Não há quase mais nada, em sua atividade concreta, que lembre o trabalho de um magistrado imparcial e comandado pela lei
J. R. Guzzo
Os ministros Edson Fachin, Luís Barroso e Alexandre Moraes, do STF, estão apresentando sinais cada vez mais evidentes de desequilíbrio. Pode ser que tenham um plano político, e que por isso estejam fazendo o que fazem. Pode ser que não tenham. Mas as suas ações, na prática e no dia a dia, são um desfile de escola de samba com mestre-sala, baianas rodando a saia e um estandarte que diz: “Estamos aqui para impedir que Jair Bolsonaro seja reeleito presidente do Brasil”.
Não há quase mais nada, em sua
atividade concreta, que lembre o trabalho de um magistrado imparcial e
comandado pela lei — especialmente pela Constituição Federal, que o STF tem a
obrigação de fazer cumprir. Fachin acaba de lançar a extraordinária acusação de
que a justiça eleitoral “pode estar”, neste momento, sofrendo a ação de
“hackers” — coisa que vem da “Rússia”, segundo afirmou em público, com todas as
palavras e letras, sem apresentar a mais miserável comprovação para a sua
denúncia. Pelo que deu para deduzir, o objetivo dessa alucinação seria
favorecer Bolsonaro e prejudicar Lula; é o oposto, exatamente, do que diz Barroso,
para quem o TSE opera o sistema eleitoral mais seguro do planeta. Agora, um vai
fingir que não falou. O outro vai fingir que não ouviu. O STF de hoje é isso.
Barroso, do seu lado, surtou
de vez com essa história de “fake news”: quer, numa iniciativa pessoal e
exótica, associar oficialmente o Estado brasileiro a empresas privadas
estrangeiras que controlam as redes sociais de comunicação. Ao mesmo tempo,
quer “expulsar” do Brasil, indignado, uma operadora que não faz parte do bloco
americano — essas que cortam a palavra do presidente em seu próprio país,
jamais fazem a mínima restrição a nada que seja dito pela “esquerda” e proíbem
a aparição dos Sete Anões nas histórias da Branca de Neve. Moraes, enfim,
continua obcecado numa perseguição política primitiva, descontrolada e ilegal a
Bolsonaro. Como o “impeachment” não sai, nem vai sair nunca, ele quer ver se
consegue depor o presidente através de algum despacho do seu gabinete.
O Congresso Nacional, as Forças Armadas e os defensores da liberdade têm de se organizar, desde ontem, para conter a subversão da ordem democrática que está sendo conduzida, na frente de todos, pelos ministros do STF. A lei manda fazer isso.
Não é toda hora que se diz
tanta bobagem ao mesmo tempo, mas aí está: é assim, com os “especialistas”. Não
aconteceu absolutamente nada do que garantiam; na verdade, aconteceu justamente
o contrário. Bem na visita de Bolsonaro, para frustração geral, as coisas se
acalmaram entre Rússia e Ucrânia. E agora? Entram então, para dar o brilho
final à essa comédia, as “agências verificadoras” de notícias. Comunicadores
simpáticos a Bolsonaro se divertiram com o episódio, comentando de brincadeira
que ele tinha trazido a paz à região. O próprio presidente, também querendo
fazer graça, disse que “por coincidência” a sua viagem tinha combinado com a
baixa geral na ansiedade. Imediatamente, foram convocadas as “agências” para
ensinar a todos que essa “narrativa” era “falsa”, como se estivessem lidando
com fatos, dados físicos e números. Não era narrativa nenhuma. Era só uma
piada.
Fachin, Barroso, Moraes,
“analistas internacionais”, “agências verificadoras” — no fundo, é tudo pinga
da mesma pipa.
Título e Texto: J. R. Guzzo,
Gazeta do Povo, 17-2-2022, via revista
Oeste, 20-2-2022, 18h41
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