sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Para quem devem dobrar os sinos...


Jonathas Filho
Finados, o dia dos mortos... a data  dedicada àqueles que se foram para o descanso eterno. Viveram suas vidas, combateram seus combates, passaram seu tempo e o tempo os passou. Uns com embate, outros no abate. Muitos se foram, deixando espaços abertos que só serão preenchidos quando outros... se com as mesmas singularidades aparecerem. Duvido!

Nesse vazio que fica sem ser preenchido, ficam perguntas sem respostas, frases inacabadas, mãos sem o afago de outras mãos que de tão companheiras, tinham simbiose afetiva e viviam entrelaçadas... Ficam olhares sem sentido, no vislumbrar do nada. Foram amados, estimados, kiridos, admirados. Se deixaram mágoas, com certeza foram perdoados porque, na dor da perda do amor também se perde o rancor; fica tudo numa dormência que vai diminuindo dia à dia até só restar a saudade. Aquela saudade que é sempre banhada em pranto e tristeza. Os sentimentos de mau significado são esquecidos e nessa dor  só se escuta o coração chorando apertado.

Foram trabalhadores de terra e do ar, honrados, de uma “mão de obra” inatacável, pelo nível de excelência técnica e humana. Deram-se de corpo e alma àquilo que amavam e as Companhias a que pertenceram lhes davam como reciprocidade, sendo   empresas respeitadas nacionalmente e internacionalmente e consideradas excelentes no ramo da aviação comercial no mundo. 
Criou-se então um Fundo de Pensão para a complementação de aposentadorias e todos participaram, descontando vultosos valores mensais descontados na folha de pagamento. Em 2006, o pesadelo da Intervenção reduziu os pagamentos das complementações  a meros 8% do total que recebiam. Um verdadeiro desastre para todos os participantes do Aerus ativos, assistidos e pensionistas.

Muitos faleceram prematuramente, por carências que poderiam e deveriam ter sido atendidas, mas, incoerentemente, pelas outras partes não terem  cumprido o que foi contratado, tais carências  se avolumaram, se tornaram crônicas e  adiantaram os desenlaces.

O desfecho “sinistroso” do Aerus, tem como causa: o egoísmo, a ganância e desonestidade de uns, que com a anuência de outros... cujas funções precípuas seriam as de fiscalizar e impedir tais comportamentos e manter o curso de uma gestão decente, ética e responsável.
Esses “uns e outros”,  perpetraram a todos os  participantes  (principalmente aos  que faleceram e que não tiveram o direito de ter uma qualidade de vida, apesar de terem pago regiamente para isso), todos esses longos anos de sofrimento.

Num futuro não tão distante, será possível, num exame de consciências, analisar atitudes, verificar traços, vestígios e evidências que comprovarão a culpa dos implicados no “desastre do Aerus” e consequentemente juntar-se-á a  agravante de terem promovido tais  carências que abreviaram o tempo de vida desses  participantes, cujas existências poderiam ter sido estendidas se os recursos financeiros  a que tinham direito (pela complementação de suas aposentadorias), os habilitassem aos serviços médicos, fisioterapêuticos, internações hospitalares, remédios, alimentação adequada, além de outros cuidados. 

Para quem os sinos devem dobrar, é um réquiem por esses homens e mulheres, que após cumprirem seus deveres, se descobriram sem haveres, no momento em que a idade começou avergar-lhes ao vento” mas que certamente não quebrariam  e resistiriam por muito mais tempo se tivessem sido protegidos pelo que tinham direito.
Título e Texto: Jonathas Filho, Ex-Comissário de Bordo da Varig, Aposentado Aerus, 01-11-2013



Requiem Mass in D Minor
Artist: Neville Marriner
Wolfgang Amadeus Mozart's final Masterpiece was commissioned in mid 1791 by the Austrian count Franz Von Walsegg, as a Tribute to the passing of his young wife Anna. Mozart began his final composition in Prague, suffering from an undetermined illness, which would eventually take his life and rob him of the chance to see the completion of his Magnum Opus. After Mozart's death, his understudy 'Franz Xaver Süssmayr', at the behest of Mozart's wife, completed the missing parts of the Requiem.

Requiem Mass was first performed on January 2, 1793, in a private concert for the benefit of Mozart's grieving wife, Constanze Mozart.

The Following are the lyrics, translated from their Original Latin:

Grant them eternal rest, Lord,
and let perpetual light shine on them.
You are praised, God, in Zion,
and homage will be paid to You in Jerusalem.
Hear my prayer,
to You all flesh will come.
Grant them eternal rest, Lord,
and let perpetual light shine on them.

Lord, have mercy on us.
Christ, have mercy on us.
Lord, have mercy on us.

Day of wrath, day of anger
will dissolve the world in ashes,
as foretold by David and the Sibyl.
Great trembling there will be
when the Judge descends from heaven
to examine all things closely.

