terça-feira, 23 de maio de 2017

CBN diz que há diferença de seis minutos e 21 segundos entre os áudios. Situação é de CAOS institucional

Luciano Ayan

Já no fim de semana a defesa de Michel Temer dizia que o áudio da conversa entre Michel Temer e Joesley Batista havia sido editado. Mesmo assim, Rodrigo Janot [foto] e a Rede Globo insistiam que o áudio não tinha sofrido edição alguma.


No sábado a Folha divulgou que um perito havia identificado quase 50 edições. A Rede Globo tentou assassinar a reputação deste perito. Nesta segunda, um novo perito, Ricardo Molina, disse que a gravação era imprestável e cheia de furos. Mas o site O Antagonista, que tem repercutido a narrativa da Rede Globo, disse durante a tarde que havia obtido uma cópia da gravação original e que a duração era a mesma: 38 minutos e 48 segundos. Pode ter sido um engano.

Havia um argumento de que essa era a mesma duração do programa da CBN que Joesley ouvia ao chegar e ao sair do encontro com Temer. Pois conforme o site da CBN, existe uma diferença de seis minutos e 21 segundos entre o áudio da conversa do empresário Joesley Batista e o presidente Michel Temer, divulgado na quinta-feira, e a programação original da Rádio CBN da noite de 7 de março.

Como diz o site, “também é possível identificar no início e no final da gravação de Joesley o som da rádio CBN antes e depois do encontro dele com Temer no Palácio do Jaburu. O total da gravação tornada pública pelo Ministério Público Federal tem 38 minutos e 48 segundos. Após dez segundos de ruído, começa-se a ouvir um trecho da edição do Repórter CBN de dez e meia da noite, apresentado por Tânia Morales. Neste ponto, eram exatamente dez horas, 31 minutos e quatro segundos”.

O que mais assusta nisso tudo é a gravidade de toda a situação, pois estamos tratando de um acordo feito com os Irmãos Friboi com um recorde de vantagens, tanto que tudo foi definido apressadamente, garantindo que eles estivessem o mais rápido possível nos Estados Unidos. Com ambos os irmãos nos Estados Unidos, ficaria difícil prendê-los novamente pela adulteração da fita. Resta saber a intenção de Rodrigo Janot ao tomar essa decisão, mas claramente ele pode ser responsabilizado por não ter feito a perícia da gravação.

Estamos diante simplesmente diante de uma ruptura institucional de consequências imprevisíveis a partir de agora. Podemos dizer que este, sim, é o fim da república. As instituições passam a perder o sentido e não há mais qualquer estabilidade.

Isso precisa ser esclarecido com toda a urgência, já que há muita coisa estranha em todo esse acordo com os Irmãos Friboi. Observe que agora tanto os casos do acordo assinado apressadamente como a ausência de perícia dão um tom de ruptura institucional completa. Os esclarecimentos precisam ser feitos com urgência. 
Título, Imagem e Texto: Luciano Ayan, Ceticismo Político, 23-5-2017

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