Fila se estendeu da portaria do sindicato dos comerciários, na André Cavalcanti, passando pela Rua do Rezende, chegando nas proximidades da Avenida Mem de Sá
Patricia Lima
O cancelamento do desconto sindical se tornou um pesadelo para os comerciários do Rio de Janeiro. Na manhã desta quarta-feira (9), a sede do sindicato, localizado na Rua André Cavalcanti, nº 33, no Centro, registrou uma fila quilométrica para a efetuação do procedimento. A fila se estendeu da portaria da entidade sindical passando pela Rua do Rezende, chegando nas proximidades da Avenida Mem de Sá.
Apesar de vivermos em tempos
digitais, o Sindicato dos Empregados no Comércio do Rio de Janeiro (SEC
RJ) ainda está parado no tempo, impondo perda de tempo e muito
sofrimento aos trabalhadores fluminenses. Segundo o jornal Tempo Real RJ, comerciários teriam recebido um comunicado do sindicato
dizendo que esta quarta-feira seria o último dia para solicitar o cancelamento,
o que fez que muitas pessoas chegassem cedo ao local para entregar o documento.
A comerciária Márcia
Silva ingressou na fila por volta das 10h, e ao meio-dia ainda não
havia sido atendida. “Estou aqui para não ser mais descontada por essa
contribuição. É um valor que varia para cada pessoa. Não explicaram por que
teria que ser presencial. O sindicato apenas passou um comunicado dizendo que
teríamos até hoje para entregar essa carta. Hoje em dia com tanta plataforma
digital, seria mais prático se fosse online”, queixou-se ao veículo,
que tentou conversar com representantes do sindicato.
Um funcionário que atendia os
trabalhadores teria dito ao Tempo Real que o presidente da entidade estaria em
reunião e que, posteriormente, uma nota oficial de esclarecimento seria
emitida.
Na nota, de acordo com o jornal, o sindicato afirmou que recebe a Carta de Oposição à contribuição negocial, mesmo a categoria tendo aprovado, em assembleia, a contribuição de 1% da remuneração mensal, com o teto máximo do desconto limitado a R$ 50.
A entidade explicou ainda que o procedimento para o cancelamento do desconto é por meio da carta, de próprio punho, com entrega presencial na sede do sindicato até esta quarta. Os comerciários contratados após a data limite, segundo a instituição, poderão entregar o documento até 10 dias corridos da data de admissão.
De acordo com o Tempo Real, o
sindicato informou que, durante a pandemia, a Carta de Oposição pôde ser
enviada pelos Correios. Com o término da crise sanitária, a entrega
voltou a ser presencial. A entidade, no entanto, não explicou as razões do
processo não ser feito virtualmente.
“Também há outro fato
comprovado pelos comerciários, os empresários os incentivam a assinarem as
‘cartas’, prática antissindical, para inibir a atuação do sindicato, já que a
contribuição é uma das maneiras de manter o órgão atuante e forte para negociações
com os setores patronais”, pontuou a entidade, conforme reproduziu o
jornal.
De acordo com o sindicato dos
comerciários, no ano passado, apenas 10% da categoria apresentou a Carta de
Oposição, sendo que todos os trabalhadores se beneficiam com o reajuste
salarial, assegurado acima da inflação, além de benefícios e direitos conquistados
nas negociações entre sindicato e empresários.
Título e Texto: Patricia
Lima, Diário do Rio, 10-10-2024; Fotos: Vítor d’Avila/Tempo Real
São Paulo: Trabalhadores se aglomeram em sindicato para cancelar contribuição
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