Leandro Ruschel
No site oficial do PT, mais um ataque ao principal responsável pela estabilidade financeira brasileira, em tempos de desastre político, com um descondenado na presidência.
Os "companheiros"
chegaram ao ponto de acusar Campos Neto de ser "lacaio do capital
financeiro", e de produzir um ataque "tão grave quanto o 8 de
janeiro" contra o país, ao sugerir que a gestão de parte das reservas
brasileiras poderia ser terceirizada por empresas especializadas.
A inflação está sob controle,
e o Real se valoriza, por conta da política monetária. Além disso, o Congresso
tem operado para colocar limites ao plano de gastança sem limites do
descondenado. Se o novo arcabouço está longe de gerar a responsabilidade fiscal
necessária para colocar o país nos trilhos, pelos menos ele impede o
descontrole completo das contas públicas.
Mesmo assim, de forma cínica,
o partido se apresenta como responsável pela aparente estabilidade financeira,
enquanto faz tudo para destruí-la, como fica claro nesse novo ataque ao presidente
do BC.
O sonho dourado do PT é ligar a impressora de dinheiro e criar um surto artificial de prosperidade, para comprar a felicidade geral da nação, conseguindo assim o apoio político necessário para consolidar um regime autoritário e NUNCA mais sair do poder, como fez Chávez na Venezuela.
Não é a primeira vez que o
partido busca a estratégia.
No final do segundo governo Lula,
e primeiro governo Dilma, as porteiras do crédito subsidiado foram abertas,
assim como os juros foram cortados na canetada e os preços controlados, como
energia e combustível, foram mantidos artificialmente baixos. O resultado foi
um surto inflacionário, e a maior recessão da história do Brasil, em tempos que
o mundo crescia e não havia nenhuma crise sanitária.
O que salvou o país do destino
venezuelano foi justamente a revolta da população, que foi aos milhões às ruas
exigir o fim de um governo profundamente corrupto e perdulário.
Agora, a situação é diferente.
O establishment político
desenvolveu mecanismos de repressão, e está pronto a censurar e até prender
qualquer opositor, sob a desculpa da "defesa da democracia".
O problema para o PT é que
o establishment não está disposto a seguir o caminho
venezuelano, pelo menos não do ponto de vista econômico. O caminho desenhado
pelos donos do poder é o chinês: certa liberdade econômica para produzir
crescimento, com totalitarismo político.
Nesse contexto, o Centrão
passa a ser o fiador da estabilidade econômica, operando ao lado da Faria Lima
e barrando os arroubos econômicos chavistas de Lula. Isso ficou claríssimo na
derrubada do decreto que acabava com o Marco do Saneamento, por exemplo.
Mesmo assim, o PT não abandou
o seu plano totalitário, que envolve a velha mentalidade soviético de controle
central da economia. Só que o partido, enfraquecido, não consegue impor a sua
visão aos seus sócios no poder.
Esse tênue equilíbrio pode ser
quebrado a qualquer momento.
Por enquanto, o cenário
internacional tem ajudado, com a economia americana mais forte do que esperado,
e pela alta das commodities que o Brasil exporta, além da expectativa de queda
de juros nos EUA a partir do final do ano.
Mas o que esperar desse
governo quando a próxima recessão global vier? Além disso, o que impede o
Centrão, abastecido com cada vez mais verbas, de embarcar na onda petista de
centralismo econômico, em algum momento?
O Brasil poderia ser a nova
bola da vez, aproveitando a fuga de indústrias e investimentos da China. Mas
não há como os investidores internacionais apostarem pesado num país governado
por um ex-presidiário com discurso soviético, claramente em busca de vingança.
Não é evitando o pior que o
país conseguirá crescer e resolver os seus problemas.
Título e Texto: Leandro
Ruschel, Substack,
25-7-2023
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