sábado, 17 de janeiro de 2015

As desculpas esfarrapadas do PT para esconder que quer censurar a mídia. Vamos desmascará-las, uma a uma…

Luciano Henrique


Que vergonha alheia dos petistas. Para tentar esconder suas intenções de censurar a mídia, criaram um banner para ser distribuído pela Internet, onde querem “esclarecer as coisas”. Quebrei essa peça de propaganda em seis pedaços, avaliados a seguir:


Oba! Uma lupa? Este é um dos símbolos já usados por este blog. Será que teremos uma abordagem verdadeira analítica sobre o tema? Como diria o ceguinho esperançoso, veremos…


Esse começo já é fraudulento até dizer chega, pois além de criar uma possibilidade imaginária (e fantasiosa), trata de um problema inexistente. Alguns blogueiros petistas dizem que “já existe um monopólio (ou oligopólio) dos meios de comunicação”, mas nada está mais longe da verdade.

Já mostrei aqui que o mito do monopólio de mídia é exatamente isso: um mito.  As grandes emissoras de televisão brigam entre elas por profissionais, disputando olimpicamente cada traço de audiência. O mesmo ocorre com a mídia escrita. Essa relação de competição é bem diferente da que ocorreria em oligopólios.

Ou seja, não existe monopólio e nem oligopólio na mídia do Brasil. Uma evidência disso é que o PT jamais trouxe uma comparação de market share dos grandes players da mídia em comparação com outros setores da economia, como indústria farmacêutica, bancos, construção civil e demais. O PT esconde essas informações pois sabe que, na comparação, ficará evidente que a concentração de negócios de mídia jamais constituiria um oligopólio, muito menos monopólio.


Aqui eles usam o truque de falar em donos das empresa como “famílias”, como se as empresas de outros setores da economia também não tivessem a passagem de propriedade de um proprietário a seus descendentes. Não passa de ardil psicológico dos mais sujos.

Mas a própria afirmação contida na propaganda petista os refuta: se seis empresas são responsáveis pelo controle de 70% da imprensa brasileira, então temos alta distribuição, ao invés de um oligopólio, muito menos monopólio. Ora, um monopólio ocorreria se 1 empresa tivesse o controle de uns 80% a 90% da imprensa brasileira.

Eles realmente não tem vergonha na cara…



Seis empresas de mídia? Bem, nos Estados Unidos temos as Big Six. Tudo de acordo com um fenômeno natural que ocorre em qualquer situação onde seres humanos são colocados para competir. Veja que os campeões brasileiros de futebol estão concentrados em um número pequeno de times. Os campeões da Fórmula 1 também. Isso em comparação com o resto dos competidores.

Mas, enfim, temos seis empresas de mídia controlando 70% da imprensa, o que é uma quantidade considerável de opções.

O PT diz que isso “diminui a pluralidade de opiniões e manifestações culturais”. Só que espero que você não fique surpreso ao descobrir que eles jamais revelarão quais opiniões estão sendo “vetadas” e quais “manifestações culturais” também.

Vamos falar em manifestações culturais. Seria para os fãs de Memento Mori? Eu nunca vi matéria sobre o Memento Mori na mídia. É uma banda sueca muito legal, que existiu entre 1993 e 1998. Sinta o som:


Mas será que a falta de Memento Mori na mídia dá argumento para se justificar intervenção do governo?

Aliás, se o governo diz que não vai controlar conteúdo como uma regulação “econômica” faria aumentar “pluralidade de opiniões”? Será que a palavra “regulação econômica” dispara um feitiço que atingiria a mente dos novos players do mercado?

É claro que tem caroço nesse angu, e vamos expô-lo daqui a pouquinho…



Epa, epa…

Note que eles vão discursando em andares, e mudando de andar conforme a conveniência (esperando que você não perceba). Em um momento eles falam de “mídia” como um todo, em seguida falam apenas da mídia que “recebe concessões” (ou seja, as que usam transmissão de imagem e som, sem fazê-lo exclusivamente pela TV fechada). É óbvio que estão enrolando o leitor…

O detalhe é que outras empresas já usaram as “concessões de serviço público de radiodifusão” (que deveriam deixar de ser públicos, o que seria bem melhor) e foram à falência, como a TV Gazeta e a TV Manchete. Logo, me parece que a questão nem de longe é quem tem ou não concessão pública, mas quem tem competência em se estabelecer ou não no mercado. Mas é contra esses que se estabeleceram no mercado que o PT se coloca.

Mas vamos fechar a equação a seguir:


Que feio, muito feio. Deve ser vergonhoso levar a vida mentindo e inventando fraudes para enganar os incautos. Será que eles contar para suas esposas, namoradas, filhos e mães que fazem esse tipo de serviço?

Só que quem clicar neste link verá o Sr. Eduardo Guimarães comentando que o discurso falando em “regulação econômico” é uma tática diversionista. E Renata Mielli, também do grupo de blogueiros censores do PT, confessou que o discurso de “regulação econômica” seria apenas uma forma de esconder as táticas do partido para censurar a mídia. E se você clicar aqui notará que regulação econômica sempre é regulação de conteúdo, especialmente em regimes bolivarianos.

Ninguém é tão burro que não entenda que se há algo que um governo totalitário precisa é de vulnerabilidade das empresas perante as ameaças econômicas. Quanto menores as empresas, mais mendigando por dinheiro estatal elas estarão. E mais serão vítimas de chantagem estatal.
Em qualquer regime totalitário moderno, sempre é assim que a mídia tem sido censurada.

Ou seja, o discurso dizendo “precisamos mais pluralidade” é apenas truque, um conto da carochinha. O discurso dizendo “temos seis famílias controlando 70% da imprensa” também não significa nada em favor do governo, e, ao contrário, mostra que temos muito boa distribuição na mídia – eu aposto que a Ambev e a Odebrech dominam mais market share de seus setores do que a Globo na mídia. As tais “opiniões que não podem ser manifestadas” jamais são declaradas pelo PT, pois, se o fizerem, permitirão que o povo perceba que eles estão mentindo.

Mas tudo tem um único fim: fazer com que tenhamos, ao invés de 6 grandes empresas, umas 20 ou 25, todas elas menores, mais amadoras, com programação de muito pior qualidade (pois foram atingidas seriamente por uma regulação governamental podre). Todas essas empresas estariam desesperadas por sua sobrevivência. Daí basta o governo colocar seus Jean Wyllys e Jandira Feghali da vida gritando “liberdade de expressão não dá guarida a ninguém dizer (x)”, e ameaçar com as verbas estatais (dizendo “cuidado hein, estou de olho”) para ter quase todas as empresas de joelhos para os donos do poder estatal.

Uma consequência imediata é a demissão sumária de todos os jornalistas que questionem o governo. A ideia é silenciar todas as vozes opositoras, não por que o governo mandará uma cartinha dizendo “demita funcionário (x)”, mas por que as empresas terão medo de perder a verba estatal para anúncios, das quais essas empresas menores se tornarão muito mais dependentes.

É a esse plano sórdido que se resume todo o projeto de “regulação econômica de meios” (e vejam os links que citei antes, especialmente os de Eduardo Guimarães e Renata Mielli, confessando essas intenções).

Nenhuma pessoa intelectualmente honesta tem mais o direito moral de cair neste tipo de engodo.
Título, Imagens e Texto: Luciano Henrique, Ceticismo Político, 17-1-2015

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