Ruben Valle Santos
Este País está de tal modo
habituado às polémicas estéreis e cretinas que não há meio de delas se livrar,
a bem da sanidade mental da comunidade.
Claro que tais polémicas
agradam sobremaneira à cambada e respectivos "compagnons de route". E
conseguem a adesão dos habituais idiotas úteis que, não percebendo nada de
coisa alguma, adoptam a postura pateta da "Maria vai com as outras
raparigas"...
De momento, a polémica é a do
déficit previsto para o ano de 2015.
O Governo estimou no Orçamento
de Estado que será de 2,7% do PIB.
Ora, apareceram uns iluminados
da UE a estimar que será de 3,3% e agora até o FMI aventa a certeza de que será
de 3,4%. Mas já andou por aí a Moody's a profetizar 3,1% e outra ainda, salvo erro,
a Fitch, que já nem lembro em quanto aposta. E falta ainda a previsão sempre
falível do Eurostat.
Nenhum deles se entende, mas o
que é preciso é "animar a malta". E, assim, a malta, entenda-se
"cambada", anda animadíssima da vida, berrando por tudo quanto é
sítio. Motivo para tamanha alegria e afobação: o governo vai falhar uma vez
mais e escandalosamente!
Dizem mesmo que é um escândalo
o Governo não admitir que está errado.
Ora, acontece que, mesmo que
estivesse errado, o Governo seria uma agremiação de loucos furiosos a
necessitar de internamento urgente se viesse dizer que o déficit que preconiza
não é alcançável. Seria o mesmo que dizer "atirem-se todos a um poço que
isto vai ser de mal a pior!"
Qual é o governo que, em seu
juízo perfeito, faria uma coisa tal?
Claro que cabe ao Governo
insuflar confiança nos Portugueses, de molde a facilitar a recuperação do País
que está em curso, para desgosto irremediável das várias cambadas que por aí
bolsam venenos vários em que se afogam. Os Portugueses necessitam de esperança,
de acreditarem em que melhores dias estão a chegar. Para os deitar abaixo e à
sua confiança no futuro comum, já aí há cambadistas a mais, insuflados de ódio
e intenções malévolas, para tentarem fazer esquecer as patifarias que durante
décadas por cá fizeram e querem voltar a fazer. Cambadistas de todos os
partidos, entenda-se, para não haver dúvidas.
Portanto, mesmo que houvesse da parte do Governo e dos partidos que o integram algumas dúvidas acerca dos resultados finais, é sua estrita obrigação pugnar pela obtenção desses bons resultados e tal esperança incutir nos governados. Outra atitude seria monstruosamente inaceitável.
Para além disso, contudo,
sucede que tanto as previsões pessimistas da cambada como as das entidades
acima referidas têm vindo, ano após ano, desde 2011, a falhar rotunda e
estrondosamente, pelo que tudo aponta no sentido de que, uma vez mais, vão
falhar em toda a latitude. Pelo contrário, as previsões do Governo têm vindo
sucessivamente a mostrar-se correctas.
Cá estaremos para ver. E para,
depois, relembrar estas previsões que mais parecem desejos do que previsões
realistas e eivadas de senso comum.
Imagem e Texto: Ruben Valle Santos, 6-11-2014
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