Aparecido Raimundo de Souza
Se nosso querido e amado
presidente, sua excelêêêência o doutor Michel Jackson Temer, formado em química
pela Universidade Federal de Camamu, na Flórida, “omem” digno, “onesto” aos extremos,
comprador e cumpridor de seus deveres, empunhado e empenhado, de corpo e alma
para oferecer dias melhores a todos nós, brasileiros, se sua sonsidade,
desculpem, santidade, por acaso tropeçasse de novo, logo adiante, com os
fofoqueiros Joesley e Wesley Batista, donos da JBS (a quem mentirosamente nosso
fumoso chefe da nação teria dado seu oval, perdão, aval para comprar o silêncio
de Eduardinho Cunha) quem assumiria seu lugar na cadeira de ouro puro do
deslumbrante Palácio do Planalto?
Antes de respondermos,
precisamos urgentemente esclarecer um detalhe de suma importância. Os senhores
Joesley e Wesley não devem ser levados em consideração, apesar de figurarem
como proprietários de uma empresa famosa, a JBS. Para quem não sabe, JBS se
traduz por “JOGAMOS O BRASIL NO SAL”. O Sarnador e também senador pela FIFA,
Ronaldo Juiz Nariszário de Lima no Peru, conhecido no meio das pelotas como
“Ronaldo Fenômeno”, teria outra definição. Segundo seus dotes pródigos, os
irmãos mexeriqueiros da JBS, a sigla desse grupo não se traduz, ou não pode ser
entendida como “JOGAMOS O BRASIL NO SAL”, tampouco para o “SACO”, o que seria
pior. JBS nada mais é, e deve ser entendida, de uma vez por todas como “JESUS
BREVE SALVARÁ”.
Mas indagarão as senhoras e os
senhores: salvará a quem??!! “Ronaldo Fenômeno”, furioso, respondeu, enquanto
suava o nariz na bandeira nacional e palitava os dentes com o mastro: “Cambada
de burros. Jesus salvará a Temer. A quem mais o filho de Deus apareceria para
tirar do sufoco? Mesmo chute na redondinha, no STF nenhum ministro daria
ouvidos ou créditos às palavras de dois delatores que, sem mais nem menos,
mancharam a JBS, JOGANDO BOSTA NA SALADA?!”.
Pois bem. Esclarecido esse
ponto, a resposta que todos esperam. Se sua excelêêêência o doutor Michel
Jackson Temer tropeçar e cair, quem assumiria seu lugar? Vamos por etapas e
safanões. Nos dois anos finais do mandato, a Conceição, perdão, a Constituição
prevê eleição direta em caso de dupla vacância (duas vacas lado a lado), ou
seja, a Lei Maior sinaliza eleição direta, seja na queda do presidente e do
vice por renúncia, afastamento ou morte, ainda que essa morte se dê por
decorrência de libelo ou susto.
Nessa fumaça do cachimbo
soprado entre a Esporrada dos Ministérios e a Praça dos Três Foderes, o
primeiro da linha sucessória imaginária seria o presidente da Câmara, Rodrigo
Saia, apesar do nome, usa calças e paletós da grife Hugo Boss. Em seguida,
viria o Senado, na pessoa do poposudo Comício Oliveira ou outra árvore
frutífera, como um delicioso pé de jaca. Na falta desses, o STF (Sem Tempo pra
Futricar), claro, botaria em cena, na frisótica e maricótica a dona senhora
ministra Cárnen, mil desculpas, Cármen Lúcia. Nesse interregno, Maia, ou Saia
(Saia, Maia), teria trinta dias para convocar uma eleição diretamente indireta.
Confusão formada, quem
elegeria o próximo sucessor? Sem sombra de dúvidas, os quinhentos e treze
vagabundos, os parlamentares de fino trato, da nossa estimada e garbosa
deputadaria, mancomunadas evidentemente com os oitenta e um sarnadores ou
senadores “sem sarnas” em uma sessão conhecida como bicameral (regime de
representação onde deitados em confortáveis bicamas das marcas Baleares e
Anelisas), os poderosos gritariam, berrariam, miariam, e se enfrentariam, entre
si, com as duas casas legislativas embaixo do mesmo teto, prevalecendo, sempre,
kikikiki, a pudicícia, a integridade, o garbo e o decoro, com votos abertos e
pesos iguais para todos os meliantes, perdão, caros leitores, participantes.
E quem seria o novo safado
pilantra que sentaria os fundilhos cagatórios na cadeira do gabinete do
terceiro andar do Palácio do Planalto?
Mesmo vácuo quem se mudaria com cachorros e papagaios, e muitas malas e
mochilas para encher até as bordas propinando a céu aberto com nosso dinheirinho
mirrado? A bosta da Conceição, de novo,
as nossas desculpas, a Constituição não especifica as regras de elegibilidade,
desde que a criatura seja brasileira, nascida em Belo Horizonte, ou em Caetés,
Pernambuco. Ter trinta e cinco anos e igual número de processos nas mãos de
Sérgio Moro e o mais importante, não ser irritadiço a vitaminas, notadamente as
“Pês”, ser filiado ou folheado a um partido, etc. Essa agremiação pode ser o
PT, Partido dos Trambiqueiros, ou mesmo do PMDB, Partido dos Malditos e Destruidores
do Brasil.
Um detalhezinho importante.
Para quem aponta buracos, buraquinhos e buracões na Carta Magna, sobre quem é
elegível, ou não, numa eleição direita, só poderia desfrutar do conforto e das
mordomias dos dois palácios e, de lambuja, do Janucú, aquela figura que se
desincompatibilizasse do cargo seis meses antes da marcação do pleito.
Seria, igualmente, necessário
aprovar uma PEC (Pecados Escondidos nas Cuecas, se homem e Calcinhas, se
mulher) para alterar as atuais regras do jogo. Dizem as más línguas, por
debaixo dos panos, no Congresso, já existirem iniciativas em torno do nome de
Espirro Teixeira da Rede-RJ. Em conclusão amadas e amados se a
Procuradoria-Geral entender (se assimilar) que houve crime no mandato atual. Se
for o pensamento em contrário, babau.
Em resumo, caros leitores,
toda essa palhaçada acabará em pizzas. Existe muita grana em jogo, muitos
interesses escusos, muita podridão, muita patifaria, e sujeira. O quadro
sistêmico dessa caoticidade só mudará se tivermos um STF transparente, uma
câmara distinta, um senado desanuviado de manchas e putrefações. Enfim,
prezados, veremos um país higiênico, esmerado, sensato, quando tivermos
parlamentares decentes, ministros insuspeitos e, sobretudo, um presidente que
honre a sua moral e a sua dignidade. Um cidadão acima de qualquer suspeita, que
tenha a decência de aparecer diante das câmeras de televisão, sem aquela cara
de merda de marieta arrependida, e dar a todos nós (representantes dessa classe
de ruminantes sem pastos e cocheiras, Manés e Isaltinas sem as alfafas
leguminosas e as forragens a base de feno e caldo de capim), uma resposta
coerente à altura das nossas imbecilidades e humildes ignorâncias.
Título e Texto: Aparecido Raimundo de Souza,
jornalista. De São Paulo, Capital. 20-5-2017
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