"Não concordo com nem uma
das palavras que me diz, mas lutarei até com minha vida se preciso for, para
que tenhas o direito de dizê-las".
Para expor o que aqui passo
a relatar, nada melhor do que a famosa frase de Evelyn Beatrice Hall, escritora
Inglesa (1868-1919 ) que escreveu a biografia mais conhecida de Voltaire.
E escreveu essa frase
famosa, exatamente para descrever o espírito de Voltaire, em seu conjunto de
ideias em que exprime a defesa da liberdade, sobretudo do pensar, criticando
ferozmente a censura e a escolástica. A escola de Voltaire ou liberalismo era
contra todo o tipo de intolerância, sendo, por isso e pela defesa de suas
ideias, exilado de seu país de origem, a França.
Aqui, tanto Voltaire em sua
defesa da liberdade, que também entendo por liberdade de expressão, desde
que respeitando a quem se dirigem, como a Beatrice Hall com a sua magnífica
frase, me oferecem o passaporte para que responda à altura ao absurdo do comunicado do SNA em 14/11/2013.
Com a infeliz edição deste
comunicado, primeiro, devem achar que estão se dirigindo a uma plateia de
ignorantes, pela sua prepotência ao descrever as mirabolantes peripécias de
seus comandados, ou foi apenas uma pessoa desqualificada que não sabe o que
estava escrevendo.
Como não costumo me nivelar
por baixo, quero lembrar aos atuais dirigentes dessa
agremiação representativa, com tantas histórias bonitas, e que aprovaram o
tal texto, que não vão encontrar terreno fértil como pensam, pois os meios de
comunicação pagos que os colocam em vantagem aparente, hoje enfrentam a
liberdade das mídias sociais, e que portanto em não as sabendo usar, são
repelidos por aqueles a quem tentam impingir fatos completamente distorcidos.
Quem é o SNA para
censurar o que eu e tantos outros participantes deste drama épico
chamado Aerus, vêm fazendo pelo resgate de suas aposentadorias?
Vale apenas lembrar que
não basta ser co-patrono com a AAPT (Transbrasil ), na ação civil pública, para
ter a outorga de discriminar A, B ou C, porque a referida ação
judicial contempla TODOS os assistidos do Aerus, sem distinção de sexo ou
idade.
Quem é que lhes dá o
direito de censurar, ao escrever em nome deste universo de pessoas, que estão
fazendo isto ou aquilo, sem jamais mencionarem as atitudes daqueles que por
anos a fio marcharam pelas ruas, escreveram cartas sem fim a autoridades, deram
entrevistas, fizeram manifestações, escreveram toneladas de cartazes,
passaram noites insones em vigília por uma causa que não é de vocês, mas sim de
todos.
Por que nunca mencionam as
greves de fome, e de todas aquelas centenas de pessoas que ficaram no aeroporto
dando assistência aqueles que lá passavam fome, frio e sono?
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Vigília na Cinelândia, 16 para 17 de setembro de 2009, foto: Paulo Resende |
Isto é intolerância,
censura, cerceamento de liberdade, de defesa e Voltaire certamente teria ficado
revoltado com tanta estupidez relacionada.
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Ato de Apoio e Solidariedade a José Manuel, aeroporto Santos Dumont, 04 de julho de 2013, foto: Paulo Resende |
Onde está a escola de
Voltaire, ao se censurar a liberdade, para que todos devam fazer o que bem
entender quanto a seus métodos de protesto?
Não sabemos aonde vocês
querem chegar, ainda!
Mas certamente vamos saber
e queremos deixar bem claro e de uma vez por todas que neste universo de
participantes com esta marca do Aerus em suas almas, que:
Todos, sem exceção, com
lideranças ou não, têm o livre arbítrio, para protestar como quiserem, da
maneira que lhes convier, e não devem satisfação a ninguém, pois são livres em
suas mentes, em seus corpos, em suas vidas
Isto é Voltaire.
O resto é deficiência
intelectual.
Título e Texto (e Grifos): José Manuel, ex-tripulante Varig, 67
anos, 18-11-2013
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O Sindicato é uma entidade criada para defender os interesses dos seus afiliados, sejam da ativa ou aposentados. Um ou mais ex-dirigentes não devem marchar procurando monopolizar os resultados da luta em detrimento daqueles que contribuem ou que contribuiram para a luta da categoria. Não devem, principalmente, buscando se cercar dos louros em caso de vitória sobre o objetivo a ser atingido, menosprezar ou desvalorizar a contribuição de cada integrante dessa luta. Esse divisionismo enfraquece a luta e abate o ânimo coletivo.
ResponderExcluirAlberto José