O livro narra a mobilização por cidadania, dos
Bombeiros e dos Policiais Militares do Rio de Janeiro, iniciada em 2007, sob a
liderança dos grupos denominados como “Coronéis Barbonos” e “40 da Evaristo”.
No livro são descritas as represálias ilegais do
governo Sérgio Cabral contra os Bombeiros e Policiais Militares mobilizados.
A narrativa é uma continuação do contido no livro
“Cabral contra Paúl – A Polícia Militar
de joelhos”, lançado em 2011.
Sublinhei e marquei:
Na página 46: “O
povo na rua incomoda muita gente.”
Na página 143: “Contudo mudei meu comportamento,
aprendi novas lições. E essa constatação
levou-me às ruas do Rio de Janeiro e do Distrito Federal, não só para lutar
pelos direitos dos policiais e bombeiros militares. Nesses últimos sete anos
passei a ombrear com todas as lutas
que considerei justas e fiz a
cobertura de quase cem atos públicos realizados por diferentes movimentos, tais
como:
- PEC 300/2008;
- Demitidos do SAMU 192;
- Movimento
ACORDO JÁ! (ex-funcionários
da Varig e aposentados do Fundo Aerus),
(…)
Ninguém foi herói sozinho nessa luta, todos e
todas somos heróis: o incontestável clamor de que juntos somos fortes!
AS ARBITRARIEDADES
Difamação e prisão
A longa caminhada foi benéfica para mim e deve ter
sido ruim para o Comandante Geral. Ganhei tempo para pensar e concluir que
estava diante de algo premeditado não só para prejudicar-me, mas também para o
meu afastamento das cercanias do Quartel Central obviamente.
O dispositivo estava montado. O Comandante Geral à
minha frente, tendo três seguranças à sua retaguarda, e, ao meu lado, dois
Oficiais que lhe eram fiéis. A primeira ação de Mário Sérgio foi tentar
desestabilizar-me. Em alto e bom som, com ótimo timbre, esbravejou:
- O senhor é
um covarde!
E deu pequena pausa, ante meu ar de absoluta
surpresa, logo acrescentando:
- O senhor é um frouxo!
O Comandante Geral, Coronel PM Mário Sérgio, havia
acabado de difamar, publicamente, outro Coronel PM, então subordinado a ele
apenas funcionalmente. Além do mau exemplo e da grave violação disciplinar, sua
ação constituiu crime previsto no Código Penal.
Pior, fez isso na presença de subordinados,
inclusive de praças, os seus três seguranças. O que ele fez foi gravíssimo, mas
não surtiu efeito prático algum em termos de provocar-me desequilíbrio
emocional, muito pelo contrário: retruquei, mantendo a calma, que não estava
entendendo aquela postura.
Ele arrematou, após dizer mais algumas palavras:
- O senhor
está preso!
Mais uma vez, calmamente, perguntei:
- Por quê?
Sem responder, o Coronel Mário Sérgio virou-se
para a esquerda e retornou em direção ao Quartel Central, sendo seguido por
seus três seguranças e pelo outro oficial. No local ficamos apenas eu e o
Coronel Mouzinho, que passou a servir como minha escolta. De imediato,
informei-lhe ter sido difamado e preso ilegalmente, fatos presenciados por ele
e que, na defesa dos meus direitos, eu o arrolaria como testemunha. Ele
respondeu, bem demonstrando seu estado emocional diante do ocorrido:
- Não posso
pedir para o senhor não me arrolar.
A partir de tão deploráveis acontecimentos, ainda
procurando manter o equilíbrio emocional, comecei verdadeira odisseia na
tentativa de descobrir a natureza da minha prisão e o motivo dela.
Meu primeiro passo foi solicitar ao Coronel
Mouzinho que fizesse pronto contato com o Coronel Menezes, Corregedor Interno
da PMERJ.
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