domingo, 12 de maio de 2013

A caxirola não me representa!

A caxirola de Carlinhos Brown, o povo de manual, e de Dilma, a búlgara da percussão
Reinaldo Azevedo
Junte a granada com o soco-inglês. Depois acrescente doses generosas de folclorização do subdesenvolvimento disfarçada de Metafísica Afro-Americana Transcendental. Submeta o conjunto a uma empresa de marketing para ver no que é que dá. Eis que surge, então, a caxirola, um suposto instrumento supostamente inventado pela suposta genialidade de Carlinhos Brown. Ele patenteou o que não passa de uma variação do caxixi, aquele chocalho de palha que acompanha o berimbau. Privatizou o apetrecho dos “irmãos” e firmou um contrato com a multinacional The Marketing Store. Tudo para emprestar cor local à Copa do Mundo. A ideia era produzir 50 milhões de caxirolas, a R$ 29,90 cada. Isto mesmo: algo, assim, como R$ 1.490.000.000,00. Um bilhão, quatrocentos e noventa milhões de reais. Brown receberia uma porcentagem a título de colaboração intelectual. A Brasken forneceria o plástico. Não estudei o caso a fundo para saber como a criação de Brown se diluiria, depois, na natureza. Eu agora estou nesta: só defendo produtos e ideias biodegradáveis, hehe. Fico cá a imaginar se a ideia pega… Imaginem o mundo vendo aquele monte de brasileiros chacoalhando aquela coisa nos estádios: “Ai, que coisa bonita! Que gente feliz! Mais feliz do que o povo do Butão!”. Só que deu tudo errado.
Título e Texto: Reinaldo Azevedo, 11-05-2013

Ilustração publicada na VEJA desta semana que termina: obra de Carlinhos Brown, o “designer” de nossa miséria intelectual

Brown privatizou o caxixi, patenteou e se associou a uma gigante do marketing. O suposto gênio é, indiscutivelmente, um esperto
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