The trumpet will send its wondrous sound
throughout earth's sepulchres
and gather all before the throne.
Death and nature will be astounded,
when all creation rises again,
to answer the judgment.
A book will be brought forth,
in which all will be written,
by which the world will be judged.
When the judge takes his place,
what is hidden will be revealed,
nothing will remain unavenged.
What shall a wretch like me say?
Who shall intercede for me,
when the just ones need mercy?

King of tremendous majesty,
who freely saves those worthy ones,
save me, source of mercy.

Remember, kind Jesus,
my salvation caused your suffering;
do not forsake me on that day.

Faint and weary you have sought me,
redeemed me, suffering on the cross;
may such great effort not be in vain.

Righteous judge of vengeance,
grant me the gift of absolution
before the day of retribution.

I moan as one who is guilty:
owning my shame with a red face;
suppliant before you, Lord.

You, who absolved Mary,
and listened to the thief,
give me hope also.

My prayers are unworthy,
but, good Lord, have mercy,
and rescue me from eternal fire.

Provide me a place among the sheep,
and separate me from the goats,
guiding me to Your right hand.

When the accused are confounded,
and doomed to flames of woe,
call me among the blessed.

I kneel with submissive heart,
my contrition is like ashes,
help me in my final condition.

That day of tears and mourning,
when from the ashes shall arise,
all humanity to be judged.
Spare us by your mercy, Lord,
gentle Lord Jesus,
grant them eternal rest. Amen.

Lord Jesus Christ, King of glory,
liberate the souls of the faithful,
departed from the pains of hell
and from the bottomless pit.
Deliver them from the lion's mouth,
lest hell swallow them up,
lest they fall into darkness.

Let the standard-bearer, holy Michael,
bring them into holy light.

Which was promised to Abraham
and his descendants.

Sacrifices and prayers of praise, Lord,
we offer to You.
Receive them in behalf of those souls
we commemorate today.
And let them, Lord,
pass from death to life,
which was promised to Abraham
and his descendants.

Lamb of God, who takes away
the sins of the world,
grant them eternal rest.
Lamb of God, who takes away
the sins of the world,
Grant them eternal rest.
Lamb of God, who takes away
the sins of the world,
grant them eternal rest forever.

Let eternal light shine on them, Lord,
as with Your saints in eternity,
because You are merciful.
Grant them eternal rest, Lord,
and let perpetual light shine on them,
as with Your saints in eternity,
because You are merciful.

2 comentários:

  1. Muito bom. E tem Mozart. Mas a pergunta de Hemingway no seu livro de 1940 me levou ao final do filme de 1943 com Ingrid Bergman e... For Whom the Bell Tolls... é por você, contribuinte do Aerus, é por seus filhos, é por todos que sobreviverão...

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  2. Finados Jonathas Filho, também poderia se assim?


    Peguei o dicionário, que é um daqueles bem gordos. Vamos ver o que quer dizer esta palavra neste mundo:
    Finados: Dia de finados. Não está me dizendo nada. Ah! Encontrei aqui:
    Finar: Acabar, findar,... morrer, falecer.
    Dia dos findados? Dos acabados? Que invenção é essa? Que barreira enorme é essa que inventaram? Com que fim? Não seria o tempo de "finar" isso?
    Escrevo inspirado no que Sônia Carvalho escreveu:

    A Vida... Pede Passagem

    Para dar força e poder aos teus dizeres, Sônia, em que a Vida é algo esplêndido e infindável.
    Passando por infindáveis experiências. Infindáveis escolhas. Livre arbítrio, causa e efeito infindáveis.
    Sem nenhuma lei, porque não há nenhuma lei para a Vida.

    É quando rompemos com a barreira da morte,
    Tendo a coragem de romper com tudo que nos dizem aqui.

    Porque tudo é muito além do que dizem aqui.
    Tremendos bloqueios de quem somos todos
    Enorme prisão que criou este enorme desconhecimento da Vida
    Em que são então duas prisões.

    Uma em nossas gaiolas físicas,
    Que estão presas à grande prisão criada neste mundo
    E que é a grande gaiola que a tudo bloqueia.

    E é quando em nossos poderes, em que também a coragem existe a todos
    Rompemos com tudo isso que não existe.

    E que em grande alegria
    Deixamos de chorar a morte
    E todos vocês se tornam
    Grandes Mestres e Mestras da Vida
    Porque romperam com as barreiras da morte.

    E dirão: celebremos a Vida!
    Porque de tudo que dizem ser sagrado
    A Vida ou cada um de vocês todos individualizados
    São o real sagrado da Vida.
    Sem qualquer distinção de raça, cor, credo ou religião
    Porque Vida desconhece isso tudo...

    Finados....?

    Hoje é dia de festa, não de choro.
    Em que a Vida não pede passagem
    Em que a Vida real Existe
    Na esplêndida e maravilhosamente
    Livre escolha dos caminhos infindáveis da Vida.

    Em Vida
    Celebro e saúdo a Todos e Todas que lêem isto
    Celebro em risos e festa
    Nesta celebração da
    Vida Eterna.

    IVAN A Ditscheiner
    ( aposentado assistido Aerus )

    fonte: http://somostodosum.ig.com.br/blog/b.asp?id=8759

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