Humberto Pinho da Silva
Disse bem Jardiel Poncela quando disse: “De
lejos, todo parece más pequeno, a excepción del hombre inteligente, que de
lejos parece mayor.”
Disse bem, porque o sábio, o intelectual, é sempre
mais admirado se vive afastado, apartado no gabinete de trabalho.
A familiaridade, a intimidade, minimiza-os, quer
seja – cientista, professor, artista ou escritor. Aprecia-se o que não se
conhece.
Raras vezes os familiares dão-lhes o devido valor.
Para os filhos e para o cônjuge é quase sempre um excêntrico,
"maluquinho", que usa o mesmo alojamento e os mesmos utensílios
domésticos.
Por vaidade, orgulham-se de lhes correr nas veias
o mesmo sangue, mas só por vaidade!...
Jesus não foi capaz de realizar milagres na Sua
terra, porque sabiam de quem era filho, e conheciam-No desde a adolescência –
Mt.13:55; Mc6:3
Uns sabiam que fora o dono da Quinta da Batoca.
Velhinho, que o conhecera, disse – “que era baixinho, de enormes barbas,
quase sempre trajado modestamente: Como pobre!..." Mas poucos o
conheciam como poeta e escritor.
Já Jesus lembrava: "Não há profeta admirado na sua terra." - Mt13:57
Velhinha risonha, que fora criada de Alexandre Herculano, dizia muito divertida ao ser-lhe perguntado se conhecera o escritor. "Conheci, conheci, era um grande preguiçoso!..."
"Preguiçoso", admirado por Pedro II do
Brasil, que prezava de o ter como amigo, chegando a almoçar em Vale de Lobos.
Por se dar muito valor ao que está longe, é que
licenciados procuraram doutorar-se fora do seu país. O vulgo admira e acredita
mais no que se obtêm no estrangeiro.
A rainha do Sabá não foi ouvir Salomão? Todavia,
os judeus tinham no seu seio quem foi maior que Salomão – Jesus. Mas não
acreditaram Nele, porque era um deles – Lc11:31
Não escreveu Erasmo: "Duas coisas,
sinto-o, se me tornam verdadeiramente necessárias: em primeiro lugar ir à
Itália, para dar à minha cienciazinha a autoridade desta ilustre estadia;
depois, obter o grau de doutor: ambas as coisas são igualmente absurdas:
ninguém muda de espírito por atravessar o oceano, como diz Horácio, e não
regressarei com mais sabedoria, nem como um cabelo. Mas os tempos são assim;
ninguém, mesmo as pessoas mais sensatas, acredita no nosso mérito se não vos
pode chamar Mestre?”
E o velho adágio, não diz “Que o pão da tia é
sempre melhor do que o da mãe?”
Título e Texto: Humberto Pinho da Silva, julho
de 2023
Onde se fala de socialismo e democracia
Não são só os cérebros que emigram
D. Pedro V: o rei da caixinha verde
"Que genial!... que talento!..."
A estatueta célebre
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Não publicamos comentários de anônimos/desconhecidos.
Por favor, se optar por "Anônimo", escreva o seu nome no final do comentário.
Não use CAIXA ALTA, (Não grite!), isto é, não escreva tudo em maiúsculas, escreva normalmente. Obrigado pela sua participação!
Volte sempre!
Abraços./-