Valdemar Habitzreuter
O cenário político brasileiro
desenrola-se dentro de uma bolha frágil com os últimos acontecimentos
envolvendo o presidente Temer em corrupção. Não sabemos quando ou se vai
estourar e das implicações daí decorrentes. Temer, pego de calças curtas em
mentiras, reluta em abandonar o cargo e quer salvaguardar seus projetos de
reformas e vê-los aprovados no Congresso. No entanto, o estrago
político-econômico-social causado pelos irmãos Batista foi enorme e as reformas
correm sério risco de não serem aprovadas, recolocando o país na estaca zero na
recuperação econômica. O único prejudicado será o povo que tem de, mais uma
vez, suportar este baque e encarar um futuro imprevisível, talvez negro.
A guerra que se armou em torno
do episódio Joesley/Temer foi de dimensão tal que o país novamente parou, sem
impulso para seguir adiante em sua recuperação do caos que as administrações
anteriores o deixaram, e mesmo com chances de rolá-lo novamente para o fundo do
abismo onde se encontrava.
Há, sim, este perigo, por conta
de forças conflitantes: o Judiciário açodadamente incriminou o Presidente sem a
devida austeridade na análise das delações da JBS: os Batista, criminosos
confessos, saíram incólumes e obtiveram salvo-conduto para se refugiarem no
exterior; o Presidente, por sua vez, defende-se e se diz inocente da armação de
que foi vítima; a oposição faz barulho e obstrui os trabalhos no Parlamento; as
ruas foram tomadas pela CUT, MST, PETRALHAS, sem compromisso com a recuperação
do país. É uma guerra caótica e o que conta é conservar o caos.
Ademais, pelo outro front, a
Lava-jato, que luta por um país renovado e sério, vê-se ameaçada de perder sua
força com as investidas sorrateiras de políticos e juízes corruptos com o fito
de enfraquecê-la, por mais que digam que ela veio para ficar e combater a
corrupção; a aprovação da lei de abuso de poder caminha neste sentido; a
nomeação do novo ministro da Justiça Torquato Jardim já sinalizou que pode
trocar o diretor da PF; a própria força tarefa da Lava-jato já sinalizou a redução
de verbas a ela destinada; e, assim, aos poucos, sem que a sociedade perceba, a
Lava-Jato poderá ter o mesmo destino que a “Mãos Limpas” italiana que os
políticos de lá conseguiram desmontar em prol de seus próprios interesses, e
logo em seguida sendo empossado como primeiro ministro o corrupto ‘capo’
Berlusconi.
A maioria de nossos tão
“dedicados representantes” quer se safar das condenações de seus crimes e
permanecer dentro do jogo político corrupto, e um dos maiores interessados para
que a Lava-jato vire pizza é o ‘capo-mor’ da corrupção: Lula, de olho na
presidência... sua militância e seus aliados não se cansam de armar estratégias
para que isto aconteça e gritar por diretas já. Deus nos livre dessa
desgraça...
Título e Texto: Valdemar Habitzreuter, 29-5-2017
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