quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Acerca do suposto fracasso da austeridade


Miguel Noronha
Pretendendo provar o fracasso do programa de austeridade do governo, os “abrantes”apresentam a imagem supra. Porém, os gráficos e números neles apresentados contam uma história algo diferente. O que está a falhar na execução do OE2012 é a receita. Algo que vários insurgentes avisaram atempadamente. A receita fiscal depende de demasiados factores exógenos e numa conjuntura recessiva é muito pouco fiável. É até altamente desejável que se verifique uma redução da carga fiscal que incide sobre individuos e empresas. Para além do mais a redução do défice deve, por motivos estruturais, ser feita essencialmente (para não dizer, exclusivamente) pelo lado da despesa e recorrendo a cortes permanentes. Ora, precisamente no lado da despesa pode-se verificar que o governo está a conseguir atingir e mesmo a ultrapassar alguns objectivos.
Já nos governos do PS tinhamos avisado que a redução do défice era feita exclusivamente pelo lado da receita aproveitando a conjuntura favorável mantendo-se a despesa pública em crescimento constante, inclusivamente acima da inflação anual. Recordo-me de ter escrito na defunta revista Atlântico acerca dos perigos deste caminho, e que uma reversão da conjuntura económica faria disparar o défice e traria à luz do dia todos os erros cometidos. A realidade provou exctamente isso.
Título e Texto: Miguel Noronha, O Insurgente, 05-9-2012

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