a maior quebra trimestral desde, pelo
menos, 1998, até onde vão os registos do INE. A segunda maior quebra
aconteceu precisamente no segundo trimestre de 1998, quando recuou em 65,3 mil
pessoas.
No entanto, é preciso ter
atenção na altura de fazer comparações, já que em 2011 houve uma quebra de
série. Ou seja, houve mudanças na metodologia e os dados entre 1998 e o final
de 2010 pertencem a uma série trimestral diferente dos dados a partir do início
de 2011.
O emprego também aumentou em termos trimestrais, num período que
apanha já o primeiro mês do Verão - altura em que surgem os trabalhos
temporários próprios da estação. A população empregada, estimada em 4.581
milhões de pessoas, aumentou 2,3% em termos trimestrais, ou seja, em 103,7 mil
pessoas.
Mas mesmo olhando para a
comparação homóloga - que permite descontar os efeitos da sazonalidade -, o
emprego aumentou: são mais 66,2 mil pessoas face ao segundo trimestre do ano
passado, ou seja, um aumento de 1,5%.
Já a população activa aumentou
em termos trimestrais, mas diminuiu em termos homólogos, continuando ainda
muito aquém dos valores pré-troika - algo que se explica, em boa parte, pelo
aumento da emigração durante o período do programa de ajustamento.
Os números do INE dão também conta de uma quebra significativa, quer em
termos trimestrais, quer em termos homólogos, da taxa de desemprego entre os
jovens e da taxa de desemprego de longa duração - pessoas que estão
desempregadas há pelo menos 12 meses.
Título, Imagem e Texto: Luís Reis Pires, Diário Económico, 5-8-2015
Grifos: JP
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