sexta-feira, 14 de julho de 2023

A fraude da democratização do ensino

Olavo de Carvalho

A democratização do ensino é a fraude constitutiva do mundo moderno. Ela prometia distribuir a um número cada vez maior de pessoas as criações mais elevadas do espírito humano, mas, […] está provado que ela não fez nada disso e sim exatamente o contrário […].

Se tivesse sido possível ampliar quantitativamente a rede de ensino assim constituída, sem quebra da exigência qualitativa, a democratização teria sido uma benção para a humanidade. Em vez disso, foi um flagelo. Por quê?

Porque a educação não foi só expandida quantitativamente e sim transmutada: passou a atender a necessidades novas e completamente diversas, que terminaram por abolir suas finalidades próprias […]. Fornecer mão-de-obra para a burocracia estatal e a indústria em expansão, distribuir às classes afluentes os novos emblemas convencionais da ascensão social, forjar e impor novos padrões de conduta adequados aos valores políticos do momento, adestrar massas de eleitores e militantes – são alguns dos novos objetivos a que a educação teve de se adaptar.

Mais recentemente, as escolas tornaram-se uma rede auxiliar da distribuição de comida e assistência médica num mercado privilegiado para o comércio de drogas.

Texto: Olavo de Carvalho, citado por Fausto Zamboni, in “Contra a Escola”, páginas 39 e 40.
Digitação: JP, 14-7-2023


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