Luís Menezes Leitão
Com o colapso da União Soviética em 1991, os diversos países da Europa de Leste afastaram-se da Rússia e a maioria deles aderiu à Nato, enquanto a Geórgia e a Ucrânia se afirmaram candidatos à adesão. Com a ascensão de Putin ao poder a Rússia retomou, no entanto, as suas pretensões imperiais, e tem sido imparável na defesa da sua esfera de influência. Assim, em 2008 invadiu a Geórgia para lhe retirar o controlo da Abecásia e da Ossétia do Sul, que aquele país pretendia recuperar, e em 2014 anexou a Crimeia e ocupou o Donbass, em resposta ao derrube do seu aliado ucraniano, o Presidente Ianukovich.
A partir daqui a Rússia procurou sempre manter os países vizinhos sob o seu controlo, garantindo que um derrube semelhante ao de Ianukovich não se voltaria a passar. Assim, apesar das acusações de fraude eleitoral, Lukashenko foi mantido no poder na Bielorrússia no ano passado, graças ao apoio russo, e já no início deste ano o exército russo interveio no Cazaquistão, em apoio do seu Presidente Kassym-Jomart Tokayev, que corria o risco de ser derrubado.
Faltava por isso a Putin obter o controlo total da Ucrânia. E a fraqueza que o Ocidente demonstrou em todos estes momentos permitiu-lhe ver que era fácil isso acontecer. Na verdade, foi extraordinária a fraqueza da reação ocidental a este conflito logo no início. Alguma vez se responde a ameaças de invasão de um país soberano com a não certificação de um gasoduto, garantindo que nunca haveria uma resposta militar?
A fraqueza da atual liderança
dos EUA e a falta de preparação do Ocidente para suster a ameaça russa conduziu
assim a Europa uma guerra que se pode revelar absolutamente dramática. E
esperamos que isto não sirva de exemplo para outras potências procurarem também
resolver pela força os conflitos que têm há muito congelados. Recorde-se a
China em relação a Taiwan.
Título e Texto: Luís
Menezes Leitão, Delito de Opinião, 24-2-2022
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