A saúde privada no Brasil

Nelson P. Ribeiro

Caros colegas,

Isto não é bem um testemunho, mas um desabafo, para mostrar o que nós brasileiros sofremos com a "saúde". Apesar de ser do AERUS, ainda tenho condições de manter meu plano de saúde Amil, através da AMVVAR. Estava eu com uma forte gripe há uma semana sem conseguir curá-la. Me dirigi ao Hospital Pasteur, no Méier/RJ, que é conveniado com a AMIL, fui lá pela primeira vez e não sabem o que me aconteceu... Entrei na sala de atendimento à emergência às 12h35 e somente fui liberado às 16h40, mais de 4 horas para um atendimento de rotina por um clínico, isto sem falar que sou um idoso de 74 anos. O hospital é muito bonito, moderníssimo, mas este tipo de atendimento, acho eu, que nem no SUS ou em alguma UPA, seja tão demorado. A rotina é "deslumbrante": Ao chegar, tira-se a senha, depois é chamado para se cadastrar, após vai para a "triagem" com um enfermeiro para dizer os sintomas que está sentindo (este processo dura cerca de 01h e 30). O enfermeiro te indica para uma sala onde você deverá aguardar o atendimento. Depois de esperar um tempo incrível, uma simpática médica te atende, examina e te envia para o Raio X, aí se vai mais de uma hora, pois o resultado da "chapa" retorna à médica para o diagnóstico final. Isso tudo foi mais de 2h e meia somando à 01h e meia, chega-se ao absurdo de mais de 4 horas! Aí me pergunto, vale a pena pagar cerca de R$ 650,00/mês para ter este tipo de atendimento? Isto tudo sem contar que você estava sem almoçar e somente tomando água enquanto esperava, pois existe o receio de se ausentar e ser chamado, aí, complicaria muito mais. Ao sair medicado, me dirigi à Droga Raya, perto do hospital, e lá, também para adquirir os medicamentos que me foram receitados, tinha que tirar a maldita senha, que era nº 484 e estava sendo atendida a senha de nº 460. Entreguei os pontos e desisti... Peguei meu ônibus, voltei para casa e comprei os remédios através do telefone...

Fraternos abraços,

Nelson P. Ribeiro/APRUS, 12-9-2012