sexta-feira, 25 de fevereiro de 2022

[Observatório de Benfica] A Europa de novo em Guerra

Mário A. Florentino

Na minha geração (nasci em 1969) não vivemos de perto nenhuma grande guerra. Mas ouvi, desde muito novo, relatos dos meus pais e meus avós, sobre várias guerras. O meu pai esteve em Moçambique, na guerra colonial, e o meu avô deixou a sua terra natal com 14 anos, para fugir à guerra civil espanhola. Como todos, li livros e vi filmes sobre as guerras brutais do século XX. Apesar de todos esses relatos históricos, ou precisamente por causa deles, pensei que os líderes europeus não iriam repetir o erro de se envolver os seus povos em guerras similares. Tive a ilusão de que os meus filhos pudessem viver num século XXI mais pacífico que o anterior. Talvez me tenha enganado, tendo em conta os acontecimentos do dia de hoje.  

"O problema do mal será o problema central da vida intelectual do pós-guerra na Europa - tal como a morte se tornou o problema central depois da última guerra", escreveu Hannah Arendt em 1945. No dia em que a Rússia, sob os comandos do ditador Putin, invadiu a sua vizinha Ucrânia, podemos estar no início de uma guerra comparável às que vitimaram os povos europeus no século passado. Os países democráticos ocidentais não foram capazes de afastar o mal.

O antigo primeiro-ministro inglês Clement Atlee disso sobre Estaline: "sem princípios, recorre a quaisquer métodos, mas também não tem uma linguagem floreada. É sempre um sim ou um não, embora só se possa acreditar nele quando diz não". Nesse aspecto, Putin parece não ser muito diferente de Estaline, já que não olha a meios para atingir os seus fins, que podem ser o de conquistar para a sua esfera de poder os países que fizeram parte da União Soviética.

O antigo campeão de xadrez Garry Kasparov [foto], que tem sido um dos principais opositores ao regime de Putin, escreveu hoje no Twitter as suas recomendações ao mundo ocidental: "apoiem a Ucrânia militarmente e imediatamente, através de todos os meios; levem à falência a máquina de guerra de Putin, congelem todo seu financiamento; afastem a Rússia de todas as instituições internacionais e financeiras; eliminem todos os elementos da sua máquina de propaganda". 

Esperemos que a resposta do Ocidente, da Aliança Atlântica e dos seus líderes esteja à altura do momento, tal como esteve na segunda guerra mundial. Disso dependerá o futuro deste nosso velho continente.

FICA BEM 👍

Iniciativa Liberal. Uma das primeiras iniciativas do partido que elegeu 8 deputados para a AR foi o recrutamento dos seus assessores políticos, através de um concurso aberto. Num processo inédito em Portugal, recebeu 900 candidaturas. Quando todos os comentadores se perguntam o que deve o PSD fazer para sair da sua própria crise, que tal seguir este exemplo? Seria uma boa forma de promover a meritocracia, diferenciando-se do PS perante os eleitores.   

FICA MAL 👎

 As posições do PCP e do BE sobre o ataque da Rússia à Ucrânia. Ficaram ao lado da Tirania, contra a Liberdade e a Democracia. Nada que surpreenda, dada a natureza destes dois partidos. Fica mal também o PS e António Costa que, em 2015, abriu o espaço da governação a estes dois partidos. Felizmente os portugueses, em janeiro, reduziram a sua representação parlamentar para menos de metade. Se tal não tivesse acontecido, o que faria agora o PS? Voltaria a aliar-se a esses partidos que condenam a nossa civilização ocidental e o nosso modo de vida?

Título e Texto: Mário A. Florentino, Benfica, 24 de fevereiro de 2022

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