terça-feira, 3 de dezembro de 2019

[Aparecido rasga o verbo] O fabuloso e precisante efeito dominó

Aparecido Raimundo de Souza

O BRASILEIRO É BURRO POR NATUREZA. Ou por natureza é burro. Como a ordem dos cantores não altera a apresentação dos atores… Quando mencionamos “BRASILEIRO”, generalizamos, logo de cara, na fuça, para não perdurarem dúvidas a depois. Portanto, o brasileiro, de fato, sem tirar, nem pôr, é burro desde o instante da sua concepção, ainda na barriga da mãe. Ora, se traz consigo essa fama, desde quando (ainda não) nasceu, subentende-se que a burrice germinou com ele e se desenvolveu à medida em que os anos passaram. Alguns brasileiros, verdade seja dita, nessa mediocridade da separação do joio do trigo, se salvaram.

Acordaram para a realidade. Nesse deixar de dormir, abandonaram a ideia de ser burros de carga. Em lado oposto, outros mais tapados que a vagaba da justiça, ultrapassaram além das expectativas. Aliás, superam todas as probabilidades. Trocaram a burrice pela jumentice. Dito de forma que não pareça muito indigesta.  Passaram a agir e a pensar como jumentos. Há os que nasceram burros, ou lezados, depois viraram cavalos. Da mesma forma, os equídeos cavalgadurados e broncos terminando, evidentemente, revestidos nas peles cafungosas dos onagros.

O passar dos anos, através dos “anus”, ajudou deveras nessa transmutação, tanto física como moral, o que nos levou a ponderar de modo definitivo que os brasileiros tomaram, para si, as asnosidades dos tolos e cabeçudos. Perguntarão os senhores que nos leem: por que o brasileiro tem, ou carrega consigo, essa peculiaridade de passar em tão pouco tempo, da disposição de burro para a função asnática e vice-versa? Em pesquisa realizada recentemente pelo doutor Claustrofibócio Mindrofuntio do Carmo Pueirinha, professor da cadeira de “Coisas Esquisitas e Outros Achados” da Universidade de Massachusetts, em Boston, dito mestre concluiu que “o brasileiro já traz, no sangue, por consanguinidade,   a miopia galopante e desordenada dos beócios e estólidos, mal  incurável de uma espécie degenerativa de doença contagiosa que ataca diretamente o cérebro do indivíduo”. 

Pasmem, amados! O retardamento da miopia contagiante fere mortalmente as criaturas desde os tempos em que os homens viviam em cavernas e comiam capim com cenoura raladinha. O doutor Claustrofibócio Pueirinha voou mais longe e descobriu, igualmente, que após terem se cansado desse alimento (o capim e a cenoura), os homens passaram a comer merda. Não a enlatada. A merda pura mesmo. De tanto mandarem para as tripas essa bostaria, viraram jumentos. De jumentos a medíocres asnos, ou asnos medíocres, uns poucos tirinhos de revolveres à moda Lula Fula da Silva bastou para resolver o quadro.

Daí, senhoras e senhores (apenas como ilustração), o apelido acrescentado ao seu nome, “Mula” não tardou a calhar e se fazer evidente. Pois bem. Nesse furdunço algazarreado, o brasileiro burro, perdão amados, o brasileiro asno, destituído completamente das suas elucubrações mentais, acorrentado aos colhões do PT, emparedado pelas falcatruas das empreiteiras do amigo do amigo do meu pai (desculpem, do pai dele), o brasileiro, coitado, sem ter para onde correr, virou garotinho de recado. Pau mandado. Sujeito sem iniciativa. Sem noção ou desnocado. De modo idêntico, portanto, a mesmíssima coisa, fazendo somente aquilo que mandavam, obedecendo cegamente, sem contestar, sem pestanejar.

Juridicamente, um Mané elevado ao quadrado, ou ao cubo, como diria Leon Eliachar, “um obediente cativo, um lacaio otariamente subserviente”. Ora senhoras e senhores. Vamos e venhamos e, de quebra, convenhamos: se o brasileiro fosse esperto, inteligente, ativo, apurado, manhoso, sabido, raposeiro, safo (safo, aqui entendido, na concepção de ladino. Não confundam, pelo amor de Deus, com safo, de safadeza, ou bandalheira. Safadeza e bandalheira é com o pessoal do STF). Repetindo: se o brasileiro fosse esperto, soubesse onde se acha a ponta do nariz, e não só ele, os olhos e os ouvidos, não se deixaria levar por uma cáfila de impudicos e tampouco por uma alcateia de chicanistas.

Acima de tudo, tomaria tenência, se embriagaria da mais pura e lídima cautela.  Ainda que a toque de caixa, se resguardaria, se poria de sobreaviso, se desvelaria em um prático vigilante e se pugnaria zeloso e arisco. Gritaria, berraria, latiria, se preciso fosse impondo, acima de tudo, a sua vontade majestosa.  Se fosse músico faria o impensável. Meteria a boca no trombone e passaria os cinco dedos nas varas desses instrumentos que são utilizados com varas (logicamente) e orquestraria uma bela e memorável “surra musical” no lombo de todos esses ladrões pervertidos que vivem às custas de seus “irmãos” lá no penico do mundo, a saudosa Brazzzilia.

