Desculpem, Esquerdóides, mas
estou cansado dos vossos anúncios do fim do mundo e da vossa boca cheia de
mortos: «o Governo está morto»; «o Presidente matou a esperança».
Ide matar o caralho! Maldita semântica! De repente, os vossos comentadores
descobrem que vão nus. Após a surpresa pelo discurso presidencial do dez de
Julho, vêm os cromos Adão e Silva e os insuportáveis Pedro Marques Lopes,
sempre os mesmos, sempre a mesma merda, encher de cínico e sonso ou de falsete
e risonha histeria os ecrãs das TVs, mostrando um desprezo pelas instituições.
lá onde o Supremo Corrupto mereceu mesuras e deferência. Contra os ventos e
marés da actual popularidade maravilhosa do Partido Socialista, o Presidente da
República ousa não convocar eleições?! Toda a socialistice e a esquerdice dão
tau-tau no Presidente. Chamam-lhe Múmia, Estarola, Esfinge. O Presidente tem
inimigos. Sócrates é inimigo mortal e mortífero do Presidente. O Presidente
tenta sacudir a maledicência dos socratistas com a vingança de um aperto no
torno de um dilema: respaldar ou não o caminho sob o Memorando até, pelo menos,
Junho de 2014. Quantos são os benfiquistas? Sete milhões? Pois agora os
comentadeiros descobrem milhões de portugueses que querem eleições já: querem
turbulência nos Mercados já, fuga massiva de capitais, já. Pânico, já. Yields a
10 anos a rebentar a escala, já. O morador do Palácio das Leoneiras agudiza
isto, calculadamente, mas está refém de si mesmo tal como nós somos velhos
reféns da nossa própria estupidez eleitoral, diante do menu estúpido de
candidatos medíocres à Magra Mesa Orçamental, Gorda para eles: quem elege duas
vezes o Sumo Cretino Sócrates merece uma safra de problemas só possíveis no
pântano da insuportável corrupção do Estado Português. Temos um Governo na
plenitude de funções, o qual, "apenas" porque há 4,7 mil milhões em
cortes permanentes a operar na Despesa do Estado, muitos, em matilha, declaram
em decomposição, já cadáver, em agonia, morto: mas quem é que neste Putedo de
Regime resplandece de vida?! O PCP, há 38 anos a pedir eleições antecipadas? O
BE, repleto de floreados de estilo que fazem sorrir, como se sorri na Revista à
Portuguesa, e zero soluções ou dinheiro? O PS, esse exemplo impoluto e
competente?! A crise política jamais se resolveria até Setembro, com eleições,
e jamais se resolverá até Junho de 2014, pelo menos enquanto o Partido
Socialista não cair na real: definir, preto no branco, o que urge fazer com o
Memorando e com a Troika. Cumprir ou engonhar. Passos quer cumprir. Seguro
engonhar. A Esfinge de Belém, na sua insondável insondabilidade, não mata coisa
nenhuma nos portugueses. Nem matou a esperança. Nem matou as possibilidades que
a obsolescente Constituição do Escudo Contra o Euro tem para nos oferecer. Em
Belém pode não morar um estadista, mas no Largo do Rato é que não há desse
artigo. Nem em lado nenhum. Com excepção de Eanes, os Presidentes da República
que tivemos não chegaram aos calcanhares de um Rei, mesmo medíocre. Hoje, tal
como em 1870, é preciso pagar. Garantir aos credores que se paga. Salvar os
dedos e pagar. Salvar o Euro. Poupar até à morte. Aguentar a fome. Morder a
raiva.
Título e Texto: Joshua, “Estado Sentido”,
13-7-2013
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