Luciano Ayan
O autor e petista de
carteirinha Marcelo Rubens Paiva usou sua coluna do Estadão para tentar
intimidar pessoas de direita que, pertencendo ao esporte, protestam contra a
extrema-esquerda.
O título da coluna foi Polarização política e ódio chegam ao futebol.
Basicamente, para a extrema-esquerda ódio é qualquer discordância em relação ao
pensamento totalitário de socialistas como Paiva.
Ana Paula Henkel [foto], ex-jogadora
de vôlei da seleção brasileira e atual jogadora de vôlei de praia, não deixou
barato.
Ela escreveu, ao Estadão:
“Na coluna publicada neste
jornal em 11/05/17, assinada por Marcelo Rubens Paiva, meu nome foi citado na
polêmica que envolveu o ex-jogador Casagrande e sua crítica a dois atletas em
atividade que cometeram a ousadia de externar suas preferências políticas sem
prévia consulta a qualquer comissariado ideológico.
Numa entrevista em 08 de
julho de 2016 para a jornalista Mariana Godoy, o próprio Casagrande reclamou
(com razão, diga-se) que jogadores não se envolviam em política. Como agora ele
critica Felipe Melo e Jadson apenas por menções rápidas ao tema, acredito que
Casagrande possa esclarecer se há pensamentos politicamente corretos e
autorizados e outros não, assim as personalidades ligadas ao esporte podem
evitar o constrangimento de emitir opiniões incômodas.
A coluna também parece
sugerir que todos que se colocaram contra o regime instaurado no país em 1964,
do qual sou crítica, eram “democratas”, o que não é verdade. Os dias não eram
assim. Alguns ex-guerrilheiros, como Fernando Gabeira, já comentaram exaustivamente
sobre as motivações de muitos opositores e que tipo de regime sonhavam
instaurar no lugar no Brasil, por isso não é necessário repetir.
Outro ponto curioso do
texto do colunista é a ideia de que os militantes da ideologia que ele
aparentemente compartilha com Casagrande seriam mais sofisticados, polidos e
tolerantes do que os outros. Como “prova”, dois ou três tweets pinçados
cuidadosamente em meio a milhares de reações.
Como sou alvo frequente de
todo tipo de ataque, grosseria e ameaça, não apenas como personalidade pública,
mas também como mulher e mãe, convido a todos que pensem assim que acompanhem
com atenção, na terra de ninguém das redes sociais, se algum dos lados do
espectro político possui monopólio da educação, da empatia e da virtude.
A única “intolerância”
aceitável por qualquer democrata é aquela contra todos os autoritários que
sonham em cercear a liberdade de pensamento e expressão alheia. Sou uma
defensora intransigente de que todos possam ter suas preferências políticas e
falar delas livremente no debate público.
Se Casagrande e Marcelo
Rubens Paiva concordam que é no debate livre e democrático de ideias que
podemos avançar, temos muito mais em comum do que talvez suponham neste
momento.”
Em suma, Casagrande e Paiva, por serem socialistas, não admitem a
expressão adversária. Para tal, rotulam qualquer discurso oponente de “discurso
de ódio”.
Claro que jamais abrirão o bico quando gente como Mauro Iasi diz que
“conservador deve ser tratado na bala”. Aí tudo está liberado, como era de se
esperar.
Ana Paula faz bem em deixar claro que a expressão da opinião
discordância é a essência da democracia. Sem essa liberdade a própria
democracia deixa de fazer sentido.
Paiva apenas se expôs como um censor autoritário, cujas ideias
causariam muito mais violência se estivéssemos na Venezuela ou em Cuba. Mas
aqui ainda estamos no Brasil, onde pessoas como Ana Paula – que inclusive mora
atualmente nos EUA – podem se expressar, goste Paiva ou não.
Título, Imagem e Texto: Luciano
Ayan, Ceticismo Político, 23-5-2017
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