Cristina Miranda
Em abril de 2015, doze
economistas entregavam ao candidato a primeiro-ministro, António Costa, um Plano Macroeconómico que previa um autêntico milagre
nas contas do país, sustentado no estímulo ao consumo interno e aumento do
investimento público. Fizeram parte dessa proposta nomes que se encontram neste
momento a governar: Galamba, Centeno, Rocha Andrade, Vieira da Silva, Caldeira
Cabral entre outros. Umas mentes luminosas que tinham a solução divina para nos
colocar ao lado da Suíça num ápice (ah! ah! ah!) Mas o Plano era tão bom e tão
credível que, ao contrário do Documento Estratégico Orçamental do então governo
PSD/CDS, devidamente auditado pela UTAO e CE, neste do PS, não foram facultadas
as folhas de cálculo que levavam a tais conclusões. Curiosamente também, o dito
“plano macroecomico”, entretanto, desaparece da net. Pormenores…
maiores.
A pressa era tanta para o pôr
em prática que depois da derrota eleitoral, e por sugestão do PCP, construíram
uma Geringonça. Até aqui tudo bem não fosse a fome desmesurada que esta gente
tem de engordar e enriquecer o sector público em detrimento do sector privado.
Quem não conhece o ódio de estimação dos comunistas à iniciativa
privada? Ora bem, nesse sentido, e sem acautelar o futuro, reverter
e repor passou a ser a ordem do dia. Em apenas 1 ano, fizeram disparar
a dívida pública em mais 9,5 mil milhões de euros, ou seja, um aumento de
5% do PIB. Dito de outra forma, foram 24000€ por minuto de aumento de dívida
pública com 12000€ por minuto de aumento de crédito ao consumo. Quem foi que
disse que o plano macroeconômico destes ilustres economistas não promovia o
crescimento? Ups! Não era este…
Cedo perceberam que o caminho
traçado estava logicamente errado e era necessário corrigi-lo DEPRESSA sob pena
de sanções por não cumprimento das metas do défice em 2016. Que fizeram? Numa
ação desesperada meteram a viola das políticas defendidas no saco e
seguiram rumo às medidas de emergência: travaram a fundo o investimento
público (o mais baixo da história), suspenderam abruptamente pagamentos no
sector público entre outras medidas pontuais irrepetíveis, para se
manterem à tona. Com isso conseguiram o dito défice que nos retiraria do
Procedimento Défice Excessivo, ao reduzir 0,8% ao défice de 3% deixado pelo
anterior executivo. Mas onde diabo está a genialidade disto?
Antes de mais há que relembrar
que se estivemos nesta luta gigante e sufocante de redução de défice excessivo,
devemos todo esse esforço ao brilhante militante do PS e outrora Primeiro-Ministro de Portugal, Sr. (engenheiro, já não) Sócrates (e seu número dois em 2007 e 2008, António Costa) que deixou o país com um generoso défice de 11% que nos hipotecou a vida. Sem
ele, hoje, ninguém estaria aqui a puxar dos galões sobre a heroica redução do
défice. Depois, referir que, não obstante o mérito de quem (o PS) à última da
hora compreendeu que, ou fazia inversão de marcha ou colidia com a parede, a
verdade inquestionável é que se o anterior executivo não tivesse
reduzido de 11% para 3% (uma redução de 8%!!!), JAMAIS esta geringonça
atingiria a meta com um miserável 0,8% de redução. Qualquer burro
cego vê isto.
Se os ventos sopraram a favor
na concretização deste milagre do défice e crescimento económico foi tão
somente porque não houve tempo de estragar mais a economia implementando
medidas desastrosas. E assim, o turismo catapultou os números, as exportações
também. Sem empecilhos, a economia foi fluindo como sempre o faz quando
os governos não interferem nela. Mas… claro, não obstante a galinha de ouro ter
feito o milagre do crescimento, e já o PS com a ajuda de sempre dos seus
parceiros, prevê matá-la… Veja-se a última proposta sobre o alojamento local. Sem falar das propostas
para taxar ainda mais os lucros das empresas, da integração indiscriminada de
precários , aumento de contratações por via da redução de horário para 35h ou
da última de Catarina que prevê reverter a privatização dos CTT.
Anedótico! Catastrófico!
Sair do PDE ao fim de 2784
dias, dos quais só 365 são mérito do governo atual, é sem sombra de dúvida
muito positivo e felizmente para nós que, mesmo à última da hora, PS
inverteu a trajetória. Mas a pergunta é: se conseguimos o défice à
conta exclusivamente do martelanço obsceno das contas públicas ao mesmo tempo
que aumentamos a dívida e já estamos a criar empecilhos legislativos que
algemam a iniciativa privada e comprometem o investimento, que futuro nos
reserva este governo? A mesma dúvida paira no seio da CE, DBRS, Fitch.
Porque milagres só acontecem,
quando acontecem, uma vez na vida…
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