Cristina Miranda
Só pode ter sido um valente
lapso. Homenagear Salvador Sobral pela vitória da canção portuguesa no Festival
da Eurovisão, no Parlamento, com uma estrondosa ovação em pé de todas as bancadas, com
direito a almoço com Ferro Rodrigues (quase levado ao colo) e não terem feito o
mesmo, em 2016, com Tony Carreira quando recebeu o Título de Cavaleiro da Ordem das Artes e Letras Francesas, é distração, só pode. Este populucho
governo alegre e optimista que não deixa passar uma oportunidade para se
destacar nas vitórias dos outros, sejam elas quais forem, esquece uma
distinção destas onde um artista nosso é homenageado por um país estrangeiro a
par com Bob Dylan, David Bowie e Amália Rodrigues? Não, não, só pode ser
engano…
Até porque todos sabem que
Tony só tem 29 anos de carreira, 20 álbuns de originais, 60 discos de platina e
mais de 4 milhões de discos vendidos. Além disso, só esgotou em várias ocasiões
o Olympia e Zenith de Paris, o Emperors Palace na África do Sul, o Queens
Elisabeth nos EUA, a Brixton Academy em Londres. Isto claro, sem falar que foi
o primeiro português a encher as salas do Coliseu dos Recreios, Coliseu do
Porto, Pavilhão Rosa Mota, Meo Arena, Multiusos de Guimarães e Campo Pequeno… e
canta em português!!!! Ora, é claramente distração dos assessores deste
governo… só pode.
Porque quem faz do Parlamento
um prolongamento do Big Show Sic, onde já há muito tempo mais lembra um
programa de variedades, noutras um reality show ao estilo da “Casa dos
Segredos”, mais do que um lugar sério de trabalho, jamais poderia deixar
de fora uma vedeta (sim, é uma vedeta portuguesa), quer se goste ou não do que
canta, que move massas para o ouvir. Certo?
Acontece que o populismo
barato do qual sofre a geringonça não tem critérios. É ao gosto do “freguês”.
Melhor dito, o que mais “serve o freguês”. Neste contexto, é preciso ver
que Tony não vestiu t-shirts dos refugiados nem disse que agora tínhamos governo de jeito (coitadinho do
Salvador, ele bem que avisou que além da música, não percebia de mais
nada, no Alta Definição) e isso faz claramente a diferença. O
currículo são “peanuts”. Que interessa isso na vida de um artista? Nada, claro!
Por isso, Marco Paulo outro senhor da música portuguesa carregado
de discos de ouro e platina, com 50 anos já de carreira de sucessos,
que espere sentado, bem como TANTOS outros artistas conceituados. Isto não vai
lá sem umas t-shirts e slogans pró-geringonça. Está visto.
Francamente, nem oito nem
oitenta. Podiam ter-se ficado pelas congratulações e era suficiente. Mas não!
tinham de dançar o vira também! Somos pequeninos e ridículos e é por isso que
somos miseravelmente pobres, financeiramente e culturalmente. Não me lembro de
no Reino Unido alguma vez terem recebido na Câmara dos Comuns os Beatles que
eram monstros gigantes da música internacional ou agora os U2. E isso é o
que nos distingue dos países bem governados.
Por aqui se vê a “pobreza de
governo” que temos na condução do país, mas que é “rico” em “habilidades” para
distrair do foco essencial. As prioridades do Parlamento numa altura
muito delicada não são a economia, que por ela ainda não moveram um
dedo. São as manobras de diversão para desviar atenções como quem
desesperadamente anestesia um povo à conta dos sentimentos para que não vejam a
realidade. Assim o fazem todos os líderes desses paraísos
socialistas que vivem dramas humanitários (nós ainda nos safamos
graças aos empréstimos da UE) para que ninguém acorde do coma forçado e perceba
de repente que vive no inferno.
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