segunda-feira, 5 de junho de 2023

A acreditar no NYT, Joe Biden cumpre os mínimos olímpicos do salto em comprimento


Paulo Hasse Paixão

É um dado adquirido que a imprensa corporativa não passa de um bando de activistas corruptos e desonestos, mas, de vez em quando, é útil verificar até que ponto podem ser depravados. A cobertura da última queda de Joe Biden, é exatamente uma dessas ocasiões.

Na quinta-feira, o presidente caiu no palco depois de fazer um discurso de formatura para os graduados da Academia da Força Aérea em Colorado Springs.

Pelas minhas contas, é a bilionésima vez que este homem em rápido declínio se espalha enquanto tenta simplesmente mover-se no espaço e no tempo, um espetáculo que necessariamente atordoa a plateia global por todas as razões e mais algumas. Se fosse um sujeito de 50 ou mesmo 60 anos, seria trivial e talvez engraçado. Mas este é um presidente de 80 anos que está constantemente a tentar fingir que se encontra em grande forma e que, infelizmente, vai a concorrer à reeleição.

Isso é bastante alarmante. Mas como os meios de comunicação social fizeram com que Biden fosse eleito e, portanto, estão empenhados em manter a ilusão de que ele não é um velhinho demente e fisicamente debilitado que precisa rapidamente de cuidados profissionais adequados ao seu estado de senilidade, a realidade precisa de ser transformada.

O New York Times registou num artigo que o colapso ocorreu após um discurso “enérgico” e que se tratou apenas de um daqueles “momentos embaraçosos” que “não são invulgares nos presidentes”.

A sério? Que presidente, seja de que país for, é que vimos cair frequentemente em público? Que presidente profere constantemente frases incoerentes e saladas de palavras sem qualquer nexo? Que presidente é que se esquece amiúde do que ia dizer, mesmo com um teleponto à frente, e segue em frente como se nada fosse? Que presidente é que está sempre a ser corrigido pelo seu próprio staff, de cada vez que profere declarações sobre política externa? Que Presidente é que precisa de uma cábula para entrar e sair do palco?

Depois de cair, Biden tentou levantar-se e não conseguiu (como já tinha acontecido na queda nas escadas de acesso ao Air Force One), precisando da ajuda de dois agentes dos serviços secretos para se recompor. Mas não há nada para ver aqui. O homem está em grande forma!

Este é o mesmo pasquim que transformou um vídeo do então Presidente Trump a descer com cautela uma rampa de degraus longos num escândalo brutal. Eis como o New York Times reportou esse momento:

“O Presidente Trump enfrentou novas questões sobre a sua saúde no domingo, depois de terem surgido vídeos dele a descer cautelosamente uma rampa na Academia Militar dos EUA em West Point e a ter dificuldade em levar um copo de água à boca durante um discurso. Não há provas de que a rampa estivesse escorregadia e o céu estava limpo durante a cerimónia”.

Trump faz uma descida cuidadosa, e é prova de que está a morrer de velho. Biden cai, debate-se para se levantar e, bem, este é apenas um daqueles “momentos embaraçosos”. E quanto ao “discurso enérgico”, toda a gente que já viu e ouviu o atual inquilino da casa Branca a falar em público sabe bem como são os seus discursos carregados de energia…

No mesmo dia em que caiu, Biden bateu com a cabeça na porta do helicóptero Marine One, quando regressava à Casa Branca. Noah Robertson, o repórter encarregado naquele dia de cobrir o presidente para o grupo de imprensa da Casa Branca, tomou nota do facto num dos seus despachos, mas disse que Biden “de resto parecia ágil”.

Não é esse o Biden que todos nós conhecemos? Ágil e atlético e preparadíssimo para cumprir qualquer desafio mental ou físico?

Estamos já em tempo de campanha eleitoral, nos Estados Unidos, e, se querem saber até onde os meios de comunicação social vão para defender Biden, lembrem-se da altura em que o viram cair no chão e a imprensa descreveu a situação como uma tentativa de bater o recorde olímpico do salto em comprimento.

Título e Texto: Paulo Hasse Paixão, ContraCultura, 5-6-2023

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