Jonathas
Filho
Tem
gente que está com medo até de lavar o carro nesses lugares cujo nome serve de
apelido a uma operação da mais alta esfera policial.
Um
dia a caixa preta de Pandora teria de ser aberta. E abriram.
Dela
estão saindo revelações que estão dando punchs
& jabs, criando uma atmosfera de tensão aos espectadores da aldeia que
agora ri dessa luta com escárnio, enquanto outros se envergonham de ver quanto descalabro
e outras sujeiras que estão saindo pela tubulação do esgoto da corrupção.
No
mesmo dia que abriram a Caixa de Pandora, também ligaram o ventilador espalhando
a lesma lerda nas paredes e nos muros
dessa aldeia, atingindo algumas figuraças com a lama fétida e deixando manchas
indeléveis nos alvos colarinhos brancos que motivavam a inveja dos menos
favorecidos.
Muita
coisa já era conhecida nesse ringue e apenas os lutadores da turba ignara e os
alienados do ritmo disseram não saber, porque a antena e o foco desses pobres inocentes
úteis sempre esteve voltada para outras arenas de “lutas” mais pagodícias, mais
fúteis-bolísticas, mais gluteocídias ou mais cervejistícas, não necessariamente
nessa desordem.
Agora
se deram conta que tocaram a campainha e esse round destruidor já passou da conta e estão, por enquanto, sentados
nos corners tendo um surto de agorafobia com medo de tudo e tomando cuidados,
pois não estão sentindo só nas faces, mas também na carne, na energia elétrica,
no supermercado, na entrada dos estádios e até na geladérrima loura que outrora
era feita com lúpulo e cevada; diga-se bons tempos aqueles.
Agora
também é revelado que a grande “bolsa” do torneio, o dim-dim de “alguéns” no
exterior, lá no extra-anjeiro cada dia aumenta mais. A palavra anjeiro ainda não tem sequer uma definição
nos dicionários, mas creio eu, ser o lugar onde se depositam os “anjo$” e como esses
“trocado$” estão depositados em Paraí$o$
fiscais, devo ter acertado no significado. Anjo$ moram nos Paraí$oS, né?
Dizem
as boas línguas que são cerca de 200
BILHÕES DE DÓLARES (fonte: Jornal
A Folha de São Paulo - 12.08.2015), porém, uns técnicos tem uma “visão”
de ser somente o “pixuleco” de 100
bilhões de dólares.
Alguns
desses “contendores” estão com receio dos impactantes hooks e uppers que serão desferidos de baixo para cima com a intenção de
atingir o queixo dos depositantes. Isso
me causa surpresa, pois será que nem o Tio Patinhas, mergulhado na sua piscina de
moedas de ouro, vendo essa luta pelo campeonato, não sabia dessa bolsa-prêmio? Assim
como nós, ele é um pato mesmo!
Estão
querendo repatriar essa polpuda dinheirama e já há até um Projeto de Lei do
Senado, o PLS 298/2015 de autoria do Senador Randolfe Rodrigues que estabelece o Regime Especial de
Regularização Cambial e Tributária – RERCT, para declaração integral e espontânea
do patrimônio de origem lícita transferido ao exterior, com pagamento de multa
de regularização, produzindo extinção de outras obrigações tributárias,
cambiais ou financeiras, bem como anistia e extinção da punibilidade do crime
de evasão de divisas, entre outros. Também determina o sigilo da declaração e
cria tipos penais.
Pois é, a Caixa de Pandora faz aparecer
certas coisas e desaparecer outras.
No nosso caso, a (nossa) PL 2 parece que
desapareceu pois até então nem tem previsão de ser lançada em desafio para
luta, desculpe, quero dizer colocada em pauta. Tal Projeto de Lei, se aprovado
no Congresso, garantirá as nossas complementações do Aerus. Entretanto,
advertem que é somente “enquanto durarem os
nossos estoques” de meses deste ano fiscal.
No atraso
de quase dez anos em que estamos nas cordas desse tablado, sendo fustigados por
repetidos socos além de outros golpes baixos dolorosos, principalmente
atingidos na cabeça e abaixo da linha da cintura, o que nos tonteia desde 2006 e
que tem sido o causador de nocautes definitivos em milhares de participantes do
Aerus, que infelizmente foram à lona e retirados sem vida desse ringue da
desigualdade.
Perseverança, meus amigos, pois não
podemos perder a consciência causada pela Síndrome
do 9º Impacto e tampouco cair em knock
down, porque não aguentaremos outra contagem até 10 novamente. Portanto,
recoloquemos os nossos gum shields para
proteger nossas bocas e dentes e continuemos na luta, de combate em combate.
Somos pesos-pena lutando contra pesos-pesados, mas ainda assim já suportamos
nove assaltos. Por isso, vamos fazer um B.O. na Corte Interamericana de
Direitos Humanos.
Que o Juiz Supremo no final, erga nosso
braço e nos recoloque o cinturão da dignidade, declarando-nos campeões por
nocaute técnico.
E que não joguem a toalha na Caixa de
Pandora...
Título e Texto: Jonathas Filho, sangrando no supercílio, na boca e no nariz, mas
continua de pé!, 13-8-2015
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