Antes da primeira palavra ser
dita entre pessoas que estão se conhecendo, normalmente já surge uma afinidade
maior ou menor entre elas. Alguns são mais alegres que outros, mais ou menos
carismáticos e possuem expressões faciais que nos agradam ou desagradam desde o
primeiro momento.
Conscientemente, ao conhecer
novas pessoas ninguém pretende se afastar, mas se aproximar e esse primeiro
contato pode nos levar tanto a uma nova amizade, como a um desinteresse sequer
por um segundo encontro.
Sentimentos assim,
inexplicáveis, movem toda a vida sentimental dos seres humanos em suas buscas,
descobertas, aproximações, afastamentos, alegrias e tristezas em seus
relacionamentos, de quantidades e intensidades diferentes em cada um, mas
sempre estamos buscando conhecer novas pessoas e lugares, sentir novas emoções,
realizar aventuras, corrrer mais ou menos riscos.
Nessas tentativas podemos
conhecer pessoas que nos provoquem sensações desconhecidas ou não sentidas
ultimamente, tanto de um verdadeiro asco, como o desejo de maior aproximação,
de aprofundar o conhecimento, ou ainda atrações físicas e fantasias.
As que provocam o desejo de
maior conhecimento podem se tornar nossas amigas, namoradas e até esposas,
enquanto as que provocam atrações físicas podem até se tornar qualquer uma
dessas coisas, mas certamente não serão suficientes para sustentar nenhuma
amizade ou um relacionamento mais duradouro, que ultrapassem os momentos de
prazer que poderão nos proporcionar.
Em outros períodos, mais
raros, a nossa procura tende a ser mais interior, sem buscar nenhum
conhecimento externo além do nosso próprio Eu. São ocasiões em que dirigimos
nossas buscas para nosso interior, querendo saber mais sobre o nosso próprio
ser, entender o porque somos dessa ou daquela maneira e os motivos que nos
tornaram assim.
É durante esses períodos, de
auto conhecimento, que mais crescemos como pessoas, seres humanos. Temos aí a
oportunidade de percebermos nossos erros e acertos, buscar correções, mudanças
de rumo, seguirmos por rotas ou de modo diferente, sendo mais ou menos
exigentes com os outros e com nós mesmos.
Buscando entender quem
realmente somos, logo perceberemos, lá no fundo, coisas que não conhecíamos
sobre nós mesmos e que muitas vezes até nos surpreenderão, mas certamente
também virá a certeza, clara, indiscutível, que somos o resultado de todo o
nosso passado, o que ocorreu em nossas vidas.
O que fizemos, sentimos,
gostamos, recusamos, com o que sofremos e vibramos, nossa alimentação, vestes,
amizades, os filmes que assistimos, os livros que lemos, lugares onde vivemos e
as viagens que fizemos nos moldaram assim, em seres únicos, especiais.
Com essa moldagem própria
sentiremos, de modo diferente de todos os outros seres, cada nova ocorrencia em
nossas vidas. Novas amizades, trabalhos, relacionamentos, ou reações em
diversas situações, como uma provocação recebida no trânsito, serão encaradas
de maneira distinta por cada um.
Podemos gostar ou odiar cada
pessoa que conhecemos ou fatos que ocorreram, de modo in Iniciáticas &
Outrosverso à abordagem dada por outra pessoa, sem nenhum motivo justificável,
simplesmente porque cada um pensa e age de modo diferente do outro, como ocorre
com nossas predileções religiosas, futebolísticas, físicas e alimentares, por
mais que tenhamos afinidades em diversos outros assuntos.
São iguais para todas as durações dos sentimentos gostar, paixão e
amar. São elas, respectivamente: imediatamente; por um período; ou que durará a
cada amanhecer e anoitecer, pelo resto de nossas vidas.
Título, Imagem e Texto: João
Bosco Leal
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