Luís Campos Ferreira
Temos de defender o futuro das nossas
crianças, da nossa civilização
Há poucos anos, ficámos
chocados com os violentos ataques a escolas e os raptos de meninas pelos
fundamentalistas do Boko Haram, no norte da Nigéria. Mas a distância, física e
mental, cedo apagava em nós o incómodo da triste sorte dessas crianças e do
terror por elas vivido.
Agora tudo mudou. O ataque de
Manchester, num concerto onde assistiam sobretudo crianças e adolescentes, muda
ou devia mudar tudo. A ditadura do politicamente correto pesa muito sobre a
consciência ocidental mas chega um dia em que as verdades têm que ser ditas.
Começando por assumir as
diferenças civilizacionais, culturais, políticas e religiosas que existem entre
a Europa e o mundo do Islão, com os seus 1,6 mil milhões de pessoas. Estas
diferenças existem e têm uma expressão real no nosso quotidiano e na forma como
encaramos a vida.
Pensemos na liberdade de
expressão, de religião e de cultos, nos mais básicos direitos humanos e
cívicos, na igualdade entre homens e mulheres. O que tem acontecido é que
apenas a Europa tem feito o esforço de aproximação, com uma tolerância infinita
e uma abertura que não encontra eco do outro lado. Porque há lados, também. Não
estou, obviamente, a confundir o islamismo com o terrorismo islâmico. Mas o
primeiro tem servido, abusivamente, de justificação para o segundo. E o que se
vê é que da parte do Islão não há um esforço proativo para reduzir a
proliferação do radicalismo e do fundamentalismo que levam aos atos
terroristas.
A integração é uma estrada de
duas vias, não só de uma. Tem que haver vontade de colaboração dos dois lados,
tem que se ir aos locais de onde irradia o terrorismo e enfraquecê-lo lá, tem
que se aprofundar os serviços de informação e, se necessário, ter uma política
mais securitária, sim. Sem preconceitos, temos de defender aquilo em que
acreditamos. Defender o futuro das nossas crianças. Da nossa civilização.
Título e Texto: Luís Campos Ferreira, Correio da Manhã, 25-5-2017
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