Nem porcos, nem salsichas. O
animal e as palavras que dele derivam foram proibidos pela Oxford University
Press. Mas nem os judeus nem os muçulmanos, supostamente abrangidos pela
medida, a entendem.
![]() |
O "Spider Pig", dos
Simpsons, também não pode aparecer nas publicações. ©Matt Groening / The
Simpsons
|
Sara Otto Coelho
A Oxford
University Press, uma das maiores editoras do mundo, começou a avisar os
autores de livros escolares para banirem a palavra “porco” ou qualquer
referência ao animal, como por exemplo salsichas. O objetivo é não ofender
judeus e muçulmanos, já que para ambas as religiões o porco é considerado um
animal impuro.
A revelação foi feita pelo
jornalista Jim Naughtie na BBC, durante uma discussão sobre a liberdade de
expressão, na sequência do ataque ao Charlie Hebdo, em Paris. Casado com a
escritora Eleanor Updale, Jim Naughtie contou que a Oxford University Press enviou uma carta aos
autores de livros infantis com algumas diretrizes, entre as quais a proibição
de usar a palavra “porcos”, ou outras referências que façam alusão ao animal.
“Bem, se uma editora respeitável ligada a uma instituição académica
[Universidade de Oxford] está a dizer que temos de escrever um livro sem que
possamos mencionar porcos porque algumas pessoas podem ofender-se, é
simplesmente ridículo. É uma piada”, disse Jim Naughtie.
O deputado muçulmano do
Partido Trabalhista do Reino Unido, Khalid Mahmood, mostrou-se contra a
orientação. “Discordo em absoluto. É um perfeito disparate. E quando as
pessoas vão longe demais, toda a discussão cai em descrédito”, disse ao Daily Mail. O líder do Conselho de Liderança
Judaica também reagiu: “As leis judaicas proíbem comer porco, não a menção da
palavra, ou o animal do qual deriva”, disse um porta-voz.
A Oxford
University Press reagiu através de um curto comunicado. “Os nossos materiais são vendidos em quase 200
países e, como tal, sem comprometer de forma alguma o nosso compromisso,
encorajamos alguns autores de materiais educativos a considerar de forma
respeitosa as diferenças culturais e as sensibilidades”. E acrescentam:
“As orientações para os nossos materiais educativos diferem entre regiões
geográficas e não cobrem as nossas publicações académicas”.
Se a medida se mantiver, as
crianças que lerem os livros da editora britânica vão ficar sem saber quem é a
“Miss Piggy” ou “Os Três Porquinhos”, nem vão saber o que são salsichas ou
costeletas.
Já dizia Churchill: “Um apaziguador é aquele que alimenta um crocodilo, esperando que ele o coma por ultimo."
ResponderExcluirA Europa não aprendeu nada!
ResponderExcluirJá não lhe chegam as vezes em que fez o papel de apaziguador complacente, para depois vir a ser salva por russos, americanos, australianos, canadianos, indianos e tantos outros povos que por aqui vieram morrer aos milhares por culpa dos “bonzinhos”.
Irra!
Numa civilização em agonia, a Europa veste-se de cavaleiro com o funil a servir-lhe de ridiculo capacete, pintado com manifestações hipocritas.
Ao menos chamem o Bush para capa do Charlie!