Carina Bratt
PERCEBAM, minhas amigas e
leitoras, que quadro horroroso, espaventado e abominavelmente disforme temos
diante dos olhos. O mundo inteiro está se acabando, se esfacelando, se
deteriorando à largos passos. E por que tal coisa acontece?
Logicamente em face da
imoralidade ou da imbecilidade dos que estão à frente do poder. Daquelas
pessoas (pessoas?!) bodosas, sujas e fétidas que detém a força motriz, a mesma
energia que poderia ser canalizada para o cultivo do bem geral.
Igualmente para colocar um ponto final definitivo aos sofrimentos gritantes e esgazeados da humanidade. O mundo em que vivemos (ou vegetamos) está com os dias contados. Respira, aos trancos e barrancos, por aparelhos numa UTI de um hospital que nem sabemos o nome, ou onde está situado.
Minuto a minuto uma infinidade
de doenças novas, com suas enfermidades variantes e cada vez mais dizimadoras e
estuporadas dão as caras e a gente nem imagina de qual buraco ou laboratório
saiu. Em paralelo, temos os Poderosos, seguidos dos Afortunados e dos
Dominadores. Eles querem o bastão do Poder a qualquer custo.
Esses Vermes almejam o
dinheiro fácil. Brigam acirradamente para que as suas carteiras fiquem
abarrotadas, seus bolsos recheados do ‘faz-me-rir’. Ainda que essa grana venha
manchada pelo sangue dos virgens e inocentes.
Quando menciono virgens e
inocentes, me refiro aos ingênuos, aos cândidos, aos pudicos e imaculados.
Esses ‘asnos e toupeiras’ que se danem, que se percam, que se explodam. Os
Párias do Poder querem isso, custe o que custar.
Notem, que ninguém, em lugar
nenhum, promove a paz. A paz não traz dinheiro, não alimenta a fama, menos
ainda concede renome, consideração, prestígio ou status. A paz traz apenas a
Felicidade, e, por conta disso, não oferece a recompensa desejada.
Via outra, não outorga
honrarias, nem medalhas. Do mesmo modo, não permite a subida à rampa do pódio,
tampouco acende holofotes e faz brilhar a pomposidade dos troféus.
Guerra, segundo o livro ‘Identidade Assassina’, de Roberto Ferrari, ‘dá dinheiro, impulsiona e aviva a fama. Pari, numa gestação ignominiosa, o nome do infeliz que comanda um monte de Manés e Boçais sem cultura. Esses Manés e Boçais são figuras carentes que exatamente por não terem a visão do certo e do errado, se prestam a fazerem e a desempenharem os papeis de buchas de canhão. Ao nosso redor, mundo de Deus afora, existe uma gama infindável desses infelizes sem mães, órfãos de coração, que vendem a alma por uma simples marmita’’.
Esses robotizados e
desgraçados não são crias de agora. Quem dera! Remontam dos idos e distantes
‘Tempos Modernos’, de Charlie Chaplin, filme de 1936. Lembram dele? Apesar dos
oitenta e seis anos, até hoje, a película não perdeu o brilho nem a cor da
realidade negra e asquerosa que nos amedronta e nos deixa a ver navios.
Grosso modo, todos nós, somos
um bocadinho dos Manés e dos Boçais. Nos tornamos vagabundos e operários sem
chão, sem teto, sem amanhã. Paralelamente morremos por nada. Matamos por coisa
alguma. Vamos de mala e cuia para a vala, nos digladiamos em nome de uma
vitória fracassada, inexistente, capenga e doente, sem encontrarmos o remédio
certo para a cura prodigiosa. O remédio da cura prodigiosa está nas mãos dos
Soberanos e Prósperos.
Prova do que digo, amigas, o
embate, a discussão, a polêmica, a provação, a via crucis e sem razão da Rússia
e da Ucrânia. Quais seriam os verdadeiros motivos de tamanha peleja? Pensem.
Meditem. Cem mil soldados, ou quem sabe até mais (os Manés e Boçais citados por
Roberto Ferrari) esses pobres coitados ganharão o quê?
Dinheiro, fama, grana, um
lugar ao Sol? ‘Um lugar ao sol’ é coisa para Cauã Reymond. Dessa forma, apenas
um buraco de sete palmos na Terra, à lembrança de uma cova nos confins do nada,
e uma cruz tosca de madeira apodrecida. Cem mil homens ou mais, vai se saber,
nessa altura do campeonato, que poderiam estar ajudando a construir, a
levantar, a moralizar, a fortalecer um Mundo Novo, tipo aquele vislumbrado pelo
inglês Aldous Huxley.
Sintetizando, minhas amigas de
todos os domingos. Vivemos as danações, as loucuras e os delírios de Darian
Leader. Somos todos, por conta da nossa burrice galopante, da nossa miopia
'cavalesca' (de cavalo), pela nossa imensa e obstinada demência e leviandade,
atreladas à falta de postura, de prudência e precaução, coveiros ou de forma
mais bonitinha e abrandada: escavadores baratos da nossa porvindoura sepultura.
Título e Texto: Carina Bratt. Da Lagoa Rodrigo de
Freitas, no Rio de Janeiro. 20-2-2022
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