Quando chegou à escola e a
filha não estava pensou que a tinham vindo buscar e não o tinham avisado.
Passados três telefonemas já o pânico se instalara dentro dele. Tremia-lhe a
voz. Tremiam-lhe as pernas. Em poucos minutos a escola parou e toda a gente se
envolveu no assunto. Ele entrou em piloto automático, como se estivesse ali e
não estivesse. Nada daquilo podia ser verdade. Durante 45 minutos não soube do
paradeiro da sua princesa. Deu consigo a telefonar para as mesmas pessoas com
quem já falara antes, a contactar pessoas que nunca a iriam buscar mas já não
conseguia pensar. Sentia o coração a bater-lhe nos ouvidos, um pulsar com tanta
força como se fosse rebentar. E continuava a fazer telefonemas. Chamaram a
polícia. Não, aquilo não podia estar a acontecer! Na noite anterior ela tinha
acordado com um pesadelo sobre raptos. Maldita televisão! Era o que lhe vinha à
cabeça isso e imagens daquele pedaço de gente com oito anos apenas, mas tão
esperta, tão inteligente, tão…tudo. O amor da sua vida. Sim porque a filha lhe
ensinara o que era efectivamente amar perdidamente.
Quando passados 45 minutos
soube finalmente quem a tinha vindo buscar e que se tratara apenas de um
desencontro de informações, foi como se finalmente o seu corpo cedesse. Largou
num pranto, sem vergonha, as lagrimas a correrem-lhe pelo rosto, pela barba e
as pernas que não paravam de tremer!
Quando chegou junto dela
tentou disfarçar mas sem resultado. Abraçou-a e continuou a chorar. Tinha
perdido vinte anos de vida que nunca mais receberia de volta!
Título e Texto: Luisa
Castel-Branco, Destak,
14-05-2013
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