segunda-feira, 12 de setembro de 2022

A falta de amor próprio da esquerda

Rodrigo Constantino

Reinaldo Azevedo era um jornalista respeitado, levado a sério por milhões de brasileiros. Foi o autor de O País dos Petralhas, em que apontava para o enorme esquema de corrupção da quadrilha petista. Tem uma coluna na Veja falando dos R$ 242 bilhões desviados pelo governo do PT só na saúde, afirmando que o partido de Lula é a doença. Hoje prega voto no ladrão.

Geraldo Alckmin disputou eleição contra o PT e, em 2018, disse categoricamente que o ladrão queria voltar à cena do crime. Hoje o ex-tucano é o vice na chapa, provavelmente de olho nesse butim caso o ladrão volte mesmo, e pede para ignorarem seus vídeos de poucos anos atrás, alegando de forma patética que foi enganado por um julgamento suspeito - como se Lula tivesse sido inocentado, e não "descondenado" por um malabarismo supremo ridículo.

Marina Silva foi do PT por vários anos, e quando saiu disse que o fazia com dor. A pessoa sai do PT, mas o PT não sai da pessoa. Ocorre que Marina resolveu disputar eleição contra o PT, e aí sentiu na pele a máquina podre de difamação do partido, que nunca mediu esforços em sua luta pelo poder e sempre desceu bastante o nível. Marina foi atacada de forma vil, cruel, absurda, que deixou cicatrizes.

Mas algum tempo passou e eis que Marina Silva se encontrou com Lula para lhe entregar seu plano para a área ambiental, deixando claro o seu apoio à candidatura do ladrão. Qual o nome mesmo para quem apanha desse jeito e depois volta para trocar afagos com o algoz?

Esses são apenas alguns exemplos óbvios. O ponto evidente aqui é que a esquerda em geral não parece nutrir amor-próprio, não se importa com valores morais básicos, não se baseia em conceitos sólidos de ética. Para um esquerdista, tudo parece valer para o poder. Pouco importa se foram humilhados, se denunciavam a corrupção até ontem ou se acusavam a turma de "petralha".

A justificativa patética é que para derrotar o "genocida", o "fascista", esse "terrível monstro" que coloca milhões de brasileiros de todas as classes e cores nas ruas para enaltecer a Pátria de forma pacífica e ordeira, vale tudo, inclusive se aliar àquele que era tratado como o câncer da política nacional não faz muito tempo. Que tipo de gente age assim?!

Título e Texto: Rodrigo Constantino, Gazeta do Povo, 12-9-2022, 11h49

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