David Dinis
Hoje é o dia em que todos os jornais dizem o mesmo - e em que a repetição é boa. Por cá, como em todo
o mundo civilizado, as capas fazem-se com poucas palavras. "Je Suis
Charlie". Ou "Somos todos Charlie", na predominante
versão portuguesa. O fundo é a preto, ou com um desenho, satírico por vezes, em
homenagem às capas famosas do Charlie Hebdo e aos seus jornalistas, ontem vítimas de um dos piores atentados de sempre à liberdade de imprensa - e portanto à
liberdade de nós todos.
Enquanto dormia…
Enquanto dormia…
A polícia francesa identificou
três suspeitos do crime, um dos quais já se entregou, o mais novo do grupo. As buscas pelos outros dois
estão a ser feitas em Reims, a 150 quilómetros de Paris - mas um deles terá
deixado cair um documento de identificação no local do crime. Um dado ainda
difícil de entender, face ao ataque feito com "precisão militar" à sede do jornal, na opinião de
alguns especialistas.
Paris acordou entretanto com um novo tiroteio, provocado por um homem armado com uma metralhadora. Há dois feridos, mas ainda não há ligação estabelecida com o Charlie Hebdo.
Por aqui no Observador, como aconteceu em outros jornais do país, fizemos o obituário dos jornalistas que morreram, falámos com um dos cartoonistas portugueses mais famosos ("desenhamos riscos, corremos riscos, disse-nos o António), recuperámos os muitos cartoons de homenagem e protesto que correm o mundo. Recuperámos outros casos de atrocidades e perseguições feitas em nome de Alá.
Também explicámos o que pensamos sobre tudo isto (o José Manuel Fernandes, o Paulo Sande, a Lucy Pepper). E falámos com Carlos Gaspar, Felipe Pathé Duarte e Daniel Pinéu, para procurarmos resposta para a pergunta que, provavelmente, não terá nenhuma possível ou racional: isto acontece por quê?
Mais informação relevante
Paris acordou entretanto com um novo tiroteio, provocado por um homem armado com uma metralhadora. Há dois feridos, mas ainda não há ligação estabelecida com o Charlie Hebdo.
Por aqui no Observador, como aconteceu em outros jornais do país, fizemos o obituário dos jornalistas que morreram, falámos com um dos cartoonistas portugueses mais famosos ("desenhamos riscos, corremos riscos, disse-nos o António), recuperámos os muitos cartoons de homenagem e protesto que correm o mundo. Recuperámos outros casos de atrocidades e perseguições feitas em nome de Alá.
Também explicámos o que pensamos sobre tudo isto (o José Manuel Fernandes, o Paulo Sande, a Lucy Pepper). E falámos com Carlos Gaspar, Felipe Pathé Duarte e Daniel Pinéu, para procurarmos resposta para a pergunta que, provavelmente, não terá nenhuma possível ou racional: isto acontece por quê?
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Na atualidade nacional, continua a fazer correr
tinta o caso PT: o Público diz esta manhã que a administração da
empresa quis limpar da auditoria os nomes dos responsáveis pelo investimento na RioForte - e
que vários envolvidos quiseram alterar os seus depoimentos. A administração
veio, ontem, insistir na data da assembleia-geral que deve decidir o futuro da empresa, já na
próxima semana. Segundo o Económico, o presidente da assembleia-geral discorda, alegando que a PT SGPS tem
argumentos suficientes para travar a fusão com a Oi - à semelhança do que ontem disse Fernando Ulrich, do BPI.
Folhetim BES.
Folhetim BES.
Ontem, na comissão de inquérito, o ex-tesoureiro do Grupo Espírito Santo garantiu que nada decidia - apenas
cumpria ordens. José Castella disse também, à porta fechada, que o aumento da
exposição do BES ao grupo, à revelia do Banco de Portugal a partir de maio,
devia ser transitório até à entrada de novos investidores. De resto, disse
acreditar que teria sido possível salvar o grupo em dez anos, segundo apurou o Observador.
Hoje, também à porta fechada, será ouvido o contabilista, o homem invisível a quem Salgado deu rosto, na expressão escolhida pelo Jornal de Negócios.
Hoje, também à porta fechada, será ouvido o contabilista, o homem invisível a quem Salgado deu rosto, na expressão escolhida pelo Jornal de Negócios.
Há mais notícias importantes nos jornais de hoje, que me proponho a resumir-lhe:
· O Governo alemão pode estar disponível para
negociar um alívio da dívida grega, depois das eleições deste mês
naquele país, segundo
a Bloomberg. Hoje o Diário Económico quantifica a
exposição portuguesa: 1,5 mil milhões de euros, cada vez menos pertencente
à banca.
