José António Rodrigues Carmo
Já disse várias vezes que não
aprecio o estilo de Trump, nem algumas das medidas do seu programa como, por
exemplo, o protecionismo económico.
Mas aprecio outras, como a
cautela com a imigração islâmica, o levantar de algumas regulações excessivas e
a simpatia para com Israel, em claro contraste com a triste herança de Obama.
Mas a guerra que lhe está a ser movida é impressionante.
A hostilidade e a
agressividade são absolutamente inéditas. Violência fascista em campus
universitários, impedindo a livre expressão de ideias por parte de
conservadores , uma imprensa elitista e urbana que nem sequer disfarça que há
muito deixou de se preocupar com a neutralidade e transformou algumas redacções
(NYT, WP, etc) em comités de propaganda e incitamento à
"resistência", uma candidata derrotada que se proclama líder da
"resistência", litigância jurídica sistemática em tribunais
"liberais" (isto é, nos quais a maioria dos juízes foi nomeada por
presidentes "democratas"), obstrução contínua nas nomeações para a
administração, filtragem sistemática de informações a partir da simpatizantes
"democratas" na burocracia federal, etc.
É isto que nos chega cá, pelo
trombone das nossas televisões cujos correspondentes nos EUA nem sequer
disfarçam a hostilidade ao Trump e que, nas notícias que enviam, são de um
facciosismo deplorável, com comentários, apartes jocosos, histórias sem
contraditório, etc.
Não admira o "consenso"
anti-Trump, que é visível mal se começa a trocar ideias sobre o que se passa na
América. As pessoas apenas conhecem a versão "certa", a da fortíssima
propaganda que lhes é martelada urbi et orbi, acompanhada por uma contínua
dissecação do que o Trump terá dito, ou pensado, ou feito, ou pensado fazer, e
que é SEMPRE, SEMPRE qualquer coisa muito má e muito feia. Até o Papa, que
acamaradou alegremente com ditadores e torcionários como o Sr. Morales, o Sr.
Castro e mais meia dúzia de comunistas e fascistas, não se exime de manifestar
o maior desdém pelo Trump.
Há alguns números que explicam
isto.
Há dias, no jantar dos
correspondentes na Casa Branca, verificou-se que mais de 90% dos jornalistas
acreditados eram simpatizantes ou declaradamente apoiantes do Partido
Democrata.
Dos funcionários federais que
deram dinheiro para as campanhas eleitorais, 95% apoiaram Hilary Clinton.
No Departamento de Estado (Negócios
estrangeiros), foram 99%, e no Departamento de Justiça foram 97%.
Não admiram os
"leaks" e o conluio com a imprensa.
Há uma guerra cultural em
curso e a esquerda não olha a meios para a vencer. Desde a mentira à
ilegalidade (passar informação interna para fora é crime), passando pela
violência e a censura, vale tudo.
O campo de batalha desta
guerra cultural é a opinião pública, e infelizmente o estilo do senhor Trump
não ajuda nada.
Título e Texto: José António Rodrigues Carmo, Facebook,
19-5-2017
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