Mário A. Florentino
Na minha geração (nasci em
1969) não vivemos de perto nenhuma grande guerra. Mas ouvi, desde muito novo,
relatos dos meus pais e meus avós, sobre várias guerras. O meu pai esteve em
Moçambique, na guerra colonial, e o meu avô deixou a sua terra natal com 14
anos, para fugir à guerra civil espanhola. Como todos, li livros e vi filmes
sobre as guerras brutais do século XX. Apesar de todos esses relatos
históricos, ou precisamente por causa deles, pensei que os líderes europeus não
iriam repetir o erro de se envolver os seus povos em guerras similares. Tive a
ilusão de que os meus filhos pudessem viver num século XXI mais pacífico que o
anterior. Talvez me tenha enganado, tendo em conta os acontecimentos do dia de
hoje.
"O problema do mal será o
problema central da vida intelectual do pós-guerra na Europa - tal como a morte
se tornou o problema central depois da última guerra", escreveu Hannah
Arendt em 1945. No dia em que a Rússia, sob os comandos do ditador Putin,
invadiu a sua vizinha Ucrânia, podemos estar no início de uma guerra comparável
às que vitimaram os povos europeus no século passado. Os países democráticos
ocidentais não foram capazes de afastar o mal.
O antigo primeiro-ministro
inglês Clement Atlee disso sobre Estaline: "sem princípios, recorre a
quaisquer métodos, mas também não tem uma linguagem floreada. É sempre um sim
ou um não, embora só se possa acreditar nele quando diz não". Nesse
aspecto, Putin parece não ser muito diferente de Estaline, já que não olha a
meios para atingir os seus fins, que podem ser o de conquistar para a sua
esfera de poder os países que fizeram parte da União Soviética.
O antigo campeão de xadrez Garry Kasparov [foto], que tem sido um dos principais opositores ao regime de Putin, escreveu hoje no Twitter as suas recomendações ao mundo ocidental: "apoiem a Ucrânia militarmente e imediatamente, através de todos os meios; levem à falência a máquina de guerra de Putin, congelem todo seu financiamento; afastem a Rússia de todas as instituições internacionais e financeiras; eliminem todos os elementos da sua máquina de propaganda".
Esperemos que a resposta do Ocidente, da Aliança Atlântica e dos seus líderes esteja à altura do momento, tal como esteve na segunda guerra mundial. Disso dependerá o futuro deste nosso velho continente.
FICA BEM 👍
Iniciativa Liberal. Uma das
primeiras iniciativas do partido que elegeu 8 deputados para a AR foi o
recrutamento dos seus assessores políticos, através de um concurso aberto. Num
processo inédito em Portugal, recebeu 900 candidaturas. Quando todos os
comentadores se perguntam o que deve o PSD fazer para sair da sua própria
crise, que tal seguir este exemplo? Seria uma boa forma de promover a
meritocracia, diferenciando-se do PS perante os eleitores.
FICA MAL 👎
As posições do PCP e do BE sobre o ataque da
Rússia à Ucrânia. Ficaram ao lado da Tirania, contra a Liberdade e a
Democracia. Nada que surpreenda, dada a natureza destes dois partidos. Fica mal
também o PS e António Costa que, em 2015, abriu o espaço da governação a estes
dois partidos. Felizmente os portugueses, em janeiro, reduziram a sua
representação parlamentar para menos de metade. Se tal não tivesse acontecido,
o que faria agora o PS? Voltaria a aliar-se a esses partidos que condenam a
nossa civilização ocidental e o nosso modo de vida?
Título e Texto: Mário A.
Florentino, Benfica, 24 de fevereiro de 2022
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