· Vítor Bento está prestes a regressar à
SIBS, conta o Jornal de Negócios. Os bancos acionistas da empresa que
gere o Multibanco acordaram nomear o economista para líder
não executivo.
· O Governo reformulou o programa de
revitalização das empresas. Numa entrevista ao Diário Económico, o
responsável pela legislação explica que as empresas terão dez
anos para pagar dívidas ao Estado, recebendo um alerta caso estejam em
dificuldades financeiras e precisem de aceder aos novos mecanismos de
apoio.
· Vem aí mais um acordo entre o Governo e a
indústria farmacêutica para reduzir
a despesa com medicamentos. As negociações evitaram que fosse imposta uma
taxa sobre o setor, como esteve previsto no orçamento.
· Continuam as mudanças no SNS,
agora com o fecho
aos fins de semana e durante as noites de 10 unidades de saúde familiar no
Norte do país, as menos utilizadas - segundo o JN. Ontem, um estudo da
Universidade Nova concluiu que nos anos da crise houve mais
internamentos nos hospitais, sobretudo vindos das urgências.
· De ontem vieram novidades também da Justiça:
os responsáveis pelo Citius vão ser convidados
a demitir-se pela ministra.
Na vida política, duas breves
notas a merecer registo: as palavras do Presidente da República
aos embaixadores portugueses, explicando
o que dirá aos políticos depois das legislativas - "Portugal não
pode prescindir, após o próximo ato eleitoral, de uma solução governativa
sólida, estável e coerente”; e as de Alberto João Jardim numa
entrevista à RTP, admitindo
assumir o lugar de deputado na Assembleia da República: "Nunca há
adeus na vida".
Notícias surpreendentes
Notícias surpreendentes
Hoje trago-lhe histórias de gente curiosa. A de
Sarah Bahbah, por exemplo, cujas fotografias têm percorrido a internet. Na
série Sex and Takeout Sarah mistura comida e sexo - o que levou
muitos nas redes a tratar a obra como food porn. “Gosto de pensar que é um
bocadinho mais elegante do que pornografia”, diz ela ao Observador. Quer conferir?
Agora outra história, a de Sebastian Michaelis, cujo palato consegue saborear e classificar cada uma das 1.500 variedades de chá no mundo em apenas 15 segundos. Agora, as suas papilas gustativas foram protegidas por um seguro superior a um milhão de euros. Será do rei do chá a língua mais cara do mundo?
E falando em rei, hoje é dia de homenagem a Elvis Presley, que faria 80 anos. Para os fãs, o Spotify preparou uma lista especial com 54 canções. Para os portugueses, aqui está a lista das mais ouvidas neste bom retângulo no ocidente da Europa.
Não é fã do Rei? E que tal uma perspetiva das séries televisivas que vamos ver em 2015? Depois de um dos melhores anos de sempre para as séries, este ano traz-nos despedidas ("Mad Men"), regressos (de "Game of Thrones" a "House of Cards") e estreias, com destaque para "Better Call Saul". Aqui estão as sugestões da Catarina Falcão e da Sara Otto Coelho, a pensar em si.
Despeço-me por aqui, com desejos de um dia positivo, de sorriso aberto. E na convicção de que estamos todos mais unidos hoje em torno do essencial: a liberdade, a liberdade de expressão, a liberdade de informar. É o que aqui faremos, hoje como sempre, no Observador.
Até já!
Agora outra história, a de Sebastian Michaelis, cujo palato consegue saborear e classificar cada uma das 1.500 variedades de chá no mundo em apenas 15 segundos. Agora, as suas papilas gustativas foram protegidas por um seguro superior a um milhão de euros. Será do rei do chá a língua mais cara do mundo?
E falando em rei, hoje é dia de homenagem a Elvis Presley, que faria 80 anos. Para os fãs, o Spotify preparou uma lista especial com 54 canções. Para os portugueses, aqui está a lista das mais ouvidas neste bom retângulo no ocidente da Europa.
Não é fã do Rei? E que tal uma perspetiva das séries televisivas que vamos ver em 2015? Depois de um dos melhores anos de sempre para as séries, este ano traz-nos despedidas ("Mad Men"), regressos (de "Game of Thrones" a "House of Cards") e estreias, com destaque para "Better Call Saul". Aqui estão as sugestões da Catarina Falcão e da Sara Otto Coelho, a pensar em si.
Despeço-me por aqui, com desejos de um dia positivo, de sorriso aberto. E na convicção de que estamos todos mais unidos hoje em torno do essencial: a liberdade, a liberdade de expressão, a liberdade de informar. É o que aqui faremos, hoje como sempre, no Observador.
Até já!
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