Mauro Oliveira Pires
Vasco Pulido Valente, em
entrevista ao Expresso, aborda um tema tremendamente interessante que tenho já
desenvolvido aqui e que pessoas mais perto do meu círculo de leitores e amigos
mais atentos já conhecem: Passos é o futuro do PSD. É um tema que não largo
pela importância em questão da pessoa, Pedro Passos Coelho é tratado pela
esquerda caviar e muita gente da “direita”, como se fosse mais um, ou aquele
palito que se perdeu na palha que a cor é tão próxima que ninguém consegue
mergulhar em tamanha carneirada de palha.
Mas, lá está! Passos não é
igual à “manada”, foi tão diferente, irreverente e com um pensamento
estruturado para o futuro do País que ninguém lhe perdoa tal indelicadeza de
não fazer parte da família Oligarca Socialista vigente. Ser diferente em
Portugal paga-se com isso, inveja, jogadas de bastidores, traição e falsos
sorrisos. A facada final a Passos foi a mistura disso tudo e tão concentrada
que o veneno se virou contra o feiticeiro.
O veneno, esse, as tais
facadas, viraram-se contra Rio, se o PSD de Passos estava “amorfo”, “acabado” e
o de Rio iria trazer os tais ventos de esperança, saiu talvez dos maiores flops
de sempre desde Santana e Marcelo.
Rio não tem carisma, não faz
oposição a Costa que é mais fácil do que se imagina, pois, para além de
tamanhas calinadas gramaticais do Primeiro Ministro, digno de um ser mais
recôndito e estranho lugar do planeta, Rio tinha ainda dados orçamentais que
este Governo inverteu toda a sua estratégia desde o início da sua governação,
Centeno cativou em vez de gastar, Centeno elaborou a mais restrita mão de ferro
desde Salazar nas Finanças em 1928, Centeno controla todos os outros ministros
e Centeno faz o que precisamente Vitor Gaspar fazia em anos de Troika, mas que
Costa rejeitou absolutamente nas eleições de 2015 e com o apoio público que deu
ao Syriza.
Tudo isto porque a direita em
comunicação, em arranjos conjuntos e Marketing vale, como se diz na Amadora,
BOLA! Por oposição a este PSD, ou PS II, como queiram chamar, o PSD de Passos
Coelho tinha capital político quer se gostasse ou não, tinha o símbolo da
resistência e garantia de independência face aos interesses, tinha o capital da
credibilidade de ter salvo o País da pior crise financeira de sempre e que
muitos hoje falam pouco, mal e como se tivesse sido fácil gerir com pinças um
País de aventais e parasitas no poder.
Por isso, não são
Sebastianismos, não é falar mal por falar, não é fazer de Maya e elaborar
previsões da volta de Passos, é simplesmente constatar o óbvio, a “direita” é
socialista, a “direita” não é a alternativa, porque não tem discurso, é
politicamente correta, é enfadonha e pobre de espírito. Pobres ainda mais são
os seus eleitores por não terem em quem votar.
Passos agregava os votos dos
Liberais, alguns do centro, do CDS e até dos votantes do PS do Norte, tudo
porque:” Ele até me retirou o subsídio de natal, mas levou o barco para onde
quis, ou seja para bom porto“. Todos subestimaram o efeito da sua saída, até
gozaram, hoje é o que se vê, um PSD a caminho de Alcácer Quibir (Obrigado,
Vasco!).
A estratégia de Costa é
tornar-se absoluto no poder no plano interno da governação. Depois da passagem
a Primeiro-Ministro, Costa quer enfrentar Marcelo ou substituir-lhe. Este é o
medo de Marcelo. Este devia ser o medo de todos nós, perpetuar o poder a um
homem perigoso, de mentalidade ainda mais perigosa que só pensa no seu ENORME
ego. É pena que o PSD deitou fora o único que o derrotou, sim, derrotou, Passos
derrotou António Costa por mais geometrias e matemáticas que façam.
Para terminar. Se repararem,
meus caros, Catarina Martins tinha ataques de gritos semanais, diários ou até à
noite com Passos, a Jerónimo até lhe cresciam mais rugas com tanta mão e punho
ao ar contra Passos. Já com Rio, esse para eles é uma Jarra e não falam dele, e
quando falam são uns minutos. Um líder quando incomoda é porque tem valor e, como
veem, Passos tinha-o.
E não, Passos não é passado,
Passos é o futuro, é liberal, acredita na liberdade individual, e também é
pragmático, porque sabe que num país com mais de 40 anos de socialismo a
cassete não se muda assim, Portugal é um caso à parte da Europa como sempre
foi, e não é agora que deixaria de ser tanto para o lado positivo como para o
negativo. Não vamos encontrar outro assim, a não ser que conheçam alguém anti-sistémico
e liberal ao mesmo tempo com dotes carismáticos pelo meio. Apontem-me se faz
favor, é que não encontro.
Título, Imagem e Texto: Mauro Oliveira Pires, Portugal Gate, 5-7-2018
Relacionados:
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Não publicamos comentários de anônimos/desconhecidos.
Por favor, se optar por "Anônimo", escreva o seu nome no final do comentário.
Não use CAIXA ALTA, (Não grite!), isto é, não escreva tudo em maiúsculas, escreva normalmente. Obrigado pela sua participação!
Volte sempre!
Abraços./-