domingo, 20 de fevereiro de 2022

[As danações de Carina] Recado rápido. Tipo aquele rasteiro que finge entrar por uma porta giratória...

Carina Bratt

PERCEBAM, minhas amigas e leitoras, que quadro horroroso, espaventado e abominavelmente disforme temos diante dos olhos. O mundo inteiro está se acabando, se esfacelando, se deteriorando à largos passos. E por que tal coisa acontece?

Logicamente em face da imoralidade ou da imbecilidade dos que estão à frente do poder. Daquelas pessoas (pessoas?!) bodosas, sujas e fétidas que detém a força motriz, a mesma energia que poderia ser canalizada para o cultivo do bem geral.

Igualmente para colocar um ponto final definitivo aos sofrimentos gritantes e esgazeados da humanidade. O mundo em que vivemos (ou vegetamos) está com os dias contados. Respira, aos trancos e barrancos, por aparelhos numa UTI de um hospital que nem sabemos o nome, ou onde está situado.

Minuto a minuto uma infinidade de doenças novas, com suas enfermidades variantes e cada vez mais dizimadoras e estuporadas dão as caras e a gente nem imagina de qual buraco ou laboratório saiu. Em paralelo, temos os Poderosos, seguidos dos Afortunados e dos Dominadores. Eles querem o bastão do Poder a qualquer custo.

Esses Vermes almejam o dinheiro fácil. Brigam acirradamente para que as suas carteiras fiquem abarrotadas, seus bolsos recheados do ‘faz-me-rir’. Ainda que essa grana venha manchada pelo sangue dos virgens e inocentes.

Quando menciono virgens e inocentes, me refiro aos ingênuos, aos cândidos, aos pudicos e imaculados. Esses ‘asnos e toupeiras’ que se danem, que se percam, que se explodam. Os Párias do Poder querem isso, custe o que custar. 

Notem, que ninguém, em lugar nenhum, promove a paz. A paz não traz dinheiro, não alimenta a fama, menos ainda concede renome, consideração, prestígio ou status. A paz traz apenas a Felicidade, e, por conta disso, não oferece a recompensa desejada.

Via outra, não outorga honrarias, nem medalhas. Do mesmo modo, não permite a subida à rampa do pódio, tampouco acende holofotes e faz brilhar a pomposidade dos troféus.

Guerra, segundo o livro ‘Identidade Assassina’, de Roberto Ferrari, ‘dá dinheiro, impulsiona e aviva a fama. Pari, numa gestação ignominiosa, o nome do infeliz que comanda um monte de Manés e Boçais sem cultura. Esses Manés e Boçais são figuras carentes que exatamente por não terem a visão do certo e do errado, se prestam a fazerem e a desempenharem os papeis de buchas de canhão. Ao nosso redor, mundo de Deus afora, existe uma gama infindável desses infelizes sem mães, órfãos de coração, que vendem a alma por uma simples marmita’’.

Esses robotizados e desgraçados não são crias de agora. Quem dera! Remontam dos idos e distantes ‘Tempos Modernos’, de Charlie Chaplin, filme de 1936. Lembram dele? Apesar dos oitenta e seis anos, até hoje, a película não perdeu o brilho nem a cor da realidade negra e asquerosa que nos amedronta e nos deixa a ver navios.

Grosso modo, todos nós, somos um bocadinho dos Manés e dos Boçais. Nos tornamos vagabundos e operários sem chão, sem teto, sem amanhã. Paralelamente morremos por nada. Matamos por coisa alguma. Vamos de mala e cuia para a vala, nos digladiamos em nome de uma vitória fracassada, inexistente, capenga e doente, sem encontrarmos o remédio certo para a cura prodigiosa. O remédio da cura prodigiosa está nas mãos dos Soberanos e Prósperos.

Prova do que digo, amigas, o embate, a discussão, a polêmica, a provação, a via crucis e sem razão da Rússia e da Ucrânia. Quais seriam os verdadeiros motivos de tamanha peleja? Pensem. Meditem. Cem mil soldados, ou quem sabe até mais (os Manés e Boçais citados por Roberto Ferrari) esses pobres coitados ganharão o quê?

Dinheiro, fama, grana, um lugar ao Sol? ‘Um lugar ao sol’ é coisa para Cauã Reymond. Dessa forma, apenas um buraco de sete palmos na Terra, à lembrança de uma cova nos confins do nada, e uma cruz tosca de madeira apodrecida. Cem mil homens ou mais, vai se saber, nessa altura do campeonato, que poderiam estar ajudando a construir, a levantar, a moralizar, a fortalecer um Mundo Novo, tipo aquele vislumbrado pelo inglês Aldous Huxley.

Sintetizando, minhas amigas de todos os domingos. Vivemos as danações, as loucuras e os delírios de Darian Leader. Somos todos, por conta da nossa burrice galopante, da nossa miopia 'cavalesca' (de cavalo), pela nossa imensa e obstinada demência e leviandade, atreladas à falta de postura, de prudência e precaução, coveiros ou de forma mais bonitinha e abrandada: escavadores baratos da nossa porvindoura sepultura.

Título e Texto:  Carina Bratt. Da Lagoa Rodrigo de Freitas, no Rio de Janeiro. 20-2-2022

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