Muita gente na Venezuela hoje diz que o Presidente Nicolás Maduro está
perdendo rapidamente o apoio dos setores mais pobres que votava no finado Hugo
Chávez e compunha algo em torno de 56 por cento do eleitorado, a parte mais
despreparada do país, e que, por isso mesmo, se deixava hipnotizar pelo
falecido líder populista e demagogo.
Francisco Vianna
Essas
pessoas estão apontando o dedo para a ineficiência do atual presidente e
dizendo que sua pobre administração é parcialmente responsável pela grave crise
econômica do país. Não é. Justiça seja feita, apesar de Maduro, ex-motorista de
ônibus e profundamente despreparado para ocupar o cargo de presidente da
república, estar agora no comando do país, não se pode imputar a ele toda a
culpa por uma situação nacional catastrófica que é, na verdade, oriunda de pelo
menos dois mandatos eivados de barbaridades cometidas pelo seu defunto
predecessor.
Acontece
que, se por um lado os ricos mandaram seus capitais para fora do país e muitos
deles se foram junto com o dinheiro, o abacaxi está sendo descascado pela
classe média baixa e pelos pobres que estão mais pobres ainda e passando
necessidades pelo incrível desabastecimento que o “socialismo do século XXI”
desencadeou no país.
Como
se sabe, o socialismo acaba quando acaba o dinheiro… dos outros! E os outros, que tinham dinheiro, se foram do país
e não há mais como sustentar o politburo de Caracas, com o petróleo em baixa e
com a PVDSA se esfarelando de ferrugem.
Assim
como em casa que não tem pão, todo mundo fala e ninguém tem razão, a Venezuela
entrou numa fase em que a autodestruição passa ser automática. São os efeitos da
cubanização do país. Não há muito que possa ser
feito por Maduro, a não ser que ele chamasse o Sr. Capriles para formar um
governo de coalizão nacional e caso o opositor aceitasse – afinal, todos sabem
que o chavezismo roubou a eleição de Capriles – começassem a desmanchar todas
as besteiras cometidas por Chávez e a dar garantias institucionais aos
investidores para que voltassem a investir seus capitais no país e chamassem de
volta, pagando bem, a mão de obra especializada que deixou a PDVSA na mão de
curiosos e furiosos.
Como
isso, provavelmente, não acontecerá, a ruína do país do norte é fava contada e
as pessoas podem se acomodar nas poltronas para assistir a esse espetáculo de
terror.
Destarte,
não é surpresa que as enquetes feitas recentemente junto à população, pela empresa
Fortuny, Guzman & Associados, tenha exibido uma porcentagem de desaprovação
do governo de 56 por cento nas chamadas classes D e E (paupérrimos e
miseráveis) e de 70 por cento na chamada classe C (média baixa).
São
diversos os analistas venezuelanos que, diante desses números, afirmam que “o continuísmo
do ‘projeto bolivariano’ está gravemente ferido e em seu leito de morte”. Os
mais pobres são, como sempre, as maiores vítimas do socialismo ao cabo de pouco
tempo e a desolação entre essas pessoas tem aumentado com nunca em face da
guerra econômica começada pelo governo em que não há a possibilidade de
favorecer a ninguém, muito menos aos mais pobres.
56 por
cento dos venezuelanos (média de todos os extratos sociais do país) consideram
que a gestão de Maduro é ruim e ineficiente, além de agravar os problemas
sociais criados pelo novo regime, e 22 por cento marcaram a gestão do pelego
como “muito ruim” ou “péssima” com apenas 16 por cento declarando-a como de “regular
a ruim”.
Assim,
apenas 41 por cento qualifica a gestão governamental de Maduro como boa. Mas,
em questão de confiança, Maduro fica muito mal no pedaço, uma vez que 40 por
cento respondeu que o presidente não lhes inspira “a menor confiança” e 24 por
cento disse sentir “pouca confiança” e só 23 por cento disse sentir “alguma confiança”
com apenas 10 por cento tendo declarado “plena confiança” no mandatário.
Outra
coisa interessante em que os analistas coincidem é que essa conceituação
popular negativa do chavezismo já existia antes da eleição de Maduro, que
Capriles acredita e diz que tem provas de ter sido fraudulenta, a ponto da
Justiça aparelhada do país tê-lo ameaçado de prisão caso insistisse com sua
campanha.
Parece
que as pesquisas exibem números que confirmam a tese da oposição.
Título
e Texto: Francisco Vianna, (da mídia
internacional), 07-11-2013
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