Geraldo Almendra
Caso os professores decidam parar com a greve, aceitando a
desonesta proposta de um desgoverno que gasta bilhões por ano com seus
instrumentos eleitorais estelionatários, estarão cometendo um erro
absolutamente grosseiro que os deixarão reféns das sacanagens que começarão
acontecer no dia seguinte depois da greve, se não forem fimados acordos
honestos em torno de condições jurídicas que obrigue o poder publico a cumprir com os compromissos assumidos
com a classe dos professores universitários federais.
Depois de mais de doze anos de mentiras estelionatárias muito burro é
quem acreditar que o desgoverno petista não vai tentar melar esse acordo mais
tarde, caso o mesmo acabe apenas com a confiança na palavra de quem não tem
palavra e sem a formalização jurídica de um novo plano de carreira.
A posição da Federação de
Sindicatos de Professores de Instituições Federais de Ensino Superior (Proifes),
a única a declarar que o desgoverno atendeu suas reinvindicações claramente já
demonstra o efeito das manobras no submundo do suborno moral entre outros, pois
já foi tecnicamente provado que a principal reinvindicação dos professores não
foi atendida: a proposta do desgoverno petista não reestrutura a carreira,
sendo nesse ponto o princípio da revolução educacional necessária para evitar a
falência do ensino superior à semelhança do ensino básico em que os professores
públicos são tratados como mão de obra desqualificada, somente lembrada em
época de eleições.
Fica no ar uma pergunta difícil de ser respondida: por que juízes,
desembargadores, deputados e senadores, milhares de assessores aspones, entre
muitos outros envolvidos em uma estrutura estatal atolada em escândalos de
corrupção e prevaricação, recebem salários e mordomias para ninguém botar
defeito, e uma parcela dos verdadeiros responsáveis pelo futuro do país, os
professores das universidades federais, ficam sendo tratados como mão de obra
mal paga e sem um plano decente de carreira?
Para mudar o rumo da falência do ensino superior público é necessário
tratar os professores com respeito e dignidade, pagando-lhes os merecidos
salários pelas exigências de formação e dedicação integral às suas atividades
docentes e de pesquisa.
Caso o desgoverno petista
continue tratando o ensino universitário público como instrumento do seu
assistencialismo educacional – que está lotando as universidades públicas com
meliantes burocratas e estudantes desqualificados para frequentar um curso
superior –, acabará fazendo do ensino superior público o que já acontece com a
maioria das universidades particulares, que com algumas exceções, se
transformaram em centros de formação de analfabetos funcionais, portadores de
canudos financiados pelo contribuinte.
Em recente pesquisa foi levantado que 38 % dos formados em instituições
de ensino superior privadas são analfabetos funcionais que mal sabem ler e
escrever.
Se os professores das
universidades federais voltarem atrás do justo reconhecimento integral de suas
reinvindicações, especialmente o seu plano de carreira, não terão condições de
fazer a universidade pública voltar a ter um ensino de alto nível e formador de
gerações empreendedoras em todas as áreas, e não uma formadora de tropas de
elite dos meliantes do fascismo petista para garantir um projeto de poder
fundamento na ignorância dos menos favorecidos, na covardia da classe média e
no suborno de milhares de esclarecidos canalhas.
Título e Texto: Geraldo Almendra, 26-7-2012
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