sábado, 17 de janeiro de 2015

A ditadura de terno e gravata – A luta de bombeiros e policiais militares

O livro narra a mobilização por cidadania, dos Bombeiros e dos Policiais Militares do Rio de Janeiro, iniciada em 2007, sob a liderança dos grupos denominados como “Coronéis Barbonos” e “40 da Evaristo”.

No livro são descritas as represálias ilegais do governo Sérgio Cabral contra os Bombeiros e Policiais Militares mobilizados.

A narrativa é uma continuação do contido no livroCabral contra Paúl – A Polícia Militar de joelhos, lançado em 2011.

Sublinhei e marquei:
Na página 46: “O povo na rua incomoda muita gente.”

Na página 143: “Contudo mudei meu comportamento, aprendi novas lições. E essa constatação levou-me às ruas do Rio de Janeiro e do Distrito Federal, não só para lutar pelos direitos dos policiais e bombeiros militares. Nesses últimos sete anos passei a ombrear com todas as lutas que considerei justas e fiz a cobertura de quase cem atos públicos realizados por diferentes movimentos, tais como:
- PEC 300/2008;
- Demitidos do SAMU 192;
- Movimento ACORDO JÁ! (ex-funcionários da Varig e aposentados do Fundo Aerus),
(…)

Ninguém foi herói sozinho nessa luta, todos e todas somos heróis: o incontestável clamor de que juntos somos fortes!


AS ARBITRARIEDADES
Difamação e prisão
A longa caminhada foi benéfica para mim e deve ter sido ruim para o Comandante Geral. Ganhei tempo para pensar e concluir que estava diante de algo premeditado não só para prejudicar-me, mas também para o meu afastamento das cercanias do Quartel Central obviamente.

O dispositivo estava montado. O Comandante Geral à minha frente, tendo três seguranças à sua retaguarda, e, ao meu lado, dois Oficiais que lhe eram fiéis. A primeira ação de Mário Sérgio foi tentar desestabilizar-me. Em alto e bom som, com ótimo timbre, esbravejou:
- O senhor é um covarde!
E deu pequena pausa, ante meu ar de absoluta surpresa, logo acrescentando:
- O senhor é um frouxo!

O Comandante Geral, Coronel PM Mário Sérgio, havia acabado de difamar, publicamente, outro Coronel PM, então subordinado a ele apenas funcionalmente. Além do mau exemplo e da grave violação disciplinar, sua ação constituiu crime previsto no Código Penal.

Pior, fez isso na presença de subordinados, inclusive de praças, os seus três seguranças. O que ele fez foi gravíssimo, mas não surtiu efeito prático algum em termos de provocar-me desequilíbrio emocional, muito pelo contrário: retruquei, mantendo a calma, que não estava entendendo aquela postura.

Ele arrematou, após dizer mais algumas palavras:
- O senhor está preso!

Mais uma vez, calmamente, perguntei:
- Por quê?
Sem responder, o Coronel Mário Sérgio virou-se para a esquerda e retornou em direção ao Quartel Central, sendo seguido por seus três seguranças e pelo outro oficial. No local ficamos apenas eu e o Coronel Mouzinho, que passou a servir como minha escolta. De imediato, informei-lhe ter sido difamado e preso ilegalmente, fatos presenciados por ele e que, na defesa dos meus direitos, eu o arrolaria como testemunha. Ele respondeu, bem demonstrando seu estado emocional diante do ocorrido:
- Não posso pedir para o senhor não me arrolar.

A partir de tão deploráveis acontecimentos, ainda procurando manter o equilíbrio emocional, comecei verdadeira odisseia na tentativa de descobrir a natureza da minha prisão e o motivo dela.

Meu primeiro passo foi solicitar ao Coronel Mouzinho que fizesse pronto contato com o Coronel Menezes, Corregedor Interno da PMERJ.


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