Rodrigo Constantino
Se estivesse vivo, Leonel de
Moura Brizola completaria 90 anos de idade no próximo domingo. Dizem que não é
educado atacar alguém que já faleceu. Mas quando suas idéias e seu mito ainda
vivem, influenciando a política atual, considero legítimo o esforço de
desmistificar o defunto. É justamente o que pretendo fazer, de forma sucinta,
abaixo.
Brizola representa, em minha
opinião, o que sempre houve de pior na política brasileira. Extremamente
populista e demagogo, ele sempre esteve do lado errado nas lutas ideológicas.
Se o Brasil é um país pobre e atrasado, então Brizola tem sua parcela de culpa
nisso, por menor que seja (e não creio ser tão pequena). Especialmente para os
cariocas, o estrago causado pelo brizolismo foi imenso, com seqüelas sentidas
até hoje.
Eu tive a oportunidade de
assistir um debate em que Brizola participou, na PUC do Rio. Lembro de ter
questionado, à ocasião, sobre como aquela retórica vazia podia conquistar
tantos estudantes. Reconheço que ele era bom na arte da retórica, ou seja, era
um excelente sensacionalista. Ainda assim, era sensacionalismo puro! Mas os
alunos ficavam encantados, repetindo aquelas palavras de ordem, aqueles chavões
nacionalistas bobocas.
Vejamos o caso das
privatizações. Brizola sempre foi uma das mais virulentas vozes contrárias ao
processo de desestatização. Em abril de 1997, chegou a escrever no Jornal do
Commercio: "A privatização da Vale é um ato insano e injustificável; eu
desconfio da inteireza mental do presidente Fernando Henrique". O discurso
de Brizola contra o suposto “entreguismo” sempre foi carregado de xenofobia,
como se o comércio mundial fosse apenas uma batalha de estrangeiros contra
brasileiros. Nada mais falso, obviamente.
A mentalidade caudilhista
sempre esteve presente em Brizola, que foi lançado na política por Getúlio
Vargas, um ditador. Sua ligação com o tirano de Cuba, Fidel Castro, era apenas
um passo natural para um esquerdista que sonhava em impor o socialismo goela
abaixo dos brasileiros (nos turbulentos anos de 1964, Brizola chegou a sugerir
um “golpe preventivo” a seu cunhado, Jango). Brizola foi presidente de honra da
Internacional Socialista, e conspirou a vida toda em prol deste regime que, por
onde passou, deixou um rastro de miséria e escravidão.
Seu oportunismo fez com que Brizola
fosse o único político a governar dois estados diferentes na história do
Brasil: Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro. Como carioca, posso atestar que
esta foi a pior “exportação” que os gaúchos fizeram para o Rio, do ponto de
vista dos moradores da Cidade Maravilhosa, naturalmente. Sem receio de exagerar
na dose, Brizola foi o maior responsável pela desgraça que se abateu sobre o
Rio desde então. Ao blindar as favelas contra a ação policial, sob o manto de
proteção aos “pobres”, Brizola ajudou a criar verdadeiras fortalezas do crime.
A homenagem dos traficantes parece justa, ao nomearem a cocaína dos morros de
“brizola".
Além disso, temos todos
aqueles CIEPs (Centros Integrados de Educação Pública) abandonados, mas
estrategicamente colocados à beira das estradas, talvez para propaganda
política. Esqueletos de cimento que serviram para o discurso populista de
Brizola e seus seguidores, em prol da educação das crianças carentes. Os tais
“Brizolões”, com projeto arquitetônico do comunista Oscar Niemeyer, comprovam
que não bastam boas intenções – se é que existiram de fato – para se obter bons
resultados. A esquerda sempre tentou monopolizar as virtudes, sem ligar para as
conseqüências concretas de suas ações.
Se Brizola já se foi, o
brizolismo continua vivo. Infelizmente. Seus filhotes políticos governaram o
Rio por muitos anos. Um dos principais ícones mais recentes deste brizolismo é
Antony Garothinho. Sua marca é a demagogia elevada, a retórica de luta de
classes, o nacionalismo xenófobo, e a idolatria do estado como único meio para
os fins nobres. A simbiose entre governo e máfias sindicais tem sido outra
marca do brizolismo também, herança absorvida pelo PDT de Carlos Lupi e
companhia.
Todo este sensacionalismo
daqueles que falam em nome dos pobres trabalhadores tem servido apenas para
concentrar riqueza nos próprios sensacionalistas e seus apaniguados, espalhando
miséria aos demais. Não custa lembrar que o próprio Brizola era um abastado
fazendeiro, com grande criação de ovelhas no Uruguai. O que tem de político
rico à custa dos pobres que alegam defender não é brincadeira!
Aliás, reza a lenda que parte
do capital usado para a compra da fazenda no Uruguai veio do desvio de recursos
que o ditador Fidel Castro teria dado a Brizola para financiar movimentos
revolucionários no Brasil. O boato rendeu o apelido de "El raton" a
Brizola. Não sei se é verdade ou não. Mas se for, trata-se da segunda coisa
louvável de Brizola que tenho conhecimento (a primeira foi apelidar Lula, seu
concorrente direto, de "sapo barbudo"): roubar dinheiro do El Coma
Andante! Só de pensar na cara de raiva do senhor feudal cubano, impedido de
revelar publicamente o fato para não passar recibo de otário, ah, isso não tem
preço!
Título, Imagem e Texto:
Rodrigo Constantino, 18-01-2012
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