Rivadávia Rosa
Lúcida e realista a análise
postada por Nivaldo Cordeiro.
O fato é que todos temos
consciência da falência (a) (i) moral de grande parte de nossa sociedade;
embora a grande maioria ainda seja honesta, ordeira e trabalhadora, a
percepção é de que está tudo ‘dominado’. Daí os 87% de aprovação do então
presidente Da Silva que diante de uma eventual comoção popular poderá
chegar a 100% pelos incautos e/ou beneficiários.
Acho oportuno apenas para
agregar ao texto, citar trecho do livro “Hitler e os Alemães”, de Eric
Voegelin (São Paulo: Ed. É Realizações, 2008), em que há uma passagem
interessante e reveladora do estado da sociedade alemã, na época do nazismo.
Sem nenhuma intenção subliminar:
“Se, portanto, uma sociedade –
agora não o Estado ou a Igreja – estiver em desordem espiritual e intelectual,
então este não é apenas um caso na esfera política temporal e da ordem, mas
vale do mesmo modo para a ordem da esfera espiritual para ser mantida pela
Igreja. Então aparece a proposição de Jaspers, que ele escreveu em seu Die
geistice Situation der Zeit (Man in the Modern Age – O Homem na
Idade Moderna), de que a formação das elites para a salvação da ordem de um
povo é impossível numa sociedade corrupta. Então, a Igreja não é uma elite
dentro de um povo que está corrupto em geral, mas participa dessa corrupção.
Essa proposição de Jaspers, a propósito foi desenvolvida por Platão e por
Aristóteles. Em contraste com esse fato, de que a Igreja e Estado são idênticos
em seu papel social, há agora o papel que coube às Igrejas, de representar a
ordem espiritual como instituições separadas, mesmo que elas não façam isso.
A corrupção moral, no sentido
da corrupção moral e espiritual e intelectual – que se expressas em várias
ideologias e na associação ao Partido Nacional-socialista – tornou impossível a
democracia, na forma da República de Weimar. Foi assim a ponto de no final da
República de Weimar termos um bloco majoritário – ou seja, os ideólogos
radicais de esquerda e de direita, comunistas e nacional-socialistas, tinham a
maioria no Reichstag; entre eles, o centro democrático era impotente. A
impotência política e falta de discernimento dos democratas é ela mesma um
componente do estado geral de corrupção que se expressava nas alas ideológicas
de esquerda e de direita e em suas lutas de partido pelo poder.
Essa desintegração na esfera
temporal da ordem social levou então à desintegração de todos os partidos
depois da ascensão de Hitler ao governo. Ou seja, na esfera político-temporal
não havia mais representantes que pudessem expressar-se publicamente para tomar
uma posição contra o nacional-socialismo. Uma vez que uma representação
política de oposição ao regime já não existia depois de este ter chegado ao
poder, a Igreja foi deixada como representação da ordem espiritual do homem.
Era um remanescente da representação do homem contra o nacional-socialismo e, a
partir dessa situação estranha, coube a ela o papel de defender e manter os
interesses e a dignidade do homem.
Entretanto, a Igreja não podia
satisfazer essas demandas. As Igrejas não foram capazes de defender a dignidade
do homem – não apenas de defendê-la com sucesso, mas sequer defendê-la – porque
eles próprios, leigos e clérigos, também foram participantes dessa corrupção,
mesmo que num grau menor que o dos próprios nacional-socialistas. A Igreja foi
incapaz de lidar com a situação de uma sociedade desumanizada porque a perda da
realidade já acontecera dentro da própria Igreja. ...” (p. 209/210).
No mais, quanto a hipótese
da prevalência do positivismo jurídico sobre o jusnaturalismo – acho que a
coisa é muita mais séria e perversa, pois vivemos sob o cancro, digo, manto do
relativismo jurídico (a) (i) moral, esse sim, a ‘fórmula’ perfeita para
eliminar as amarras do Direito “burguês”.
A propósito o sr. Da Silva
antes de ser eleito foi candidato várias vezes (3). Não tinha carisma;
somente foi eleito depois de ser formatado e embalado na base de 'Armani',
vinho francês e outras 'cositas marketeiras'. O pseudo carisma e a seguir o
mito foi promovido pela intensa exposição à mídia, regada a muita propaganda no
Brasil e no mundo. Com a Constituição 'reformada' pelo então presidente
Fernando Henrique Cardoso foi reeleito; e ainda para o terceiro mandato, bancou
a candidatura da dona RUSSÉV (Dilma Vana Русев Russév Linhares).
Pero, para concluir profeticamente:
“Deus permite que os perversos triunfem, porém em dado momento Ele dá um
basta.” Jacques-Bénigne Bossuet (1627-1704).
FELIZ 2012!
Texto: Rivadávia Rosa
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