Em 2013, o premiê afirmou que admira a
ditadura chinesa; na semana passada, restringiu os direitos civis de sua
população
Edilson Salgueiro
Na última segunda-feira, 14, o primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau [foto], acionou a Lei de Emergências para lidar com os protestos de caminhoneiros no país. A medida permite ao governo requisitar bens, serviços e pessoas; dizer aos cidadãos aonde ir e aonde não ir; e proibir manifestações e reuniões públicas. Na prática, a decisão suprime os direitos civis dos canadenses.
A ordem de Trudeau motivou uma
série de críticas. Nas mídias sociais, por exemplo, o premiê foi chamado de
ditador. Mas essa acusação não é nova. Em 2013,
durante um jantar de arrecadação de fundos, o então líder do Partido Liberal
disse nutrir simpatia pelo regime chinês. E sofreu críticas por isso.
Assista ao vídeo, com a tradução no corpo do texto.
“There is a level of admiration I actually have for China because their basic dictatorship is allowing them to actually turn their economy around on a dime...having a dictatorship where you can do whatever you wanted, that I find quite interesting.”
— Jon Miltimore (@miltimore79) February 15, 2022
pic.twitter.com/z5an8hNC4P
“Realmente, tenho um nível
de admiração pela China”, revelou o político, ao ser indagado sobre qual
nação admirava. “Porque a ditadura está permitindo que o país mude sua
economia, dizendo: ‘Precisamos ser verdes o mais rapidamente possível,
precisamos começar a investir em energia solar’.”
De volta ao presente
Apesar de diversas cidades do
país registrarem manifestações simultâneas, como Toronto, Winnipeg e Quebec, a
maior concentração está na capital, Ottawa. “Isso tem de acabar”,
afirmou Trudeau, em sessão no Parlamento realizada na segunda-feira 7.
Inspirados no comboio
canadense pela liberdade, grupos de caminhoneiros norte-americanos estão
organizando uma manifestação na capital dos Estados Unidos, Washington DC, para
o início de março deste ano. O objetivo é protestar contra
a inflação alta e a suposta fraude eleitoral nos EUA.
O movimento foi confirmado por
Jen Psaki, porta-voz da Casa Branca. “O Departamento de Segurança está tomando
todas as medidas necessárias para garantir que o comboio não interrompa o
comércio e o transporte nem interfira no governo e nas operações de aplicação
da lei”, disse, na sexta-feira 11.
Título e Texto: Edilson
Salgueiro, revista Oeste, 19-2-2022, 9h30
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