Carina Bratt
Amigas, vocês se lembram de
Louise Brown? Nas nossas “Danações” de hoje, vamos falar dessa jovem que ficou
famosa no mundo inteiro, desde que nasceu, há quarenta e dois anos atrás, ou mais
precisamente em 25 de julho de 1978. Louise foi a primeira criança viva a ser
concebida fora do corpo da mãe, ou seja, ela nasceu de uma proveta, um
recipiente de vidro em forma de tubo. Literalmente, um receptáculo ou conduto
que a medicina dos nossos dias atuais chama de tubo de ensaio. A expressão usada
na época, se espalhou mundo afora, como “Bebê de proveta”. Errado, claro!
Contudo, na época...
A denominação é enganadora,
pois sugere (ou naquela ocasião passava essa impressão) que o bebê, realmente
veio à vida concebido fora do corpo da mãe. Com os avanços da ciência, a
proveta se tornou “fertilização in vitro”.
E o que é a “fertilização in vitro?”
Na prática, uma criança de proveta nascida fora do útero materno, uma vez que o
óvulo da mãe é fertilizado (grosso modo, fecundado, estercado, preparado) fora
dos padrões normais, ou distante do corpo da mulher. A operação toda é complexa
e exige o domínio de várias disciplinas médicas. O trabalho pioneiro nesse
campo foi realizado pelos doutores Robert M Edwards e Patrick Steptoe.
“Uma possível candidata à
fertilização in vitro -, explica a
doutora Juliana Amato em seu livro Em busca da fertilidade - seria a mulher
cuja infertilidade deriva de problemas tubários, tais como trompas danificadas,
bloqueadas ou ausentes, mas que é saudável, não tem problemas de ovulação e
cujo parceiro é fértil”. E continua a doutora Juliana em sua explanação: “Quando
as trompas estão bloqueadas ou simplesmente não existem, é impossível. O que
acontece na natureza deve ser imitado com grande habilidade no laboratório, num
esforço de substituir artificialmente as funções vitais das trompas”.
E conclui: “O processo inteiro
da fertilização in vitro foi levado
quase à perfeição nos últimos anos. Novas técnicas e métodos tornaram-na muito
mais viável. Agora, quase todas as mulheres podem conceber e ter um filho, só
que o largo uso de drogas fertilizantes provocou um aumento na incidência de
nascimentos múltiplos depois dessa fertilização”.
Algumas clínicas famosas da
Inglaterra, da Austrália e dos Estados Unidos só em 2019, registraram uma taxa
de êxito da concepção in vitro de até
40%. Infelizmente, muitas clínicas têm
um índice muito baixo de sucesso. Uma pesquisa recente realizada pela Medical
Tribune em metade de (54) das 108 clínicas de fertilização in vitro registradas na Sociedade Americana de Fertilidade revelou
uma tendência dessas clínicas de inflacionar as taxas de êxito fornecidas a
repórteres, pacientes e ao público de uma forma geral.
Os preços dessas clínicas chegavam
a ser estratosféricos. Variavam de médico para médico (ou de especialistas para
especialistas), embora metade delas jamais tivesse mandado uma paciente com
filho para casa. Tais clínicas totalmente fracassadas trataram de mais de cinco
mil mulheres e ganharam uma soma bastante considerada em dólares. É verdade que
existe uma infinidade de clínicas muito honestas, bem dirigidas e
bem-sucedidas, tanto nos Estados Unidos como em outros países, inclusive aqui
no Brasil. O casal que deseja tentar esse tipo moderno de concepção deve
selecionar a clínica baseado numa avaliação muito cuidadosa de cada uma delas.
Vamos ver agora alguns tipos
de fertilização in vitro. As diversas
técnicas nessa modalidade dão à mulher várias alternativas. O método mais
conhecido, de acordo com a doutora Érica de Souza, ginecologista e infectologista
de São Paulo, é o que foi usado, há quarenta anos, na concepção de Louise Brown:
“colhem-se óvulos com um laparoscópio (ou videolaparoscopia) e faz-se a
fertilização num recipiente de vidro. O óvulo fertilizado (ou adubado, ou ainda
habilitado) é introduzido na mulher. Esse ainda é o tipo mais comum – embora
não seja o mais bem-sucedido – de técnica de proveta. Em vez de coletar os
óvulos através de, repetindo, um laparoscópio, é possível aspirá-los – com a
orientação do ultrassom – com uma agulha enfiada através da vagina ou da
bexiga, o que dispensa a laparoscopia. Em seguida os óvulos são fertilizados
num recipiente de vidro e recolocados no útero”.
![]() |
Louise Brown esperando o seu segundo bebê, julho de 2013 |
Uma nova técnica de
fertilização in vitro, o assim
chamado método GIFT (Revista do Bebê – ou (transferência intra falopiana de gametas),
é mais simples e mais bem-sucedido que a técnica original da proveta usada
pelos doutores Robert e Patrick. O método GIFT também faz uso da laparoscopia,
oportunidade em que os óvulos são aspirados do ovário; o passo seguinte é misturá-los
com os espermatozoides e injetá-los diretamente na trompa de Falópio. Esse
processo tem mais êxito que os demais métodos existentes. Falando neles, os
últimos métodos de técnicas de proveta anunciados pela mídia, foram o da doação
de óvulos e o da transferência de embrião.
Em nosso próximo encontro, que
se dará em 10.05. p.v., falaremos das técnicas clássicas de fertilização in vitro, das drogas fertilizantes, da
obtenção do óvulo, da fertilização, do reimplante do óvulo no útero e da
técnica transvaginal de fertilização in
vitro. Nossos agradecimentos especiais às doutoras Juliana Amato e Érica de
Souza, pelos esclarecimentos prestados, bem ainda pelo carinho e a atenção que
nos foram dispensados.
Título e Texto: Carina
Bratt, de Vila Velha, no Espírito Santo. 3-5-2020
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A famosa masturbação masculina relegada sempre a uma masturbação. Nem é dado nas estatísticas.
ResponderExcluirVerdade, amigo Roccha.
ResponderExcluirCarina
Ca
Em Vila Velha ES.
Na minha modesta opinião, fertilização in vitro ,é uma negação do
ResponderExcluirPrimeiro entre o casal, pois reduz o primeiro ato da vida a uma masturbação e delegando fecundação a terceiros manipulados num vidrinho. Segunda que falta amor quando se deixa de adotar outra criança, que precisa dando amor como filho. Ato egoista no deseja de ser mãe ou pai! GESTO LAMENTÁVEL!
Na minha modesta opinião, fertilização in vitro ,é uma negação do AMOR,
ResponderExcluirPrimeiro entre o casal, pois reduz o primeiro ato da vida a uma masturbação e delegando fecundação a terceiros manipulando num vidrinho. Segunda que falta amor quando se deixa de adotar outra criança, que precisa, dando amor como filho. Ato egoista no desejo de ser mãe ou pai! Só existem duas formas de ser pai ou mãe ,resultantes de um ato de amor, no sexo tradicional,como a natureza previu , ou atraves de adoção!