sábado, 19 de fevereiro de 2022

Trudeau e China, uma antiga história de amor

Em 2013, o premiê afirmou que admira a ditadura chinesa; na semana passada, restringiu os direitos civis de sua população

Edilson Salgueiro

Na última segunda-feira, 14, o primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau [foto], acionou a Lei de Emergências para lidar com os protestos de caminhoneiros no país. A medida permite ao governo requisitar bens, serviços e pessoas; dizer aos cidadãos aonde ir e aonde não ir; e proibir manifestações e reuniões públicas. Na prática, a decisão suprime os direitos civis dos canadenses.

A ordem de Trudeau motivou uma série de críticas. Nas mídias sociais, por exemplo, o premiê foi chamado de ditador. Mas essa acusação não é nova. Em 2013, durante um jantar de arrecadação de fundos, o então líder do Partido Liberal disse nutrir simpatia pelo regime chinês. E sofreu críticas por isso.

Assista ao vídeo, com a tradução no corpo do texto.

Realmente, tenho um nível de admiração pela China”, revelou o político, ao ser indagado sobre qual nação admirava. “Porque a ditadura está permitindo que o país mude sua economia, dizendo: ‘Precisamos ser verdes o mais rapidamente possível, precisamos começar a investir em energia solar’.”

De volta ao presente

Apesar de diversas cidades do país registrarem manifestações simultâneas, como Toronto, Winnipeg e Quebec, a maior concentração está na capital, Ottawa. “Isso tem de acabar”, afirmou Trudeau, em sessão no Parlamento realizada na segunda-feira 7.

Inspirados no comboio canadense pela liberdade, grupos de caminhoneiros norte-americanos estão organizando uma manifestação na capital dos Estados Unidos, Washington DC, para o início de março deste ano. O objetivo é protestar contra a inflação alta e a suposta fraude eleitoral nos EUA.

O movimento foi confirmado por Jen Psaki, porta-voz da Casa Branca. “O Departamento de Segurança está tomando todas as medidas necessárias para garantir que o comboio não interrompa o comércio e o transporte nem interfira no governo e nas operações de aplicação da lei”, disse, na sexta-feira 11.

Título e Texto: Edilson Salgueiro, revista Oeste, 19-2-2022, 9h30

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