Agência O Globo
Fundo de pensão Aerus não tem previsão de
quando vai pagar benefícios de outubro
Tribunal Regional Federal da 1ª Região
(TRF1) determinou, em decisão liminar desta terça-feira, que a União retome os
repasses para pagamento dos aposentados e pensionistas do Aerus,
fundo de pensão dos ex-funcionários de Varig e Transbrasil,
que está em liquidação extrajudicial. Em setembro, os assistidos pelo fundo
receberam apenas 60% do valor de seus benefícios. E não há previsão de quando
sai o pagamento de outubro.
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Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil |
Com isso, o pagamento deste mês do
Aerus não será depositado nas datas previstas, dias 2 e 3 de outubro, afirmou
Luis Gustavo da Cunha Barbosa, liquidante do fundo.
— Foi pedida a normalização dos
depósitos, incluindo os 40% que não foram pagos em setembro. Se a União retomar
o repasse, o pagamento será imediato. Se não, na pior hipótese, a opção será
fazer um levantamento dos recursos disponíveis e calcular o que todos os
credores teriam a receber de forma isonômica, respeitando as classes
prioritárias para os pagamentos, mas só após o julgamento do mérito final da
ação — diz Barbosa.
O Aerus tem cerca de 6.550 assistidos
e uma folha de pagamento mensal de R$ 32 milhões. A briga dos beneficiários
para garantir o pagamento se arrasta há mais de 15 anos na Justiça.
A entidade passou por uma intervenção,
determinada em 2006, por causa das dificuldades que enfrentava para constituir
reservas financeiras e pagar integralmente os benefícios.
Em 2014, a Superintendência Nacional
de Previdência Complementar (Previc) decretou a liquidação
extrajudicial do Aerus. No mesmo ano, em liminar, a União foi condenada a
antecipar o crédito devido ao fundo na ação civil pública movida pelo Sindicato
Nacional dos Aeronautas (SNA) e pela Associação dos Aposentados e Pensionistas
da Transbrasil (AAPT).
A União foi responsabilizada pela
quebra do Aerus, explicou Lauro Thaddeu Gomes, advogado das duas entidades,
porque ela autorizou a Varig a descontar a contribuição de seus funcionários e
não repassá-la para o fundo.
No comunicado que enviou ao Aerus em
agosto, o governo comunicou que estava fazendo um depósito final de R$ 22,27
milhões para o fundo, alegando que havia quitado o montante que deveria
repassar.
A decisão de ontem é assinada pelo
desembargador federal Daniel Paes Ribeiro e atende a pedido
da Associação dos Participantes e Beneficiários do Aerus (Aprus).
O magistrado reforça que a
determinação judicial para que a União faça os depósitos em benefício do Aerus
não estipula limites de prazo tampouco de valor para os repasses.
Ele frisa ainda que, para suspender os
pagamentos, a União deveria ter formulado um requerimento ao TRF1 apresentando
provas pertinentes de que teria quitado suas obrigações, “não se prestando,
para tanto, a mera comunicação de que deixará de honrar com a obrigação imposta
no comando judicial”, diz na decisão.
Segundo informações prestadas pelo
gabinete do desembargador quando o repasse foi suspenso pela União, o processo
será julgado o mais rápido possível, embora não seja dado um prazo para que
isso ocorra.
A União informou que ainda não foi
notificada oficialmente da decisão da Justiça.
Título e Texto: Agência O Globo,
Época Negócios, 2-10-2019, 18h02
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AVE DANIEL
ResponderExcluirALEA JACTA EST
VINI, VIDI, VICI,
Uma boa causa não teme nenhum juiz.
ResponderExcluirPúblio Siro