Todavia, os despautérios, as patetices, as fatuidades e as toleimações, imperam. Jorram aos borbotões. Falam mais cumeadas e, no conjunto, os demais (brasileiros e brasileiras) tomam cotidianamente no pescoço em francês. Afinal de contas, o que pretendemos sinalizar com essa lengalenga? Simples! Bucólico como arrancar balinhas e pirulitos de indefesas criancinhas. Se o brasileiro fosse esperto, cortante, ágil, destravado, “maneiro”, agiria para melhorar as coisas a seu favor. Vejam alguns exemplos rápidos e sobretudo eficientes. A carne aumentou? Legal! Deixa de comer carne. A cesta básica foi lá em cima? Chegou a ferir as tetas da miSinistra ‘Carne Lúcia?’. Compre o básico! Gaste o mínimo.

A gasolina foi às estrelas ou à escala do ilustre capa preta Luiz Fuxca deixar seu fusca em casa e passar a ir trabalhar no pardieiro junto com seus pares montado numa vassoura, a capa de bicha morcego servindo como asas?  Deixa de comprar gasolina! As passagens dos ônibus aumentaram? Pare de andar de ônibus! Pensem, senhoras e senhores! Ninguém comprando a carne, a cesta básica… Deixando de encher os tanques de seus veículos, os frigoríficos, os distribuidores de carnes, os supermercaditas, enfiariam as peças dos bois, as cestas básicas aonde? Em seus próprios rabos. Mesmo sentido, a gasolina.

Sem carros para abastecimento, a Petrobosta, os distribuidores de gasolina e seus derivados, os donos de postos destinariam a gasolina, o querosene, o álcool o etanol, a puta que pariu para queimar as pregas de suas bundas gordas. Falando sério. Não vemos outra saída. Mesmo rastro, as passagens dos coletivos. Sem o fluxo constante do material humano, “os passageiros”, os motoristas e cobradores ficariam a ver roletas sendo puladas por trombadinhas e delinquentes. No agravamento dos mundos, os prezados fariam greves nas portas das garagens das empresas implorando a volta dos passageiros.

Grosso modo, senhoras e senhores, a coisa se transformaria, se degringolaria descambando como peças de um imenso tabuleiro de dominó sendo tombadas uma após uma, numa sequência literalmente surreal. Se o brasileiro fosse esperto, deixaria os taxistas a ver navios. Os amigos do sistema Uber e outros aplicativos do gênero, a contar veadinhos em pleno sol do meio dia. O comércio de um modo geral pararia. Mesmo chute nas costelas, os bancos fechariam as portas, os trens deixariam os trilhos em paz, os aeroportos atopetados de aeronaves não ganhariam o céu. Sem clientes… sem alunos para pagar as matrículas caras…

O Brazzzil pararia. O comércio de norte a sul, de leste a oeste, estancaria. Seria um caos ao contrário, uma babel organizada, acondicionada em benefício do Zé Povinho, em Socorro da Maria Ferrada, em agasalho do Chiquinho Sem Dentes…  No geral, englobados, irmanados num mesmo propósito, esses seres sofridos, fodidos, mal pagos, mal-ajambrados… ganhariam a batalha. O governo, carente, sem eira nem beira, certamente viria, em cadeia nacional atrapalhar as nossas novelas atravancar nossos programas favoritos, para pedir ao povo que voltasse à vida normal. “Vamos abaixar o preço da carne, a gasolina, a cesta básica, as passagens dos coletivos, dos trens, dos aviões…”. “Se a vida normal deixasse de ser normal ainda que por algumas horas –, ensinava com muita propriedade o comediante Charles Guttenberg, popularmente conhecido como “Rapadura”, da ‘Praça é Nossa’, do SBT -, a normalidade voltaria às carreiras, numa pressa que ela mesma duvidaria estivesse acontecendo”.

Caríssimos leitores, para terminarmos, acreditamos piamente numa reviravolta estrondosa, espantosa, mas útil e necessária. Ainda veremos chegar o dia em que o brasileiro burro despertará desse torpor maligno que o definha. Nesse abençoado momento toparemos com a multidão andando por aí pelos infindáveis centros das cidades e capitais, Brazzzil à dentro e a fora, dependurada em suas patinetes, ou bicicletas, de skates, ou patins, de charretes ou de carrinhos de rolimãs, de carroças, de cavalos, de bois ou de jegues etc., etc... Para lá, a passos de tartaruga caminhamos... alos, de jegues, de jumentos, de bois...
Título e Texto: Aparecido Raimundo de Souza, de Vila Velha, no Espírito Santo. 3-12-2019

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