Luciano Henrique
Que vergonha alheia dos
petistas. Para tentar esconder suas intenções de censurar a mídia, criaram um
banner para ser distribuído pela Internet, onde querem “esclarecer as coisas”.
Quebrei essa peça de propaganda em seis pedaços, avaliados a seguir:
Oba! Uma lupa? Este é um dos símbolos já usados por este blog. Será que teremos uma abordagem verdadeira analítica sobre o tema? Como diria o ceguinho esperançoso, veremos…
Esse começo já é fraudulento até dizer chega, pois além de criar uma possibilidade imaginária (e fantasiosa), trata de um problema inexistente. Alguns blogueiros petistas dizem que “já existe um monopólio (ou oligopólio) dos meios de comunicação”, mas nada está mais longe da verdade.
Já mostrei aqui que o mito do
monopólio de mídia é exatamente isso: um mito.
As grandes emissoras de televisão brigam entre elas por profissionais,
disputando olimpicamente cada traço de audiência. O mesmo ocorre com a mídia
escrita. Essa relação de competição é bem diferente da que ocorreria em
oligopólios.
Ou seja, não existe monopólio e nem oligopólio na mídia do Brasil. Uma evidência disso é que o PT jamais trouxe uma comparação de market share dos grandes players da mídia em comparação com outros setores da economia, como indústria farmacêutica, bancos, construção civil e demais. O PT esconde essas informações pois sabe que, na comparação, ficará evidente que a concentração de negócios de mídia jamais constituiria um oligopólio, muito menos monopólio.
Aqui eles usam o truque de falar em donos das empresa como “famílias”, como se as empresas de outros setores da economia também não tivessem a passagem de propriedade de um proprietário a seus descendentes. Não passa de ardil psicológico dos mais sujos.
Mas a própria afirmação
contida na propaganda petista os refuta: se seis empresas são responsáveis pelo
controle de 70% da imprensa brasileira, então temos alta distribuição, ao invés
de um oligopólio, muito menos monopólio. Ora, um monopólio ocorreria se 1
empresa tivesse o controle de uns 80% a 90% da imprensa brasileira.
Eles realmente não tem
vergonha na cara…
Seis empresas de mídia? Bem, nos Estados Unidos temos as Big Six. Tudo de acordo com um fenômeno natural que ocorre em qualquer situação onde seres humanos são colocados para competir. Veja que os campeões brasileiros de futebol estão concentrados em um número pequeno de times. Os campeões da Fórmula 1 também. Isso em comparação com o resto dos competidores.
Mas, enfim, temos seis
empresas de mídia controlando 70% da imprensa, o que é uma quantidade
considerável de opções.
O PT diz que isso “diminui a
pluralidade de opiniões e manifestações culturais”. Só que espero que você não
fique surpreso ao descobrir que eles jamais revelarão quais opiniões estão
sendo “vetadas” e quais “manifestações culturais” também.
Vamos falar em manifestações
culturais. Seria para os fãs de Memento Mori? Eu nunca vi matéria sobre o
Memento Mori na mídia. É uma banda sueca muito legal, que existiu entre 1993 e
1998. Sinta o som:
Mas será que a falta de
Memento Mori na mídia dá argumento para se justificar intervenção do governo?
Aliás, se o governo diz que
não vai controlar conteúdo como uma regulação “econômica” faria aumentar
“pluralidade de opiniões”? Será que a palavra “regulação econômica” dispara um
feitiço que atingiria a mente dos novos players do mercado?
É claro que tem caroço nesse
angu, e vamos expô-lo daqui a pouquinho…
Epa, epa…
Note que eles vão discursando
em andares, e mudando de andar conforme a conveniência (esperando que você não
perceba). Em um momento eles falam de “mídia” como um todo, em seguida falam
apenas da mídia que “recebe concessões” (ou seja, as que usam transmissão de
imagem e som, sem fazê-lo exclusivamente pela TV fechada). É óbvio que estão
enrolando o leitor…
O detalhe é que outras
empresas já usaram as “concessões de serviço público de radiodifusão” (que
deveriam deixar de ser públicos, o que seria bem melhor) e foram à falência,
como a TV Gazeta e a TV Manchete. Logo, me parece que a questão nem de longe é
quem tem ou não concessão pública, mas quem tem competência em se estabelecer
ou não no mercado. Mas é contra esses que se estabeleceram no mercado que o PT
se coloca.
Mas vamos fechar a equação a
seguir:
Que feio, muito feio. Deve ser vergonhoso levar a vida mentindo e inventando fraudes para enganar os incautos. Será que eles contar para suas esposas, namoradas, filhos e mães que fazem esse tipo de serviço?
Só que quem clicar neste link verá o Sr. Eduardo Guimarães comentando que
o discurso falando em “regulação econômico” é uma tática diversionista. E
Renata Mielli, também do grupo de blogueiros censores do PT, confessou que o discurso de “regulação econômica”
seria apenas uma forma de esconder as táticas do partido para
censurar a mídia. E se você clicar aqui notará que regulação econômica sempre é regulação de conteúdo,
especialmente em regimes bolivarianos.
Ninguém é tão burro que não
entenda que se há algo que um governo totalitário precisa é de vulnerabilidade
das empresas perante as ameaças econômicas. Quanto menores as empresas,
mais mendigando por dinheiro estatal elas estarão. E mais serão vítimas de
chantagem estatal.
Em qualquer regime totalitário
moderno, sempre é assim que a mídia tem sido censurada.
Ou seja, o discurso dizendo
“precisamos mais pluralidade” é apenas truque, um conto da carochinha. O
discurso dizendo “temos seis famílias controlando 70% da imprensa” também não
significa nada em favor do governo, e, ao contrário, mostra que temos muito boa
distribuição na mídia – eu aposto que a Ambev e a Odebrech dominam mais market
share de seus setores do que a Globo na mídia. As tais “opiniões que não podem
ser manifestadas” jamais são declaradas pelo PT, pois, se o fizerem, permitirão
que o povo perceba que eles estão mentindo.
Mas tudo tem um único fim:
fazer com que tenhamos, ao invés de 6 grandes empresas, umas 20 ou 25, todas
elas menores, mais amadoras, com programação de muito pior qualidade (pois
foram atingidas seriamente por uma regulação governamental podre). Todas essas
empresas estariam desesperadas por sua sobrevivência. Daí basta o governo
colocar seus Jean Wyllys e Jandira Feghali da vida gritando “liberdade de
expressão não dá guarida a ninguém dizer (x)”, e ameaçar com as verbas estatais
(dizendo “cuidado hein, estou de olho”) para ter quase todas as empresas de
joelhos para os donos do poder estatal.
Uma consequência
imediata é a demissão sumária de todos os jornalistas que questionem o
governo. A ideia é silenciar todas as vozes opositoras, não por que o governo
mandará uma cartinha dizendo “demita funcionário (x)”, mas por que as empresas
terão medo de perder a verba estatal para anúncios, das quais essas
empresas menores se tornarão muito mais dependentes.
É a esse plano sórdido que se
resume todo o projeto de “regulação econômica de meios” (e vejam os links que
citei antes, especialmente os de Eduardo Guimarães e Renata Mielli, confessando
essas intenções).
Nenhuma pessoa
intelectualmente honesta tem mais o direito moral de cair neste tipo de engodo.
Título, Imagens e Texto: Luciano Henrique, Ceticismo Político, 17-1-2015
Título, Imagens e Texto: Luciano Henrique, Ceticismo Político, 17-1-2015
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