Paulo Hasse Paixão
É um dado adquirido que a
imprensa corporativa não passa de um bando de activistas corruptos e
desonestos, mas, de vez em quando, é útil verificar até que ponto podem ser
depravados. A cobertura da última queda de Joe Biden, é exatamente uma dessas
ocasiões.
Na quinta-feira, o presidente
caiu no palco depois de fazer um discurso de formatura para os graduados da
Academia da Força Aérea em Colorado Springs.
Joe Biden falls AGAIN!
— Sebastian Gorka DrG (@SebGorka) June 1, 2023
81 million...sure.... pic.twitter.com/TYVVV5bO4M
Pelas minhas contas, é a bilionésima vez que este homem em rápido declínio se espalha enquanto tenta simplesmente mover-se no espaço e no tempo, um espetáculo que necessariamente atordoa a plateia global por todas as razões e mais algumas. Se fosse um sujeito de 50 ou mesmo 60 anos, seria trivial e talvez engraçado. Mas este é um presidente de 80 anos que está constantemente a tentar fingir que se encontra em grande forma e que, infelizmente, vai a concorrer à reeleição.
Isso é bastante alarmante. Mas
como os meios de comunicação social fizeram com que Biden fosse eleito e,
portanto, estão empenhados em manter a ilusão de que ele não é um velhinho
demente e fisicamente debilitado que precisa rapidamente de cuidados
profissionais adequados ao seu estado de senilidade, a realidade precisa de ser
transformada.
O New York Times
registou num artigo que o colapso ocorreu após um discurso
“enérgico” e que se tratou apenas de um daqueles “momentos embaraçosos” que
“não são invulgares nos presidentes”.
A sério? Que presidente, seja
de que país for, é que vimos cair frequentemente em público? Que
presidente profere constantemente frases incoerentes e saladas de palavras sem qualquer nexo? Que presidente
é que se esquece amiúde do que ia dizer, mesmo com um
teleponto à frente, e segue em frente como se nada fosse? Que presidente é que
está sempre a ser corrigido pelo seu próprio staff, de cada
vez que profere declarações sobre política externa? Que Presidente é que precisa de uma cábula para entrar e sair do palco?
Depois de cair, Biden tentou
levantar-se e não conseguiu (como já tinha
acontecido na queda nas escadas de acesso ao Air Force One),
precisando da ajuda de dois agentes dos serviços secretos para se recompor. Mas
não há nada para ver aqui. O homem está em grande forma!
Este é o mesmo pasquim
que transformou um vídeo do então Presidente Trump a
descer com cautela uma rampa de degraus longos num escândalo brutal. Eis como o
New York Times reportou esse momento:
“O Presidente Trump
enfrentou novas questões sobre a sua saúde no domingo, depois de terem surgido
vídeos dele a descer cautelosamente uma rampa na Academia Militar dos EUA em
West Point e a ter dificuldade em levar um copo de água à boca durante um
discurso. Não há provas de que a rampa estivesse escorregadia e o céu estava
limpo durante a cerimónia”.
Trump faz uma descida
cuidadosa, e é prova de que está a morrer de velho. Biden cai, debate-se para
se levantar e, bem, este é apenas um daqueles “momentos embaraçosos”. E quanto
ao “discurso enérgico”, toda a gente que já viu e ouviu o atual inquilino da
casa Branca a falar em público sabe bem como são os seus discursos carregados
de energia…
No mesmo dia em que caiu,
Biden bateu com a cabeça na porta do helicóptero Marine One, quando regressava
à Casa Branca. Noah Robertson, o repórter encarregado naquele dia de cobrir o
presidente para o grupo de imprensa da Casa Branca, tomou nota do facto num dos seus despachos, mas disse
que Biden “de resto parecia ágil”.
Não é esse o Biden que todos
nós conhecemos? Ágil e atlético e preparadíssimo para cumprir qualquer desafio
mental ou físico?
Estamos já em tempo de
campanha eleitoral, nos Estados Unidos, e, se querem saber até onde os meios de
comunicação social vão para defender Biden, lembrem-se da altura em que o viram
cair no chão e a imprensa descreveu a situação como uma tentativa de bater o
recorde olímpico do salto em comprimento.
Título e Texto: Paulo Hasse
Paixão, ContraCultura,
5-6-2023
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