A vida é assim mesmo, ou nós
fazemos ou terá que haver alguém que as faça. No caso da bebê Sofia, seus pais
a fizeram dentro de uma cidadania exercida e com todo o custo emocional que
isso poderia acarretar tanto à pequena, como à família como um todo.
Para quem não está a par da
breve história da Sofia, ela nasceu com síndrome de Berdon, uma doença rara que
provoca problemas no intestino, bexiga e estômago.
No Brasil, a cirurgia é feita
pelo SUS de maneira ainda experimental, e por isso a família optou por realizar
a operação nos EUA, onde ela é feita há mais tempo.
Aí começaram os problemas da
pequena Sofia com o governo federal "destepaiz", que "paga"
tudo a todos os seus protegidos, mas que se negou a financiar a viagem e a
cirurgia.
Porém, não foi à toa que esta
criança veio ao mundo com uma síndrome tão rara, e nos está provando através
dos seus pais que quando uma cidadania é exercida corretamente, tudo se torna
possível, os céus se abrem e as luzes se acendem na vida de todos.
Ao não aceitar o uso de sua
filha como cobaia em cirurgias "experimentais" aqui no Brasil,
tiveram a ombridade, a responsabilidade civil e familiar de querer para a
menina, o que de melhor poderia ser para ela.
E assim foi feito, porque a
Sofia já está nos EUA, mais precisamente no Jackson Memorial em Miami, com
cirurgia marcada após os exames de rotina e a um custo de R$ 2,4 milhões, já
depositado em conta do hospital, pela União que foi obrigada pela justiça a
pagar não só o tratamento, como qualquer outro gasto que surgir.
Onde é que nós, do fundo de
pensão AERUS, nos encaixamos?
Primeiro, nós não somos bebês e tampouco necessitamos de que alguém
o faça por nós.
Segundo, que sentar para conversar com as associações de classe e
também responsáveis no processo, não só nos fará tomar o rumo da cidadania,
como nos fará conhecer finalmente os responsáveis, porque eles existem, deste
atraso e destes recursos abomináveis sob a ótica humana, a que estão nos
submetendo. Os pais de Sofia o fizeram, e vejam como agiram.
O advogado Miguel Navarro conquistou o
reconhecimento de tais direitos na Justiça, junto ao Tribunal Regional Federal
da 3ª Região (TRF3). Houve resistência da União em cumpri-los, o que levou o
advogado, por meio de liminar, pedir a prisão do ministro da Saúde, Arthur
Chioro, sob a acusação de prevaricação e desobediência à ordem liminar expedida
pelo Tribunal Regional Federal (TRF). Após o pedido de prisão, o Ministério da
Saúde anunciou o custeio do tratamento e depositou em conta judicial a quantia
de R$ 2,2 milhões.
(fonte: jornal Cruzeiro do Sul,
Sorocaba)
Belo exemplo estão nos dando,
ainda mais se pensarmos que os pais da Sofia entraram numa rota de colisão com
o governo e, nós já saímos felizmente dessa rota turbulenta ao sairmos com uma
vitória monumental que aguarda apenas o acórdão da justiça.
É aqui que temos que correr
atrás e fazer com que a Civil Pública
e a Terceira Fonte também tenham
julgados os recursos a elas impostos.
Seja via CNJ (Conselho
Nacional de Justiça), seja com agenda pessoal com os desembargadores, nós temos
que mostrar o estatuto do idoso e que não vamos sossegar enquanto esses
recursos não forem julgados o mais rápido possível.
Caso nem uma nem outra atitude
resolva, ainda temos a opção da via de confronto, pacífico, mas os corredores
dos palácios de justiça nos aguardam.
Após o término deste evento
claramente eleitoreiro que nos assola neste momento, vamos ter que exercitar de
vez a nossa cidadania.
Ficarmos placidamente em casa
aguardando o que não vem e reclamando da vida, dos candidatos, dos políticos,
dos seus erros ou de uma vez por todas fazermos as nossas escolhas.
Título e Texto: José Manuel, ex- tripulante Varig,
04-07-2014
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