No Nordeste, projeto leva internet pela
rede da Chesf
Cláudia Felczak
É no Brasil, mais precisamente
na Região Norte, que se concentra a maior bacia hidrográfica do planeta: a
Bacia Amazônica, formada pelo Rio Amazonas e seus milhares de afluentes. De
acordo com a Agência Nacional de Águas (ANA) a região concentra 81% da
disponibilidade de águas superficiais do país.
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Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil |
Um deles é a internet. De
acordo com o secretário de Telecomunicações do Ministério das Comunicações
(MCom), José Afonso Cosmo Júnior, muitas dessas localidades só têm acesso à
internet via satélite pois não há cabeamento para que o fluxo de dados possa
trafegar. “Muitas dessas cidades não têm sequer estradas que cheguem até lá.
Então não tem por onde passar o cabeamento.”
Como não há estradas, a saída para ter uma internet de qualidade será pelos rios. E é disso que trata o Norte Conectado. O programa vai criar nove infovias subfluviais. Serão cabos de fibra ótica passando pelos rios da Amazônia. A ideia é que os cabos “atraquem” em cidades-polo e que, a partir delas, seja feita a distribuição para os municípios mais distantes.
Para atender a toda essa
demanda, numa região cercada por rios e com áreas de difícil acesso, estão
previstos mais de 10 mil quilômetros de cabo de fibra óptica, o suficiente para
cobrir a distância de 100 mil campos de futebol. A estrutura permite tráfego de
dados a 100 gigabits por segundo.
A primeira infovia subfluvial
ligará Santarém (PA) a Macapá (AP) e deve ser entregue ainda este ano. “Muito
provavelmente esses municípios seriam os últimos a serem atendidos com
tecnologias novas até pela dificuldade geográfica. Com essa rede instalada eles
podem ser atendidos imediatamente. Essas cidades vão poder receber o 5G
primeiro do que muitas outras cidades do Brasil”, afirma o secretário de
Telecomunicações.
Nordeste
Em fase final de instalação, o
programa Nordeste Conectado deve levar internet de alta velocidade a mais de 20
mil alunos e 1,2 mil professores de Mossoró, no Rio Grande do Norte.
Além de Mossoró, mais quatro
cidades da região já receberam a internet de alta velocidade por meio do
programa: Caruaru (PE), Campina Grande (PB), Quixadá (CE) e Paulo Afonso (BA).
Até o fim do ano outras quatro cidades serão atendidas.
O projeto aproveita a rede da
Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf) que está sendo utilizada pela
Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP). De acordo com o secretário de
Telecomunicações, a RNP fica responsável pela ligação entre entidades
educacionais e, por meio de uma parceria com o ministério, faz um chamamento
público para que provedores interessados construam a rede metropolitana,
responsável por levar a internet para as cidades mais distantes.
Nesse chamamento as empresas
também podem se oferecer para atender a órgãos públicos “Nisso a gente tem
atendido milhares de escolas, centenas de postos de saúde e órgãos públicos do
Judiciário e de segurança pública”, afirma Cosmo Júnior.
O investimento na construção
dessas redes é de R$ 35 milhões. No total, 77 localidades serão as cidades-polo
de onde poderão partir redes metropolitanas que levem a banda larga de 100
gigabits a vilarejos mais distantes. “É uma capacidade muito alta de comunicação
de dados. Então, todo o tipo de comunicação e muitos negócios vão surgir
disso”, avalia Cosmo Júnior.
Título e Texto: Cláudia
Felczak; Edição: Denise Griesinger – Agência
Brasil, 8-5-2021, 8h02
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