segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

O direito dos pais em batizar os filhos com nomes ridículos


Isabel Stilwell
A tendência para baptizar os filhos com nomes invulgares, que de preferência façam manchete de jornais, está a crescer a olhos vistos, seguindo a moda das celebridades, anuncia o Economist. Segundo os dados estatísticos disponíveis, na viragem do século já mais de metade dos pais norte-americanos davam às raparigas nomes que não constavam dos 200 mais populares, percentagem que se cifrava nos 60% no caso dos rapazes. Mas isso era há dez anos, porque desde ai a fúria criativa dos pais parece não conhecer limites, e desde bebés apelidados de pontos de exclamação, maçã, sexo, apenas números, títulos nobiliárquicos, “Paragem do autocarro número 89”, como aconteceu na Nova Zelândia, o que não faltam são excentricidades.
Contudo, talvez tenha sido o caso dos irmãos Adolfo Hitler e Aryan Nation (Nação Ariana), retirados aos pais pelo tribunal (que considerou o nome apenas um dos indicadores de que os progenitores eram loucos), que abriu nos EUA a polémica de se o Estado deve ou não proteger os filhos dos desvarios paternos, ou se a atribuição de um nome próprio diz respeito apenas à família.
Segundo o Economist, Portugal é dos países mais ajuizados, existindo uma lista dos nomes permitidos e proibidos, seguida de França e da Alemanha onde, por exemplo, o nome tem necessariamente de indicar se a criança é um rapaz ou uma rapariga. A Nova Zelândia decidiu agora pôr ordem nos seus registos, mas nos EUA as possibillidades ainda são ilimitadas. Embora, em muitos estados, nomeadamente a Calfórnia, não se permitam acentos, o que significa que alguém pode chamar a um filho Palerma, mas nunca José, mesmo que a criança tenha pais latinos.
Até que ponto é que um nome pode condicionar o futuro de uma criança, é a grande questão, e a quem ainda ninguém deu resposta. No Reino Unido uma empresa que se encarrega de mudar nomes próprios diz que em 2011, tratou de 60 mil casos, enquanto há dez anos não passaram dos cinco mil. Mas, como diz o Economist, enquanto uns pagaram para lhes tirarem o ridículo de cima, outros estão dispostos a desembolsar 60 euros para se cobrirem dele.
Texto: Isabel Stilwell, Destak, 16-01-2012
Título: JP

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